Lula, em 08/07/2018, sobre o saldo da batalha
judicial em torno do HC para sua libertação
cerca de 40 anos atrás, em 21/04/1978, no
discurso de posse para seu segundo mandato como Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de S. Bernardo e Diadema, Lula afirmava:
"Depois de sete meses, cheguei lamentavelmente a conclusão que a
classe empresarial não quer dialogar com os trabalhadores, mas tirar toda a sua
força física, até a última gota de suor. Por isto está na hora de deixar o
diálogo de lado e partir para a exigência. Sem medo de nada."
algumas semanas depois, a greve na Scania
inaugura um longo e vigoroso ciclo de lutas em todo o Brasil.
arrastado pela força do movimento, Lula deixa
de ser um bem comportado burocrata sindical para se tornar, em apenas três
anos, a maior liderança dos trabalhadores brasileiros.
este período de lutas e este Lula combativo
começam definitivamente a desaparecer com a capitulação voluntária a partir da
última semana do segundo turno das Eleições de 1989, a primeira por voto
direto para Presidente da República após o Golpe de 1964.
desde então permanecemos girando em círculos,
aprisionados por falsas questões e incapazes de enfrentar os autênticos
desafios.
o motim e a
conspiração do Judiciário e da PF neste último domingo, 08/07/2018, caracteriza
uma situação-limite. todas as fronteiras do Estado Democrático de Direito
foram irremediavelmente ultrapassadas.
situações-limites acirram as contradições e
obrigam os envolvidos a tomar posição. frente a elas não se admite nenhuma
neutralidade, mesmo a omissão se desmascara em consentimento.
a maior parte das pessoas detesta
situações-limite, a elas evitando e delas fugindo até mais do que da própria
morte.
apesar disto, situações-limite são inevitáveis
para tudo o que vive. é através delas que são enfrentados os desafios de
crescimento inseparáveis da vida ela mesma.
situações-limites expõe a necessidade de se
romper com aquilo que já está morto, para poder renascer para a vida, rompendo
com a paralisia progressiva imposta pela estagnação e pelo impasse de uma morte
em vida.
a batalha judicial travada entre o corajoso e
determinado Desembargador Favreto e o TRF-4, Sérgio Moro e a PF de Curitiba,
expõe ainda mais uma vez o já sabido desde muito:
- o Judiciário enquanto instituição é venal, corporativo, seletivo, classista e partidarizado;
- não será prioritariamente pela via jurídica/institucional
que o Golpe de 2016 será superado.
- os golpistas jamais aceitarão a libertação
de Lula sem irem às últimas consequêncas.
assim sendo:
- aqueles dispostos a libertar Lula iriam também
às últimas consequências?
- ou se ainda se acomodam numa zona de falso
conforto, dentro de marcos jurídicos e institucionais inexistentes desde
04/03/2016, com o então sequestro-relâmpago de Lula?
- todo este procedimento judicial visa
prioritariamente fornecer subsídios para uma estratégia de marketing
político/eleitoral?
afinal, o que deseja o Lulismo? querem
mesmo Lula Livre?
frente a extrema situação-limite que vivemos
atualmente no Brasil, já passou há muito do tempo de enfrentar a realidade dos
fatos: Lula e o Lulismo não são parte da solução e sim do problema.
enquanto a hegemonia do Lulismo
paralisar a Esquerda brasileira continuaremos trilhando o rumo do desalento, da
masmorra e do sepulcro.
e tudo o que Lula continua simbolizando será apenas uma mortiça
idéia na mais trevosa noite em que já estivemos.
no fim do arco-íris não há nenhum pote de
ouro. aliás, não há nem mesmo o próprio arco-íris. se algo haverá, quem sabe o
fim das ilusões...
vídeo: Rendição Voluntária
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