30 novembro 2018

Brasil em Transe: SitRep BolsoNazi - 01

30/11/2018

- renda, emprego, inadimplência, insegurança e corrupção são as principais, urgentes e justas demandas da população brasileira;

- frente a estas demandas Bolsonaro nada tem até o momento a oferecer, apenas diversionismo e cortinas de fumaça (transferência da Embaixada brasileira para Jerusalém, "Escola sem Partido"), além de medidas fadadas as agravar ainda mais (Contra-Reforma da Previdência, privatizações, fim do programa "Mais Médicos");

- como o poder não muda as pessoas, apenas revela quem elas realmente são, Bolsonaro ainda nem iniciou seu governo e o slogan de campanha "Brasil acima de tudo" já se revelou como um boné de apoio a "Trump 2020" e continências para sub-autoridades norte-americanas;

- sendo um homem sem qualidades, cuja excelência se restringe a expor a banalidade do mal, Bolsonaro acredita piamente não apenas em tudo que diz e que prega, mas principalmente em tudo que lhe dizem e que lhe pregam: idéias e valores de uma classe dominante cujo projeto para o Brasil nunca deixou de ser neo-colonial e semi-escravagista;

- o exercício do poder lhe trará inexoráveis revelações, a mais trágica de todas a respeito de seu próprio desmascaramento: tateando na cegueira de um labirinto, apanhado num jogo de poder muito além de sua limitada compreensão, sujeito à traição de pessoas próximas e sob ameaça permanente de morte;

- dentro do Palácio o Capitão-Presidente estará cercado pelos quatro lados: os Generais da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para o Grande Capital, o Imperador da Economia Rentista (Paulo Guedes), o Xerife da Colônia Exportadora de Commodities (Sérgio Moro), além de, é claro, por seu próprio clã (os Três Primeiros-Filhos);

- no front interno forças terríveis assolam seu corpo, fustigam sua saúde e debilitam seu estado geral. após a colostomia, o apologista da força bruta e defensor da solução final para seus opositores se apresenta instantaneamente envelhecido e visivelmente fragilizado;

- com aliados como os CEO da Teologia da Prosperidade, Bolsonaro não precisará de inimigos. úteis para ganhar as eleições, pelo poder de fogo na captação dos votos dos fiéis, serão base de incessante instabilidade, e não de apoio sólido, devido a seu projeto próprio de poder e  suas intrincadas ramificações com o mercado negro da economia subterrânea;

- como indicador de ministros e conselheiro político, Olavo de Carvalho é um péssimo astrólogo. rapidamente os Três Primeiros Filhos aprenderão que o deserto do real se expande muito além do play-ground dos condomínios fechados, das bolhas do FaceBook e dos grupos privados do WhatsApp;

- para ter algum resultado na Guerra à Corrupção, Sérgio Moro precisará invadir o coração das trevas do sistema financeiro. limite jamais ultrapassado em 5 anos de Lava Jato & Associados, uma investigação concebida para ser arbitrária, seletiva, partidária e, portanto, venal e corrupta;

- mesmo se tentar, não há qualquer chance de Paulo Guedes viabilizar uma economia rentista com desenvolvimento e inclusão social. ao contrário de 1964, Brother Sam já não dispõe nem de vontade, tampouco dos recursos, para bancar a conta de alavancar o crescimento econômico em alguma colônia com mais de 200 milhões de habitantes;

- excitados com seu retorno ao centro do tabuleiro do wargame no Brasil, mas sempre nada cônscios de sua real competência (mesmo após o atoleiro do Haiti e o lodaçal da ocupação das favelas cariocas), aos Generais caberá sucessivas sessões de choque e pavor;

- paralisados no tempo e no espaço, com sua doutrina militar ainda congelada na Guerra Fria, os Generais da GLO para o Grande Capital se verão face a face com um inesperado impasse. ou se limitam a um desmoralizante papel de tropa de ocupação em seu próprio pais. ou encaram o impensável: o ressurgimento de um autêntico nacionalismo nas FFAA brasileiras, com suas inevitáveis consequências em relação à geopolítica mundial;

- o regime BolsoNazi presta uma enorme serviço ao país. tudo agora está exposto como é. como sempre foi. e como precisa deixar de ser. desde uma classe dominante tosca, grotesca, inculta, incompetente, violenta, servil aos interesses externos e com seu imenso ódio ao Povo e à Nação. até uma Esquerda pelega, institucional, eleitoreira, obsoleta, incapaz de inteligência estratégica para encarar a Guerra na Era da Informação;

- num Brasil colocado no epicentro de uma Guerra Mundial Híbrida, rapidamente ultrapassando os limites de Guerra de 4a. e 5a. Geração, os Generais irão, de uma forma ou de outra, atualizar sua doutrina militar para incluir o incontornável conceito de Guerra de Mundos;

- estamos todos condenados. ou nos tornamos uma grande potência, viabilizando a multipolaridade dos BRICS, ou sucumbimos na extinção;

- um outro mundo é possível? ou é preciso sempre ir além? o que precisamos é de um outro fim de mundo.


vídeo: Primavera Fascista - Bocaum, Leoni, Adikto, Axant, Mary Jane, Vk Mac & Dudu

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15 novembro 2018

Brasil em Transe: paralisia progressiva (2)

15/11/2018

"Eu pensei... Estamos aqui apontando armas para a população brasileira. Nós somos uma sociedade doente!"
(sobre a Ocupação do Complexo da Maré - Rio de Janeiro)

a cabeça ordena, mas o corpo recusa-se a obedecer a voz de comando. a mente permanece lúcida, mas a carne jaz entorpecida. o pensamento viaja veloz, mas a musculatura se entreva na  imobilidade.

progressivamente a paralisia se impõe às funções motoras. é imperativo agir. mas como se colocar em ação sem deflagrar rupturas? como suportar rupturas se tudo deve mudar apenas para permanecer o mesmo?

10/07/2018: situações-limites expõe a necessidade de se romper com aquilo que já está morto, para poder renascer para a vida, rompendo com a paralisia progressiva imposta pela estagnação e pelo impasse de uma morte em vida.

pensei. pensei. pensei. então, acabou sendo tudo o que conseguia fazer...

"Apuradas todas as opiniões e vontades do oficialato, Villa Boas, com dificuldades notórias até para falar, naquela noite, altas horas, buscou aplacar os ânimos, porque já tinha oficial graduado pronto para pôr a tropa na rua em direção à Brasília.
Passava das altas horas quando a solução provisória foi sugerida por um pequeno colegiado de militares moderados:
Colocar um general da reserva, porque se fosse da ativa, ofenderia e o clamor seria muito maior, que conhecesse a tropa e o oficialato, e fosse calmo, convincente, culto, político e cerebrino, no seio do STF, recaindo a escolha sobre Fernando Azevedo e Silva."

em mais um Dia da Proclamação da República o que há para comemorar? uma quartelada de oligarcas? uma Independência que nunca houve? uma redemocratização incompleta? uma soberania tutelada?

uma Democracia de poucos, para poucos e por poucos? a Res-pública dos homens de bens?

não há nenhuma onda reacionária, assim como não haverá nenhuma Democracia a restaurar. estamos onde sempre estivemos. nunca tivemos de fato relações sociais democráticas. e sempre estivemos mergulhados num oceano reacionário, violento, misógino, homofóbico, racista, elitista, autoritário...

"Tem mais presidente dos EUA nome de rua aqui no Brasil que no país natal deles! Tem general da ditadura em cada canto do pais eternizado em prédios, ruas, pontes e monumentos!!!!"

contemplai o crepúsculo de uma era. em seu último por do sol surge uma terrível mensagem: o Brasil precisa passar por Bolsonaro.

quem quer avançar para além de neo-colônia semi-escravocrata, tem que passar por uma Guerra de Independência. algo sim que jamais tivemos. não obstante uma História repleta de levantes populares e rebeliões dos oprimidos.

a soberania e a independência só podem ser conquistadas e nunca outorgadas.

02/10/2018: Bolsonaro não é um caso isolado, não é um ponto fora da curva, não é uma aberração materializada do nada. Bolsonaro encarna fidedignamente as idéias e valores não apenas do grande empresariado, como de seus associados e serviçais, deixando exposta a face horrenda da lumpenburguesia brasileira.

com a chegada do Capitão não é mais possível fingir não estarmos em plena grande extinção. nenhuma paralisia progressiva conduzirá a qualquer descanso em paz. nenhuma pax nos salvará. só a Antropofagia nos une.

em 1971, a ALN e o MRT efetuaram uma operação até hoje pouco conhecida: a captura do então comandante do II Exército. o grupo chegou a render o general e sua escolta. mas foram traídos. a informação vazara e quatro viaturas do DOI-Codi os cercaram.

com todos sob a mira de armas, o sucessor de Marighela e Toledo, Carlos Eugênio Paz ponderou apontando um fuzil: "- General, vai morrer muita gente hoje aqui. E a primeira rajada será no seu peito."

ao que o General Humberto de Souza Melo retruca por duas vezes em voz alta, num tom de comando para os soldados: "- Hoje não vai morrer ninguém aqui."


o "diálogo" e a "negociação" com a lumpenburguesia no Brasil só se viabiliza por uma coexistência nada pacífica garantida por uma permanente dissuasão "armada".

a força só entende a linguagem da força. o poder só teme o poder. a hegemonia só pode ser derrotada pela contra-hegemonia.

fora disto, continuaremos em paralisia progressiva.

“E é assim que a consciência nos transforma em covardes, é assim que a força inicial de nossas resoluções se debilita na pálida sombra do pensamento e é assim que as empreitadas de maior alento e importância deixam de ter o nome de ação.”
em algum trecho de “Hamlet”, eis a questão: poderíamos ter sido, mas nunca seremos.

12 novembro 2018

Brasil em Transe: a grande extinção

12/11/2018


a rendição sem resistência de Lula e a eleição consagradora de Bolsonaro são os dois grandes marcos do fim de uma era.

não apenas chega ao fim a Nova República, junto com ela se acaba a dupla gerência PTucana de um mesmo projeto neoliberal periférico.

mas resta uma Ditadura que perdura.

ao longo do tempo sempre se impondo a uma inconsistente redemocratização. de modo lento, gradual e seguro o Estado policial levanta-se redivivo de seus porões, para de novo caminhar orgulhoso entre nós.

há uma grande extinção em marcha.

a geração das Diretas Já se despede humilhada por um definitivo fracasso e acompanhada de suas últimas quimeras.

confirma seu falecimento uma quase totalidade de analistas políticos, jornalistas, sociólogos, artistas, filósofos, ativistas e militantes.

um cortejo fúnebre de melancólicas auto-ilusões e reincidentes negações da realidade. quanto mais dá errado, maior a teimosia quanto a seguir o mesmo rumo em direção ao fundo de um abismo de abismos...

restará alguém?

mesmo aquela juventude insurrecta de Junho de 2013, agora jaz cativa das pautas identitárias e confortavelmente anestesiada pelo empoderamento do lugar de fala.

a voz rebelde se deixou domesticar pelas malditas elecciones, que ficam para sempre longe demais.

a interdição da crítica promovida pelo Lulismo gerou as condições acríticas necessárias para a ascensão de Bolsonaro.

despolitização e desorganização. individualismo e consumismo. moralismo e autoritarismo. teologia das prosperidade e falência institucional.

há uma grande extinção em marcha.

trata-se de uma grande extinção de formas-de-vida. de modos de viver. de maneiras de se relacionar. portanto, vivemos no Brasil o fim de um mundo.

não haverá retorno. nenhuma pax nos salvará.

04/02/2017: uma extinção em massa povoara aquele vale dos mortos com criaturas bizarras e monstruosas. corpos sem almas vagando por uma escuridão sem forma. os anteriormente chamados de brasileiros padeciam de vários os tipos de patologias. diversas enfermidades físicas e múltiplos transtornos mentais.

se todos experimentam, de uma forma ou de outra, dissolução de seu ego denominado de “normal”, num mundo surreal e numa sociedade hiper-normalizada pode aquilo denominado de “loucura” ser um processo em direção a cura natural?

tudo que havia para ser dito, dito já o foi. tudo que havia para ser escrito, escrito já está.

11/01/2018: a criação de outros modos de viver, não encapsulados pelas formas-de-vida, implica em ficar face a face com o caos. sem passar pela fase do caos nenhuma criação é possível. para criar a si mesmo e inventar sua própria vida, é preciso enfrentar os perigos da loucura, da prisão, da doença e da morte.

25/10/2017: há também uma potência no caos. se é através da arquitetura do caos que pretendem nos destruir, é deste mesmo caos que ergueremos nossa criação.

03/08/2016: sob o peso do asfixiante sol negro da nova ditadura que desponta, enquanto os necrófilos saboreiam seu banquete, somente os antropofágicos atravessarão o vale dos mortos.

17/05/2016: quando o velho já morreu e novo ainda não conseguiu nascer, surgem os sintomas mórbidos, os fenômenos bizarros e as criaturas monstruosas.

ainda perambulamos sem direção no interior de um interregno.

jamais sairemos deste labirinto sem nos desvencilharmos por completo das correntes, como invertidos fios de Ariadne, mantendo-nos atados ao centro da armadilha: o Minotauro do Lulismo.

não há qualquer futuro para a Esquerda no Brasil caso não rompa toda e qualquer vinculação com Lula e o Lulismo.

deixemos que os mortos enterrem seus mortos. e nos dediquemos a construir coletivamente um novo modo de viver.


vídeo: Sweet Child o' Mine - Capitão Fantastico (LEGENDADO)

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08 novembro 2018

Brasil em Transe: o Capitão chegou

08/11/2018


quem está mais atônito com a vitória da onda BolsoNazi?

uma Ex-querda perdida no tempo e no espaço, arrastada ao buraco negro por seu abraço de suicidas com o Lulismo?

ou o próprio Bolsonaro? perplexo em ter chegado lá, enquanto tudo sempre não passara de bravatas de tapas e tiros...

sim, o Capitão chegou, mas nem mesmo ele sabe com certeza ao que veio.

ao menos sabe que nada sabe. não é o mais capacitado. mas com a certeza de ter sido eleito, não apenas pelo povo como por um chamado do D-us de Israel.

sem plano de governo, sem equipe, sem experiência de gestão.

cercado de filhos bajuladores, "irmãos" bajuladores, generais de pijama bajuladores do país alheio, Chicago's Boy temporão bajulador de Wall Street e bispos neo-pentecostais bajuladores da Terra Prometida do Sionismo.

rodeado de tanta bajulação, o "mito" se defrontará com uma dura realidade que não o bajulará de modo algum. o mundo virtual da pós-verdade fica em definitivo nas telas restritas e diminutas dos aparelhos celulares.

demandas urgentes  incapazes de serem resolvidas na base do "prendo e arrebento". fatos e dados insubmissos à prisão nas bolhas de fake-news. uma crise global do Capitalismo muito além de qualquer solução do tipo "cadeia ou exílio".

se Bolsonaro expressa o encontro tardio de um Brasil genocida e com forte viés fascista consigo mesmo, o Capitão-Presidente passará por seu encontro inexorável com o Brasil - algo que nunca esteve de fato em seus propósitos.

embora acredite piamente ser ele mesmo o autor do script que representa, não sem certa dificuldade,  Bolsonaro prossegue dentro do labirinto, apanhado num jogo de poder muito além de sua limitada compreensão.

como parte de um processo de desmascaramento, no qual tudo e todos são obscenamente expostos, Bolsonaro se descobrirá como apenas mais um personagem em busca de algum autor, o qual para ele permanecerá sempre desconhecido.

neste sentido, a facada foi apenas o início de um enredo complexo feito de muitas camadas entrelaçadas, misturando dissimulação, engodo, jogo duplo, chantagem, traições, mortes, reviravoltas.

déjà-vu. tudo isto já aconteceu muitas vezes. Castelo Branco e Costa e Silva. JK, Jango e Lacerda. Eduardo Campos e Teori Zavascki. Sérgio Fleury e Baumgartem. eles, vós, nós, ele, tu, eu...

tão ou ainda mais aturdida que Bolsonaro, a Esquerda Lulista recusa-se a se render à realidade de seu fracasso, de sua incompetência, de sua capitulação, de seus erros repetidos, de seus exaustivos colapsos.

completamente cativa de suas narrativas tão falsas quanto os zaps bolsonarianos, oscila entre a síndrome de pânico e o surto de fúria.

morta de raiva do "pobre de Direita" que não sabe votar. morta de medo de um Estado policial que afinal nunca deixou de sê-lo. morta! morta, mas que se recusa enfim a morrer, para poder renascer.

impossível ser feliz de novo. não haverá retorno. data de validade vencida, só lhe resta reinventar a si mesma. mas isto é tudo que nunca pretendeu fazer.

dada sua completa falta de vocação para ser "opositor", Haddad jamais se tornará "líder da oposição", conforme foi nomeado por Lula - este pai de postes que não param em pé.

Haddad será tão relevante daqui para a frente quanto Dilma foi após o Golpeachment.

seu protagonismo na luta contra o fascismo e o Estado policial será equivalente ao imenso vazio da contribuição somada por Fernando Pimentécio ou pelo exército de Stédile - para não citar Wagner Freitas e sua conclamação: "às armas, miltância".

são duas as pedras fundamentais de uma outra Esquerda a se erguer no Brasil:

- o exercício constante e inclemente do pensamento e da postura crítica;

- o compromisso inexpugnável com a organização autônoma da população.

sem uma rigorosa e implacável análise crítica dos dados e dos fatos, e sem se defrontar com as conclusões e consequências desta análise, é impossível construir auto-conhecimento. sem auto-conhecimento nenhuma auto-transformação se concretiza.

foi exatamente o contrário aquilo que se tornou hegemônico na Esquerda: não se pode criticar o próprio campo!

esta é uma inversão causadora de nossas derrotas reincidentes, de nossos fracassos repetidos.

denúncias e críticas aos nossos inimigos são inócuas. eles não vão mudar por causa disto! nenhum efeito produzem a não ser uma catarse estéril.

só podemos mudar a nós mesmos e ao nosso campo.

aos nossos inimigos, devemos conhecê-los, aos seus objetivos, suas estratégias e táticas, para melhor combatê-lo - mas não com críticas e denúncias, e sim com ações.

por outro lado, só com a retomada imediata de um processo massivo de organização popular autônoma pela base, nos locais de moradia, trabalho e convivência (incluindo a web) seremos capazes de derrotar os golpes que sobre nós venham a se abater.

contudo, nenhuma base social jamais ganhou consciência por causa de belos discursos, mesmo com as mais sólidas argumentações e as mais exortativas palavras de ordem.

não se trata de "fazer a cabeça do povão", como se fôssemos missionários catequistas evangelizando pagãos para convertê-los em militantes organizados.

é em seu processo de auto-organização, na luta por melhores condições de vida, que a sociedade transforma a si mesma.

cabe a vanguarda ser catalisadora deste processo, sempre se colocando a serviço dele. pois nele a consciência política dá saltos gigantescos.

assim, não há nenhum "povo" a conscientizar. quem gera consciência é a luta. é na luta que se estabelecem outras relações sociais. portanto é a luta quem cria o seu Povo.

com a chegada do Capitão, nos encontramos todos frente a frente com as consequências de uma inadiável constatação: nunca antes neste país tivemos algo o mais remotamente assemelhado a uma Guerra de Independência.

agora estamos diante daquele que sempre foi o projeto de Brasil em conformidade com a classe dominante: uma neo-colônia semi-escravocrata.

se desejamos soberania e liberdade, só nos resta lutar por elas.
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