29 maio 2019

Hy-Brazil: macroeconomia de 4 estrelas


29/05/2019



"O Brasil se tornou um país tão paradoxal que nem as Forças Armadas – com exceção da Engenharia – conseguem desenvolver conceitos de segurança e interesse nacional. O discurso público de generais parece uma repetição sonolenta do discurso único da Globonews."
Luis Nassif - 25/05/2019

qual o pensamento econômico dos Generais?

"Mas não há dúvida de que ou aprova a reforma da Previdência ou todos nós vamos para o buraco. O Brasil está à beira do abismo."
Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno - 28/05/2019

mas o "nacionalista" e "bombeiro" Heleno expressa de modo ainda mais enfático como os Generais negam a realidade de um Brasil para além da blindada bolha corporativa das caserna e dos clubes de equitação e tênis.

na mesma entrevista:

"Uma das coisas que ficaram demonstradas na manifestação é que existe uma grande parcela do povo brasileiro que foi para a rua com a bandeira do Brasil. Na manifestação dos estudantes havia pouquíssimas bandeiras do Brasil. Isso para mim é um absurdo, é fruto de toda essa doutrinação ideológica que foi feita nos últimos 20 anos. Então, nossos jovens não têm o país na cabeça."


o Capitão-Presidente bate seguidas continências à bandeira norte-americana, enquanto proclama "EUA acima de tudo", mas para seu Ministro Chefe do Serviço de Informações, responsável pela área de inteligência do governo, o déficit de nacionalismo está com a juventude em levante contra a liquidação da educação pública.

para os Generais, estudantes "com o país na cabeça" seriam aqueles formados retilínea e disciplinadamente nos pátios das escolas, para em coro entoarem afinados o Hino à Bandeira e o Hino Nacional...

quanto mais falam, mais os Generais não podem deixar de mostrar quem de fato são.

não foi por outro motivo aquela estratégica esFAKEada, senão para poupar Bolsonaro da humilhação massacrante que teria sido sua participação em debates durante as Eleições de 2018.

pois tanto o Capitão-Presidente quanto os Generais são frutos de toda essa doutrinação ideológica que foi feita desde o Golpe de 1964.

para amputar o nacionalismo das FFAA brasileiras, o conceito de Soberania Nacional substituído pelo de Segurança Nacional.

e não só os militares nacionalistas e de esquerda foram alvo de expurgos, como se adotou uma política de caráter preventivo, evitando o surgimento de novas lideranças e alterando o processo de engajamento e promoção.

se restou algum nacionalismo nos Generais, ele com certeza está às avessas.

mas em se tratando da macroeconomia de 4 estrelas para os interesses rentistas, de onde brotou o número mágico de R$ 1 trilhão da contra-reforma da previdência?

coincidência ou não, é também o parasitário montante empoçado a cada noite no overnight, remunerado a uma à uma das maiores taxas de juros reais do mundo, sem gerar empregos e sem nada produzir, além, é claro, de um vil garroteamento da economia brasileira.

em março de 2019: "As operações overnight corresponderam a 98,3% do total das operações compromissadas, com médias diárias de R$1,1 trilhão e de 7.013 operações.".

enquanto os Generais chancelam a completa desnacionalização da EMBRAER como Boeing Brasil - Commercial, este símbolo da capitulação histórica do país à condição de neo-colônia semi-escravagista, nenhuma outra proposta econômica pode ser mais urgente e imprescindível do que:

- a completa estatização, sob controle popular, do sistema financeiro brasileiro.

este é o único fundamento sobre o qual se erguerá uma macroeconomia comprometida com a radicalização da Democracia, para refundar uma República autenticamente baseada na participação popular.

sem isto, continuaremos marchando sob o "nacionalismo" dos Generais, curvados debaixo das bandeiras dos EUA e Israel, estas sempre presentes em todos atos de apoio ao Capitão-Presidente.
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27 maio 2019

Hy-Brazil: As crenças enganosas nas saídas institucionais

26/05/2019


"Não se pense em velhos matadores aposentados. O grupo continua em plena atividade. Eram militares de baixa patente que foram convocados pelo Alto Comando do regime militar para compor forças de extermínio."
Luis Nassif 25/05/2019

qual o segredo oculto na Casa da Morte? os porões da Ditadura jamais poderiam operar sem bater continência aos Generais Ditadores, e muito menos sem o patrocínio dos grandes empresários.

tanto a própria Ditadura, quanto seus Porões, foram um empreendimento civil-militar: financiados pelos grande empresários de São Paulo Ltda., comandados pelos Generais, sob gestão local dos Coronéis e execução operacional a cargo dos Delegados.

algo mudou? olhem quem financia, comanda e se encarrega da gestão local e execução operacional do governo BolsoNazi... aliás, desde a campanha...

com o Brasil em avançado estado de desintegração, ainda mais periférico, ainda mais subordinado, ainda mais dependente, o General-Vice Mourão dá a medida do pensamento militar brasileiro, e qual é o projeto de país dos Generais:


não há qualquer esperança para o Brasil dentro do quadro da atual falência institucional. e nisto os Bolsominions tem enorme dose de razão.

ainda assim, Lula, este fake Salvador de uma pátria que já não existe, proclama peremptório: "Não é o momento da palavra de ordem 'Fora Bolsonaro!'".

como antes também não era o momento do "Fora Temer!". das "Diretas Já!". do "Não Vai Ter Golpe!". afinal, Junho de 2013 foi tão somente uma orquestração para expulsar o PT do paraíso do Presidencialismo de Coalizão.

o Lulismo e a Ex-querda são os únicos que ainda acreditam numa saída institucional para o Brasil.

e quanto mais se fiam e se agarram no terço e rosário de sua fé tola, ingênua e mal-intencionada, mais e mais nos afundamos no caos de um abismo sem fim.


anexo:

Hy-Brazil: Poder Popular

sobre o atual "Beco sem Saída" institucional:

1. há um completa ruptura entre poderes constituídos e o Poder Instituinte: a Soberania Popular anterior ao Poder Constituinte, da qual este emana;

2. Executivo, Legislativo, Judiciário e MP estão despidos de qualquer poder emanado do povo, e se alinham a serviço de um único poder: o econômico;

3. está em farrapos o véu hipócrita com o qual se recobriam os poderes constituídos. colocados a nu, nada mais oculta sua origem sórdida: um duplo golpe imposto pela força e sem qualquer legitimidade.

4. primeiro o Golpeachment, cassando as Eleições de 2014. em seguida, a fraude das Eleições de 2018: tanto pelo impedimento da candidatura Lula, quanto por uma campanha manipulada por fake-news e financiamento ilegal;

5. uma institucionalidade em decomposição não pode ser regenerada senão pelo próprio Poder Instituinte. ou seja: o Poder Popular. e Poder Popular não é criado pelo voto, somente pela luta;

6. não haverá nenhum retorno automático a uma limitada Democracia Representativa e ao finado Estado Democrático de Direito. já não há saídas fora do Poder Popular;

7. temos diante de nós dois portais: ou entramos num regime abertamente autoritário, com um Estado de exceção materializando alguma forma de neo fascismo. ou radicalizamos o compromisso com a Democracia, refundando uma República autenticamente baseada na participação popular;

8. a construção de um portal de entrada para um novo ciclo emancipador só se concretiza por meio da luta: travada nos locais de moradia, trabalho e convivência, mas integrada num amplo movimento de massas em âmbito nacional;

9. é no processo de suas lutas concretas por pautas concretas que pessoas concretas experimentam o Poder da Comunidade. chegando então a compreender como o local e o global são apenas duas perspectivas de uma mesma luta: viver uma vida que valha a pena ser vivida;

10. uma Democracia sólida, com instituições fortes, decorre da permanente atuação do Poder Popular. inclusive em seu aspecto destituinte. é ao se auto-organizar que a sociedade muda a si própria, através de uma Práxis Instituinte.
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21 maio 2019

Hy-Brazil: terraplanagem

21/05/2019

dentro da bolha BolsoNazi a Terra é plana e a Guerra Fria nunca acabou.

impera despótico o pensamento binário. a intensidade é monofásica e contínua. o monólogo gira em torno de alternativa única.  

um mundo onde a política não pode ser senão bidimensional.

sempre "nós" contra "eles": povo eleito x goyim, Terra Prometida x Faixa de Gaza, condomínios fechados x favelas, colégios particulares gourmet x escolas públicas abandonadas, kafta x Kafka.

liberdade individual acima de tudo, business acima de todos.

agora, ao se chocar com a solidez do deserto do real, virou pó. explodiu. com isto, atrapalhou os negócios. e por prejudicar os negócios, compromete a liberdade individual, compreendida fundamentalmente como a liberdade para fazer negócios e acumular riqueza.

ainda assim, cabe analisar com atenção o texto repassado por Bolsonaro.

antes de somente ser mais um delírio próprio dos nascidos e vividos dentro de bolhas, sem qualquer contato com a miséria brutal de um Brasil do qual  sequer reconhecem a existência, há diversos trechos de perturbadora lucidez.

como:

"Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal “presidencialismo de coalizão”, o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.

Querem, na verdade, é manter nichos de controle sobre o orçamento para indicar os ministros que vão permitir sangrar estes recursos para objetivos não republicanos.

FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy.

Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto."

apesar da correta identificação da falência de um sistema político sequestrado pelas mega corporações, nenhuma lucidez pode durar o bastante na Terra Plana, assim logo a frente o delírio se impõe definitivo:

"Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante."

embora os fatos sejam visto com a exatidão de como eles são, a conclusão só pode ser apresentada distorcida da perspectiva de quem se é.

não basta a terraplanagem para nivelar com qualquer profundidade, ainda se deve inverter a lógica, por mais obviamente absurdo que se seja.

e Bolsonaro já não é mais o parlamentar vulgar com 27 anos de mandatos medíocres e muito pouco realizado, e sim o arauto da "nova política". e mesmo "o eleito por Deus para comandar o Brasil".

Bolsonaro venceu as Eleições de 2018 porque encarnou o candidato outsider e anti-sistema, personificando o sentimento "contra tudo que está aí". entretanto, ninguém melhor do que Bolsonaro para representar o que há de pior na classe dominante no Brasil.

a aplicação das “medidas impopulares”, rejeitadas por quatro vezes nas urnas, só podia se dar através de um golpe de Estado. Bolsonaro é a continuidade deste golpe por meio de eleições fraudadas. tanto pela via jurídica (impedimento da candidatura Lula), quanto por uma campanha manipulada por fake-news e financiamento ilegal.

contudo, a superação das consequências sociais, econômicas, políticas e institucionais do Golpeachment só se viabiliza, paradoxalmente, pela aplicação de “medidas populares”.

ou seja, fazer o grande empresariado pagar o pato de uma crise por ele gerada.

esta contradição não apenas está dilapidando vertiginosamente o capital político de Bolsonaro, como fará o mesmo com qualquer que seja seu sucessor.

por exemplo, o General Mourão.

"Agora eu somente via um mundo bidimensional. Infinito na largura e no comprimento. Mas sem altura. Sem o céu. Onde estava o céu, eu indagava. Está lá, eles me respondiam. Mas eu não podia vê-lo, não podia vê-lo. Comecei a entrar em pânico.

Se fosse apenas não ser capaz de enxergar o céu sobre nosso vilarejo, estaria tudo bem. Mas nossos próprios pensamentos perderam profundidade. Eles também se tornaram bidimensionais. Nós compreendíamos apenas "sim" e "não". Somente "preto" e "branco". Não havia tons de cinza. Sem meio-tons, sem também capacidade de auto-preservação."

também conhecido como Vladislav Surkov, consultor particular de Putin.
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17 maio 2019

Hy-Brazil: Beco sem Saída

17/05/2019

no livro "Memórias de uma Guerra Suja", Cláudio Guerra revela um plano para explodir as instalações do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, no mesmo período do Atentado do Riocentro (30/04/1981).

com cerca de uma tonelada, a quantidade de explosivo prevista seria suficiente para arrasar com o todo o quarteirão ao redor do prédio.

participariam da operação membros do mesmo grupo que em 27/05/1977 partiu de Pernambuco num avião Hércules da FAB. seu destino foi Luanda, em Angola, onde explodiram a Rádio Nacional de Angola, a pedido do governo dos EUA.

numa das reuniões preparatórias, chega de Brasília uma advertência do Gal. Golbery: haviam sido descobertos, caso não abortassem a operação todos seriam presos.

em 1987, Bolsonaro e outros militares planejaram explodir bombas em quartéis do Exército,  na Vila Militar, na Academia de Agulhas Negras e na adutora do Guandu, que abastece de água a cidade do Rio. batizado de "Beco sem Saída", o plano não chegou a ser concretizado.

Bolsonaro é a consequência altamente previsível das FFAA até hoje não assumirem os crimes de seus porões, sempre sob o comando dos Generais-Presidentes.

Bolsonaro jamais ousaria dedicar seu voto pelo impeachment de Dilma ao torturador Ustra, caso não contasse até hoje com a conivência das FFAA e dos Generais.

a apologia do Capitão-Presidente à tortura, aos grupos de extermínio e às milícias é uma óbvia consequência  das FFAA manterem até hoje ocultos nas trevas os crimes perpetrados nos porões da Ditadura Civil-Militar, sempre sob o alto comando dos Generais-Presidentes.

com cerca de 130 ou mais militares ocupando cargos federais, num aparelhamento aprofundado ao 3º escalão, e a medida em que se avolumam as evidências de ligação do clã BolsoNazi com as milícias, um espectro sinistro ronda as FFAA: o brutal e inesperado retorno do reprimido, do qual o Bolsonaro é apenas um dos sintomas.

mas agora não já há opção, ela se deu muito tempo atrás. como no caso do Riocentro, a bomba vai explodir no colo dos Generais.

"Beco sem Saída".

vídeo: 80 tiros Exército fuzilou o carro de uma família em Guadalupe



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12 maio 2019

Hy-Brazil: nacionalismo às avessas

12/05/2019


o nacionalismo foi amputado das FFAA brasileiras pelo MR-64 (Movimento Revolucionário de 31-MAR-1964), sendo o conceito de Soberania Nacional substituído pelo de Segurança Nacional.

na aula inaugural dos cursos de 1967 na ESG (Escola Superior de Guerra), assim se pronunciou Castelo Branco, o primeiro Ditador-General:

"A Escola Superior de Guerra tem uma grande missão a cumprir, e, cumprindo-a, facilitará a tarefa do governo. Essa missão é a de formular, pela conjunta aplicação do talento civil e militar, uma doutrina permanente e coerente de Segurança Nacional e a de combater os vários ‘pseudos’ irracionais e ineficazes – o pseudo-nacionalismo, o pseudo-desenvolvimento, o pseudo-humanismo, a solução pseudo-criadora."

em 1964, as FFAA ungiram quem então fora indicado pelo adido militar dos EUA, coronel Vernon Walters, o qual conhecera Castelo Branco na Itália, onde servira como oficial de ligação com a FEB (Força Expedicionária Brasileira).

um dia depois da posse de Castelo Branco, Vernon e ele almoçaram no Palácio do Planalto, a sós.

foi durante a II Guerra Mundial, pela influência de estarem sob as ordens de militares dos EUA, que os Generais brasileiros fizeram sua opção, tão bem inescrupulosamente definida pela célebre declaração do General Juracy Magalhães: "Tudo que é bom para os EUA é bom também para o Brasil."

fundada em 1949, a ESG foi modelada no National War College, de Washington (EUA), e teve como primeiro comandante o General Cordeiro de Farias, não por coincidência também o Comandante da Artilharia da FEB.

em consequência do Acordo Militar Brasil-EUA (1952), os militares norte-americanos receberam direitos exclusivos de assistência na organização e operação da ESG.

o Programa de Assistência Militar oferecido pelos EUA constituiu-se em no braço armado de sua política externa, a fim de defender o interesse nacional norte-americano.


para extirpar a Soberania, convertendo-a em Segurança, é necessário também um Nacionalismo às avessas, pois na Doutrina de Segurança Nacional não há espaço para nenhuma Soberania Nacional, ficando o Brasil condenado a um lugar periférico e dependente na geopolítica global.

como não há Soberania Nacional que não se erga pela Soberania Popular, muito menos esta é prevista numa Doutrina de Segurança Nacional que só pode ser adotada mediante um Estado autoritário, um "governo forte", para reprimir qualquer protagonismo da população organizada.

para garantir este tipo de Segurança, a  missão prioritária das FFAA se torna combater o "inimigo interno". ou seja: todos aqueles que de alguma forma ameaçam os interesses internacionais e de seus associados minoritários brasileiros.

ao enviar a FEB à Europa, Getúlio obteve como consequência a tutela das FFAA pelos EUA, um Nacionalismo às avessas e um histórico de golpismo dos Generais, em cujo rastro jaz seu próprio suicídio, a Ditadura Civil-Militar (1964/1989) e, por que não, até mesmo o Golpeachment e a prisão de Lula.

com a missão de "pacificação" no Haiti, Lula repete a tragédia de Getúlio. boa parte dos militares hoje nomeados no governo Bolsonaro serviu na MINUSTAH.


deixando também como desonrosa herança para si mesmos as versões sobre o suicídio do Gal. Urano e o "infarto fulminante" do Gal. Jaborandy.

se com a FEB as FFAA se gabaritaram como a segurança militar de um Nacionalismo às avessas, na MINUSTAH tiveram um treinamento completo para servirem como tropa de ocupação em seu próprio país, sempre em prontidão para a guerra de extermínio dos pobres e o genocídio do povo negro.

fontes:

- "A vez e a voz dos vencidos. Militares x Militares", Hélio Silva.
- "História Militar do Brasil", Nélson Werneck Sodré.
"O Que a Escola Superior de Guerra (ESG) Ensinava", Sebastião André Alves de Lima Filho.

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08 maio 2019

Hy-Brazil: os Generais em seu labirinto

08/05/2019

num apelo à "unidade das Direitas", o General Villas Boas acusa Olavo de Carvalho de ser um  "verdadeiro Trotsky de Direita".

para o guru de Bolsonaro, o General Villas Boas não passa de "um doente preso a uma cadeira de rodas", atrás do qual os demais Generais escondem-se em busca de proteção.

o astrólogo da Virgínia (EUA) e ideólogo dos Bolsominions anteriormente insultara o General Santos Cruz como "uma bosta engomada", advertindo-o também a "controlar a sua boca, seu merda".

ao se tratar de bosta e de merda, o General Paulo Chagas tuitou categórico: "Desocupado é o ânus do Olavo que foi substituído pela boca".

o Capitão-Presidente Bolsonaro declarou-se "engolidor de sapos pela fosseta lacrimal", reiterou sua admiração por Olavo de Carvalho, "um verdadeiro fã para muitos", e defendeu a liberdade expressão de quem "é dono do próprio nariz".

para não haver dúvidas de quem é o dono do nariz, Bolsonaro chegou mesmo a conceder a mais alta condecoração diplomática para Olavo.

em meio a batalha de baixarias e grosserias, cabe indagar: qual seria a reação dos Generais, caso as ofensas houvessem partido de alguém da Esquerda?

ao que nosotros imediatamente não podemos deixar de remeter a Ditadura Civil-Militar (1964/1989), quando então era dito, e sempre redito, dentro e fora dos quartéis, vindo tanto do mais fundo dos porões quanto dos elegantes escritórios do grande empresariado e como mesmo dos austeros gabinetes presidenciais: "Aos amigos, tudo. Aos indiferentes, a Lei. Aos inimigos, a tortura."


agora o cavalo corcoveia, se empina e escoiceia. afinal, por que um mau militar, um indisciplinado tenente, poderia ser docilmente adestrado como Capitão-Presidente?

{02/01/2019:  capitaneados triunfalmente de volta ao governo montados num cavalo chucro, e já com o restante da cavalaria devidamente empossada no Planalto, cabe agora aos Generais considerarem: em se tratando de montaria, sempre resta saber quem de fato monta em quem...}

mais e mais golpeados pelo karma instantâneo, os Generais pouco a pouco vão se encontrando perdidos em seu labirinto. sem ainda compreenderem a armadilha que eles próprios construíram ao seu redor. a morada de uma monstruosa criatura novamente por eles liberada. o monstro criado por Golbery está de volta.


a dupla Bolsonaro/Mourão representa uma dupla vingança:

- a de seu herói torturador Ustra. como o revanchismo dos porões da Ditadura Civil-Militar contra uma "abertura lenta, gradual e segura", que embora até hoje mantenha intocado o entulho autoritário desmontou de vez com o próspero negócio da tortura executado pelos DOI-Codi;

- a do ultra-liberalismo selvagem do Chicago's Oldie Paulo Guedes contra Geisel e o II PND. a lumpenburguesia brasileira e seus sócios majoritários transnacionais jamais se conformaram com a criação de diversas estatais, a consolidação da indústria pesada e da infraestrutura energética e de telecomunicações, o fim do tratado militar com os EUA e o acordo nuclear com a Alemanha.}


permanecerem impenitentes como o braço armado do grande capital? a Garantia da Lei, da Ordem e do Progresso para uma lumpenburguesia historicamente especializada na pilhagem de nossos recursos humanos e naturais?

se assim for, nem mesmo este humilhante papel resta aos Generais.

com a ascensão BolsoNazi, as milícias, e diversos tipos de serviços paramilitares negociados por empresas fornecedoras de segurança privada, se  encarregarão da proteção dos interesses e das propriedades do grande empresariado.

e foi assim que Bolsonaro mais uma vez conduziu os Generais a um "Beco sem Saída".
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