17 agosto 2006

paradoxos

o Ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, considera um paradoxo as lideranças empresariais preferirem Alckmin a Lula. afinal, segundo declarou à Folha de São Paulo em 13/08/2006, nunca o setor produtivo ganhou tanto dinheiro.

paradoxo maior é isto ocorrer no governo de um Presidente eleito para mudar um modelo econômico "que, em vez de gerar crescimento, produziu estagnação, desemprego e fome", e cujo discurso de posse se iniciou com a palavra “mudança” .

com um lucro médio de 24,7% no primeiro semestre de 2006, os bancos brasileiros dobraram seu capital nos últimos quatro anos. mesmo assim, o candidato que deveria ser de oposição tem encontro na Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e suas palavras para os banqueiros presentes soam como “música para os ouvidos".

enquanto Alckmin inebria a elite financeira, FHC afirma que para se ganhar a eleição é preciso eletrizar o povo, pois “o voto não vai ser dado por cartazes, propaganda apenas”.

mesmo tendo todos os motivos para um impeachment do Presidente, a oposição preferiu, por temer seus próprios cadáveres no armário, sangrá-lo até as eleições. agora, no pior dos paradoxos, Lula segue em dianteira folgada na direção do segundo mandato.

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