por décadas Luis
Carlos Prestes foi um mito intocável para a Esquerda brasileira. de fato, a
Coluna que levou seu nome foi um feito inigualável, inspiradora de Mao, Fidel e
Che.
Prestes teve
outros feitos inigualáveis. foi o dirigente comunista que mais deixou cair
documentos nas mãos da polícia. também ordenou em 1936 o
"justiçamento" sem provas de Elza Fernandes, adolescente, de origem
operária e analfabeta.
quando em 1956
Khrushchev denuncia os crimes de Stálin, a muralha da infalibilidade de uma
Esquerda ditatorial começa ruir. ficam abalados também os pilares do PCB e do
culto à personalidade de Prestes, sempre subserviente às diretrizes de Moscou.
contudo, foi o
completo imobilismo de Prestes em relação ao Golpe de 1964 o início do
fim de seu mito. a Roda da História o esmigalharia impiedosamente.
por não ter
participado de nenhuma ação no período da luta armada, o PCB supôs estar a
salvo da repressão.
mesmo assim, em
1975 Geisel ordena o extermínio de seus membros. as sucessivas prisões e
execuções desmantelam completamente a direção e a estrutura do partido em solo
brasileiro.
com a Anistia o
retorno de Prestes se dá num momento de retomada do movimento de massas. nesta
nova e dinâmica conjuntura, Prestes e o PCB tornaram-se irrelevantes, apesar de
conservarem sua importância histórica.
em entrevista em
08/12/1979, Prestes enfim reconheceria:
"Somos responsáveis pela morte de
centenas de jovens pela repressão. O pacifismo seguido pelo PCB provocou uma
certa conciliação, o que fez com que estes jovens saíssem do partido e
partissem para a luta armada. O PCB é responsável por estas mortes."
todo mito é uma
construção histórica.
quase sempre suas
bases não estão em raízes profundas alimentando-se da luta coletiva por
emancipação.
repousam artificialmente
flutuando no ar. uma ilusória miragem incapaz de resistir à violenta tempestade
causada pelo avanço dos fatos, com a mudança de conjuntura e da correlação de
forças.
em meio a toda esta atual festiva algazarra
eleitoral é possível ouvir imensos gemidos. são o débil estrondo do Lulismo
ruindo por suas próprias contradições internas.
a História é uma velha e ardilosa toupeira,
passa o tempo cavando buracos de minhoca: quão fundo eles vão?
agora somos arrastados para além do horizonte
de eventos de um destes buracos de minhoca. ligando a macabra travessia entre 1964
e 1968 à sua atual correspondente, de 2016 a 2018, em mais um retorno na
espiral do tempo.
sempre girando. infinitamente, até fazermos cessar
sua monótona circularidade com um salto qualitativo, para num outro nível se
iniciar um outro ciclo.
do Golpeachment de volta ao AI-5. de um
ano que ainda não acabou, 1968, para um ano longe demais, 2018.
os anos de chumbo novamente se aproximam
velozmente para nos esmagar com impiedade? ou daqui nunca saíram, menos densos
mas sempre presentes?
{em "Memórias do Esquecimento", de Flávio
Tavares:
ao deixar na Base Aérea do Galeão Flávio
Tavares, banido como integrante do grupo trocado pelo Embaixador dos EUA,o major que o torturara se despede,
cumprimentando-o com aquela "mesma mão que acionava a máquina de choque
elétrico".
e como se antecipasse a anistia que
inocentaria seus crimes, lhe diz:
"- Desculpe
por todas as coisas que houve; eu tenho certeza de que, se você tiver um filho,
ainda vai me convidar para compadre."}
quantas vezes teremos de nos submeter
humilhados ao mesmo aperto de mão repulsivo, selando mais um pacto impossível, antes
de se fazer justiça?
é neste buraco negro no qual agora todos
experimentaremos outra vez o desaparecimento de nós mesmos?
quando a miragem democrática se dissipou com o
AI-5, em 1968, o desespero insuportável abriu o beco sem saída da ilusão da
luta armada.
se em 1964, assim como em 1961, existiam
recursos concretos para a resistência armada, o cenário em 1968, ainda mais
após o sequestro do Embaixador dos EUA (1969), já se alterara
irreversivelmente: a Esquerda armada foi "exterminada como inseto
incômodo".
qual o desdobramento de uma impugnação da
candidatura Lula? o que vem após uma derrota eleitoral? qual a consequência da
suspensão das Eleições de 2018?
ou seja: qual será desta vez a reação a mais
uma dissipação da miragem democrática? grupos radicais novamente vão fazer a
opção armada? ou todos aceitarão submissos e resignados a todos os sonhos, um por um, serem transformados em sombras?
há opção?
TESE VIII: "A tradição dos oprimidos
nos ensina que o 'estado de exceção' no qual vivemos é a regra. Precisamos de
um conceito de história que dê conta disso."
"Sobre o Conceito de História" -
Walter Benjamin
nosso conceito de tempo é o do progresso
permanente numa reta sem fim, rumo a um horizonte sempre inalcançável: a
acumulação infinita do Capital.
esta percepção de linearidade temporal é determinada pelo conceito de "tempo"
próprio ao modo de produção Capitalista.
contudo, a experiência vivida no cotidiano é a
de um torturante eterno retorno.
sempre mais do mesmo. todo dia se repetindo:
tédio, frustração, fadiga, desespero, desilusão, impotência, derrota, fracasso,
tristeza, depressão, doença, morte.
se pela linearidade temporal desfila o triunfal
cortejo dos vencedores, na circularidade do massacrante dia-a-dia nosso inimigo
não cessa de nos derrotar.
de cada derrota nem mesmo os mortos estão a
salvo, pois o passado passa por contínuas revisões até ser condenado ao
esquecimento.
cortados os laços com o passado, interrompida
a construção do futuro, então o presente se torna um cadáver apodrecendo ao sol.
{em“Um
Cadáver ao Sol”, de Iza Salles:
Em 1922, Antonio Bernardo Canellas, um jovem anarquista
brasileiro com apenas 24 anos, torna-se o delegado do PCB no IV Congresso da
Internacional Comunista em Moscou.
Em dado momento do Congresso, discordando de
seu encaminhamento centralizador e autoritário, solicitou um aparte ao próprio
Trotsky:
“- Eu disse que ele [Trotsky] estava fazendo lavagem cerebral dos
presentes”.
}
TESE XIV: "A história é objeto de uma
construção cujo lugar não é formado pelo tempo homogêneo e vazio, mas por
aquele tempo saturado de agoras."
"Sobre o Conceito de História" -
Walter Benjamin
um palimpsesto consiste de várias reescritas superpostas
ao texto inicial, formando uma densa textura de camadas entrecruzadas, cujo
notável exemplo contemporâneo vem a ser o hipertexto no ciberespaço.
um texto não é uma sequência linear de
palavras, mas uma amplidão infinita de dimensões múltiplas, onde se entrelaçam,
e também se chocam, muitos outros textos, nenhum dos quais é original.
um texto sempre é um tecido de citações.
palavras só podem explicar-se através de outras palavras.
a única criatividade de um texto é seu poder
de misturar outros textos,de
contrariá-los uns aos outros, sem nunca se apoiar em qualquer deles, para fazer
com que estes outros textos entrem em diálogo.
por isto escrever é tão perigoso. só quem
tentou, sabe. há o perigo de mexer no que está oculto – e o mundo não está à
tona, está oculto em suas raízes submersas. escrever é uma pedra lançada neste
abismo sem fundo.
a linguagem, longe de servir para descrever o mundo, ajuda-nos sobretudo
a construir um. não há movimento revolucionário sem uma linguagem capaz de
exprimir, simultaneamente, a condição que nos é apresentada e nossa ação para
superá-la.
a linguagem está no âmago da questão política.
qual a linguagem desta luta contra o golpe? quais os signos que brotam desta
ação?
este é o thriller semiótico-linguístico
no qual vivemos e ao mesmo tempo somos os autores. a mais dramática
meta-história jamais escrita na História do Brasil.
a hora é agora.
TESE XV:"A consciência de fazer
explodir o contínuo da história é própria das classes revolucionárias no
instante de ação."
"Sobre o Conceito de História" -
Walter Benjamin
agora o futuro está anulado. chega de ter
esperança. não há mais nenhum sentido em ter medo, quando nossos piores
pesadelos se concretizam.
a política tal qual a pensávamos conhecer está
morta. o que viria ser uma hiperpolítica?
precisamos construir um futuro. para isto é preciso dar um salto em
direção ao passado. para compreender que ele também ainda é um agora. só assim
poderemos agora construir um futuro.
e iremos construir este futuro naquele território com o qual temos laços.
laços com a terra, laços com a água, laços uns com os outros.
no território onde vivemos. na terra que amamos e onde sofremos. a ela
defendemos e preservamos, pois sem ela não poderíamos estar vivos.
nela seremos enterrados, nela nossas cinzas serão espalhadas ao vento.
e por ela nosso espírito passeará nostálgico. agora e sempre, sempre
agora.
{em "Uma Tempestade como a sua Memória", de Martha
Vianna:
E, de dentro do jipe, o companheiro faz com a mão um sinal para que
sigam.
Já não há mais dúvidas: ele tinha caído. O que fazer? E o fusquinha
começa a dar voltas e mais voltas, é preciso encontrar uma saída. Voltas e mais
voltas, o tempo é curto e não para."
}
não vá. F.I.Q.U.E.
vídeo: 5 Dimensions Space Time 5D
(Interstellar)
vídeo: Pink Floyd - Us and Them
vídeo: Hans Zimmer
Interstellar Endurance Suite Version One
lembrou-se de ler em algum lugar que dia
destes um suposto conhecido talvez tenha visitado Lula em Curitiba. segundo o
relato divulgado, ao entrar na cela os dois se abraçaram e o sujeito pergunta
incisivo:
"- Porra, Lula! O que você tá fazendo dentro desta cela?"
esperto como sempre, Lula retrucou no ato:
"- E o que você tá fazendo fora dela?"
mais tarde, ainda mastigando as palavras do
ex-Presidente, o almoço foi numa destas churrascarias de beira de estrada. uma
BR em perfeito estado de má conservação, com tráfego dominado por carretas
bitrem, Hylux de ruralistas e SUV de magistrados e promotores.
o cheiro gorduroso da carne mal passada
circulava em torno das mesas. famílias de classe média mantinham os olhos
grudado nas telas dos celulares. representantes comerciais engoliam batatas
fritas entre um clique e outro no WhatsApp.
na fila para pagar a conta, um motorista de
caminhão puxa conversa. obeso, cara de mal dormido há alguns meses, bermudão e
sandálias havaianas.
pergunta a respeito do Lula, se ia ser solto
ou não. a resposta foi categórica:
"- A raiva que eles tem do Lula é por causa que o Lula fez
alguma coisa pelo trabalhador pobre. Se depender deles não vão libertar
o Lula nunca."
então o cara estende a mão, sorrindo:
"- É isso mesmo! Eu vou votar no Lula. Não me interessa se ele
roubou ou não. No tempo dele o pobre tinha vez..."
mais uma réplica era necessária:
"- Mas o grande erro do Lula foi achar que podia ajudar os pobres e
ficar bem com os ricos..."
de tão emblemática, a cena tornou impossível
não se remeter a um comentário de um avatar na web, sobre os adeptos do Lulismo:
"O problema é a expectativa demente dos seus seguidores, que esperam
dele o mesmo que os seguidores do bolsobosta: um milagre político para nos
redimir de todos os processos históricos, e quem sabe, da nossa própria
História."
um dos principais nós amarrando o
avanço da luta contra o Golpe de 2016 é a pia crença em algum avatar
a nos salvar de nós mesmos.
um glorioso salvador da pátria renascido da névoa montado em seu
imaculado cavalo branco, para levar a cabo aquilo que só nós mesmos através de
nossa luta coletiva seremos capazes conseguir.
curiosamente, todos nós ao postarmos na web
somos avatares, mesmo ao fazê-lo com nosso nome próprio oficial de
batismo.
queiramos ou não, saibamos ou não, não há algo como "identidade real" na web. nela
não existe o
"sujeito do discurso", apenas o próprio discurso. palavras numa tela,
na camada de apresentação, e bytes na camada de armazenamento.
Big Data sabe muito bem
disto. sendo este o motivo de seu foco não ser no indivíduo, e sim no coletivo
de dados tratados como gigantescas bases estatísticas.
quando trocamos mensagens na web, seja numa
área de comentários, ou via Facebook, ou seja em qual for o software de captura
de dados, para quem escrevemos? qual nosso interlocutor?
há de fato algum diálogo? ou estamos
inexoravelmente sozinhos dentro de uma bolha virtual?
será que nós todos ao invés de retrucarmos uns
aos outros, estamos apenas num monólogo do qual o Big Data é o único
ouvinte? mas sempre mudo, sem deixar de coletar e arquivar tudo.
sendo assim, como todas estas trocas de
mensagens fica armazenada em terabytes de terabytes, podendo a qualquer momento
ser recuperada, e portanto ressignificada, isto implica numa linha do tempo
bidirecional?
ou seja:
- será que estamos dialogando com algo que
ainda não existe? com a IA e a “singularidade científica”?
- ou seria a “inteligência coletiva”?
pode ser que estejamos construindo uma chave
para uma porta que ainda não existe. algo que só depois iremos compreender.
seja como for, tudo passa por se dar conta de
já interagirmos com nossos próprios avatares, mas não exatamente em
direção à nossa emancipação.
"Não foram poucos aqueles que perceberam que, nos tempos presentes,
a extrema direita consegue se colocar como o discurso da ruptura, enquanto os
setores progressistas se apresentam como o discurso da preservação (de
direitos, de pactos, de garantias)."
Lula, em 08/07/2018, sobre o saldo da batalha
judicial em torno do HC para sua libertação
cerca de 40 anos atrás, em 21/04/1978, no
discurso de posse para seu segundo mandato como Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de S. Bernardo e Diadema, Lula afirmava:
"Depois de sete meses, cheguei lamentavelmente a conclusão que a
classe empresarial não quer dialogar com os trabalhadores, mas tirar toda a sua
força física, até a última gota de suor. Por isto está na hora de deixar o
diálogo de lado e partir para a exigência. Sem medo de nada."
algumas semanas depois, a greve na Scania
inaugura um longo e vigoroso ciclo de lutas em todo o Brasil.
arrastado pela força do movimento, Lula deixa
de ser um bem comportado burocrata sindical para se tornar, em apenas três
anos, a maior liderança dos trabalhadores brasileiros.
este período de lutas e este Lula combativo
começam definitivamente a desaparecer com a capitulação voluntária a partir da
última semana do segundo turno das Eleições de 1989, a primeira por voto
direto para Presidente da República após o Golpe de 1964.
desde então permanecemos girando em círculos,
aprisionados por falsas questões e incapazes de enfrentar os autênticos
desafios.
o motim e a
conspiração do Judiciário e da PF neste último domingo, 08/07/2018, caracteriza
uma situação-limite. todas as fronteiras do Estado Democrático de Direito
foram irremediavelmente ultrapassadas.
situações-limites acirram as contradições e
obrigam os envolvidos a tomar posição. frente a elas não se admite nenhuma
neutralidade, mesmo a omissão se desmascara em consentimento.
a maior parte das pessoas detesta
situações-limite, a elas evitando e delas fugindo até mais do que da própria
morte.
apesar disto, situações-limite são inevitáveis
para tudo o que vive. é através delas que são enfrentados os desafios de
crescimento inseparáveis da vida ela mesma.
situações-limites expõe a necessidade de se
romper com aquilo que já está morto, para poder renascer para a vida, rompendo
com a paralisia progressiva imposta pela estagnação e pelo impasse de uma morte
em vida.
a batalha judicial travada entre o corajoso e
determinado Desembargador Favreto e o TRF-4, Sérgio Moro e a PF de Curitiba,
expõe ainda mais uma vez o já sabido desde muito:
- o Judiciário enquanto instituição é venal, corporativo, seletivo, classista e partidarizado;
- não será prioritariamente pela via jurídica/institucional
que o Golpe de 2016 será superado.
- os golpistas jamais aceitarão a libertação
de Lula sem irem às últimas consequêncas.
assim sendo:
- aqueles dispostos a libertar Lula iriam também
às últimas consequências?
- ou se ainda se acomodam numa zona de falso
conforto, dentro de marcos jurídicos e institucionais inexistentes desde
04/03/2016, com o então sequestro-relâmpago de Lula?
- todo este procedimento judicial visa
prioritariamente fornecer subsídios para uma estratégia de marketing
político/eleitoral?
afinal, o que deseja o Lulismo? querem
mesmo Lula Livre?
frente a extrema situação-limite que vivemos
atualmente no Brasil, já passou há muito do tempo de enfrentar a realidade dos
fatos: Lula e o Lulismo não são parte da solução e sim do problema.
a linha de frente e os bastidores da greve dos
funcionários do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro em 1989.
após 19 dias de paralisação, o TST decidiu que
a greve foi legal e determinou o pagamento dos dias parados.
contudo, 2 dias depois um novo julgamento
declarou a ilegalidade da continuidade do movimento.
caso então um extravagante e diabólico anjo se
materializasse para revelar que quase 30 anos depois estaríamos nesta
deplorável situação atual no Brasil, já não causaria tanta surpresa quanto se a
revelação fosse 10 anos antes.
então já estavam avançados os sinais do
desvirtuamento das propostas de fundação do PT e da CUT. ainda assim, a
resposta viria no ato: "É preferível morrer jovem!".
"Nós temos que lembrar as palavras do companheiro Lula na greve dos
metalúrgicos do ABC, quais sejam: Mais valem as lágrimas de uma derrota, do que
a vergonha de não ter participado da luta!"
a histórica greve dos bancários no Rio de
Janeiro, em 1979, em imagens registradas em Super-8.
o setor das classes dominantes principal
favorecido com a Ditadura Civil-Militar é a burguesia financeira. os bancários
tiveram seus salários achatados e recebiam então um dos mais baixos pisos
salariais do país. ainda por cima, estavam enquadrados no Decreto-Lei 1.632, de
1978, que os proibia de fazer greve.
no segundo dia, a greve foi suspensa pela
intervenção no Sindicato, prisões e perseguição de ativistas. apesar de
derrotada, lançou bases para um forte e continuado movimento da categoria
bancária, num período de intensa ascensão das lutas dos trabalhadores em todo o
Brasil.
caso então um extravagante e diabólico anjo se
materializasse para revelar que quase 40 anos depois estaríamos nesta
deplorável situação atual no Brasil, a resposta viria no ato: "É
preferível morrer jovem!".
"Na minha opinião nossa greve faz com que gente compreenda nossa
capacidade de lutar pelas coisas que nós desejamos. Nossa greve, acima de todas
as dificuldades que enfrentamos, valeu! Valeu porque mostrou prá gente que a
gente pode estar unido, e unido ir à luta. Enfrentando juntos a barra pesada e
tendo grande chance de conseguir vitórias. Mostrou mais ainda. Mostrou que na
nossa luta, na luta de quem trabalha para acabar com a exploração de nosso
trabalho, a gente só pode contar com a gente mesmo. A gente só pode confiar na
nossa própria força. Só dá prá levar fé na nossa própria capacidade de nos
organizarmos em nossos locais de trabalho. Dentro dos bancos, nas agências, nas
seções. Não tem sindicato, não tem Diretoria de Sindicato, não tem parlamentar.
Só tem a gente e a nossa própria força. A nossa necessidade de lutar e o nosso
desejo de vencer."
vídeo: Super 8: Companheiro Bancário - 1979
(DIGITAL)