31/07/2018
por décadas Luis
Carlos Prestes foi um mito intocável para a Esquerda brasileira. de fato, a
Coluna que levou seu nome foi um feito inigualável, inspiradora de Mao, Fidel e
Che.
Prestes teve
outros feitos inigualáveis. foi o dirigente comunista que mais deixou cair
documentos nas mãos da polícia. também ordenou em 1936 o
"justiçamento" sem provas de Elza Fernandes, adolescente, de origem
operária e analfabeta.
quando em 1956
Khrushchev denuncia os crimes de Stálin, a muralha da infalibilidade de uma
Esquerda ditatorial começa ruir. ficam abalados também os pilares do PCB e do
culto à personalidade de Prestes, sempre subserviente às diretrizes de Moscou.
contudo, foi o
completo imobilismo de Prestes em relação ao Golpe de 1964 o início do
fim de seu mito. a Roda da História o esmigalharia impiedosamente.
por não ter
participado de nenhuma ação no período da luta armada, o PCB supôs estar a
salvo da repressão.
mesmo assim, em
1975 Geisel ordena o extermínio de seus membros. as sucessivas prisões e
execuções desmantelam completamente a direção e a estrutura do partido em solo
brasileiro.
com a Anistia o
retorno de Prestes se dá num momento de retomada do movimento de massas. nesta
nova e dinâmica conjuntura, Prestes e o PCB tornaram-se irrelevantes, apesar de
conservarem sua importância histórica.
em entrevista em
08/12/1979, Prestes enfim reconheceria:
"Somos responsáveis pela morte de
centenas de jovens pela repressão. O pacifismo seguido pelo PCB provocou uma
certa conciliação, o que fez com que estes jovens saíssem do partido e
partissem para a luta armada. O PCB é responsável por estas mortes."
todo mito é uma
construção histórica.
quase sempre suas
bases não estão em raízes profundas alimentando-se da luta coletiva por
emancipação.
repousam artificialmente
flutuando no ar. uma ilusória miragem incapaz de resistir à violenta tempestade
causada pelo avanço dos fatos, com a mudança de conjuntura e da correlação de
forças.
em meio a toda esta atual festiva algazarra
eleitoral é possível ouvir imensos gemidos. são o débil estrondo do Lulismo
ruindo por suas próprias contradições internas.
é assim que tudo se aniquila.
fonte:
- "Combate nas Trevas", Jacob
Gorender;
- "A Revolução Impossível",
Luís Mir.
as estrelas que eram nossas
até nem brilham mais
das rosas só espinhos
ferindo ainda mais
e os nossos corações a sofrer
a chorar
chorando agora estamos
de tudo a nos lembrar
o quanto nos amamos
como foi lindo amar
para nós a esperança
parece que morreu
e do amor só restou
para nós
o adeus
vídeo: MAURO SÉRGIO - O FIM
.
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