30 março 2021

Guerra de Mundos

A história das sociedades até hoje é a história da luta de classes.

Por isto liberais, social-democratas, e mesmo os reformistas, fracassam miseravelmente em analisar e agir em consonância com as demandas de cada conjuntura.

Mas a própria História, tal qual a conhecemos, tem sido a história de uma guerra de mundos. Um mundo se impondo e destruindo todos os demais.


Por isto marxistas ortodoxos são incapazes de analisar e agir sob uma perspectiva não-eurocêntrica, colocada em consonância com terras e povos colonizados.

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Colônia de Leprosos


Qual o sócio majoritário no setor dominante? O Imperialismo.

O mega capital transnacional.

Para este, o Brasil cada vez mais se assemelha a uma colônia de leprosos, colocando em risco a saúde do bom ambiente de negócios global.

Geradas pela circulação descontrolada do Sars-CoV-2 no país, as novas e mais virulentas cepas são uma ameaça sanitária para o mundo.

De um modo ou de outro, é uma situação intolerável. Vidas e economia serão destruídas, tanto aqui quanto fora.

Com sua soberba ilimitada, os Generais no comando da quartelada em curso se imaginam os donos do poder.

Pensam bastar muita ordem unida para gerenciar a crise do Capitalismo e o avanço da COVID, na suposição que assim estas lhe baterão continência.

Em algum momento serão "neutralizados" pelo sócio majoritário, o Imperialismo, por nenhuma outra razão que não seja a segurança sanitária.

Até lá, a pilha de destroços e de cadáveres vai se avolumar em direção ao céu.

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Suicide by Cop

Bolsonaro tem a ilusão de ser dono da cadeira presidencial, com esta sendo capaz de lhe conferir poderes mágicos.

A cada arroubo de onipotência mais se revela um mero joguete, exato como antes foram Collor e Sérgio Moro.

Ter a PM como eleitorado cativo não implica em contar com ela como base social organizada, muito menos a serviço de uma aventura política.

Como todo aprendiz de tirano, medíocre e incompetente, Bolsonaro vê seu fracasso oriundo não de sua carência de qualidades, mas por lhe faltar o pleno poder para conseguir governar.

Por fim, e bem mais importante, se esquece de alguns destinos trágicos anteriores, e até hoje não explicados: Castelo Branco, Costa e Silva, JK, Jango, Carlos Lacerda, Gal. Urano, Gal. Jaborandy, Eduardo Campos, Teori Zavascki...

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27 março 2021

Pandemia e ultra-liberalismo: associação genocida

A combinação da pandemia com o ultraliberalismo está provocando esse duplo genocídio em curso no Brasil.

A ele temos que apresentar uma proposta concreta.

Não é viável chegar numa favela ou numa periferia com a proposta de "vamos fazer a revolução que a gente consegue superar isso tudo".

Porque aí o que você vai ouvir é o seguinte:

"Pô, mano, tô nessa, tamo junto. Mas enquanto a gente não faz a revolução, cumé que fica? Eu tenho que levar comida prá casa hoje, mano."

Qual a proposta concreta que está sendo encaminhada? Vamos sair das cidades em direção as áreas que estão sendo abertas em assentamentos do MST, e em outras comunidades rurais.

Através do trabalho na terra conquistar soberania alimentar, desenvolver formação política, encaminhar na prática a luta contra o Capitalismo.

Compreendendo que a Revolução é um processo permanente, sempre impulsionado pela organização autônoma de base.

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25 março 2021

Capitalismo Logístico

Do mesmo modo que para o Capitalismo industrial fordista as máquinas não podem parar, no Capitalismo logístico contemporâneo os fluxos não podem ser interrompidos.

Quanto mais dependente de uma cadeia de suprimentos globalizada, mais vulnerável se torna.

Tudo que parecia tão fluido se solidifica num coágulo.

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Não fechar ou não fechar, eis a questão

Disputa interna entre frações do setor dominante, cujo pomo infectado da discórdia é o lockdown.

Quais os setores mais afetados pelo fechamento da economia?

 a) banqueiros e rentistas;
b) exportadores de commodities;
c) parque indústrial remanescente;
d) comércio, principalmente o pequeno e médio;
e) arrecadação de impostos, que remunera os juros pagos pelos títulos públicos.

O povo vai ser tangido ao matadouro da COVID debaixo da convocação do Estado de Mobilização Nacional.


Resultado: a gestão de Pazuello vai parecer um exemplo de logística bem sucedida frente ao inferno que se anuncia.

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