Nós somos dos povos da terra. Temos amor à
Mãe Terra. Estamos em luta contra a política de destruição e mortes. E o quadro
que vemos logo à frente é de mais fome, mais violência e mais injustiça.
Os preços dos alimentos sobem, nos impedindo
de comprar nem mesmo o básico. Não há mais emprego. Já estamos há muito vivendo
de bicos, trabalhando apenas para comer. Sem qualquer horizonte de conseguir
nossa digna moradia.
Para onde olhamos, os maus governos não
oferecem qualquer amparo que nos dê dignidade.
Apenas vemos muita humilhação. E migalhas de
ilusões, para esperarmos pela próxima eleição. Talvez não estejamos vivos até
lá, pois o mau governo de Brasília insiste em permitir que o vírus nos mate.
O que poderíamos fazer nesta situação?
Estamos começando uma nova comunidade.
Retomando uma terra. Nela construiremos um território. Para que nele nossos
irmãos e irmãs possam morar, trabalhar e gerar riqueza com seu próprio esforço
e para seu próprio benefício, através de uma vida em comunidade fraterna.
Este é um convite, de irmãos e irmãs para
irmãs e irmãos.
Temos as condições de recebê-los e de prepará-los para a nova morada e para uma
nova vida.
Trata-se, pois, de um novo Quilombo.
Uma terra para refugiados e refugiadas em
busca da liberdade. Para escapar de uma vida de opressão nas favelas e
periferias, padecendo todo tipo de inseguranças, desgraças e infelicidades,
submetidos à escravidão sob o Capitalismo.
Aqui ofertaremos formação, para uma lida na
terra com respeito ao bioma e geração de riqueza através de nosso trabalho.
Se você não tem mais condição de viver onde
está, se sinta convocado para este projeto.
Se você conhece alguém sobrevivendo sem dignidade e que precisa de um novo
lugar para viver, mostre esta convocatória a esta pessoa.
Não estamos sonhando, estamos concretamente
construindo juntos um outro mundo de dignidade, paz e justiça!
Haverá suporte: moradia, comida, ferramentas
e companhia de gente com experiência de vida na terra... dá para começar!
Estamos condenados a viver num mundo onde os
senhores julgam não mais de nós precisar. Estão nos descartando como resíduo
desnecessário, como se fôssemos lixo humano. Muito embora toda a riqueza tenha
surgido através de nosso trabalho.
Só nós mesmos podemos nos libertar desta
condenação. Isto só será possível se agirmos de modo coletivo e organizado.
Esta é uma oportunidade para fazê-lo.
Venham! Vamos caminhar juntos com nossos pés
firmemente apoiados na terra.