31 agosto 2006

desconstruindo Lula (1)

vigia de clínica veterinária no Rio é preso após confessar a morte de uma empresária. a vítima foi golpeada duas vezes na nuca com uma pedra de mármore. em seguida teve seu pescoço esfaqueado, sua coluna vertebral cortada ao meio com um serrote, seu abdômen aberto, o corpo desmembrado e colocado em sacos plásticos. o quadril e as pernas foram localizados nas imediações do crime. a metade superior continua desaparecida.

moradores do local ficaram perplexos com o fato e comentaram que o assassino sempre foi pessoa muito gentil, ajudava os idosos a atravessar a rua e brincava com crianças e cachorros.

o criminoso agiu por vingança. um mês antes, numa discussão com a empresária, foi por ela chamado de “magrinho”.

especialistas afirmam ser um típico caso de psicopata clássico. a plena consciência do que é certo ou errado não o impede de agir conforme seu interesse, sem nenhum remorso.

seja como for, trata-se de perfil psicológico bastante comum entre a população forçada a migrar para os grandes centros urbanos Brasileiros.

há um sentimento de inferioridade ancestral que nenhuma ascensão social tem o poder de superar. a sensação de ser desqualificado em público gera reação emocional incontrolável. rejeição visceral em reconhecer o erro é defesa contra depreciação da auto-estima fragilizada. ofensa pessoal é tomada como afronta à honra e leva a necessidade de vingança exemplar.

a noção de “honra” é definida de modo particular e exacerbado, não depende de valores universais, variando conforme cada caso. no exemplo do crime citado, ser chamado de “gordinho” possivelmente não teria provocado no vigia o mesmo rancor. o ponto de honra é o limite para desencadear a resposta compulsiva.

a percepção de sentir-se inferior, por origem, impede o estabelecimento de relações de igualdade. ou aceita voluntariamente a submissão ou se impõe na constante demonstração de superioridade, mesmo que seja fazendo das limitações motivo de engrandecimento. situações adversas e golpes na auto-imagem causam sucessivas crises depressivas e conduzem ao vício.

tal estrutura de personalidade é extremamente vulnerável, com tendência a explosões quase instintivas e de efeitos imprevisíveis. homens cordiais se revelam psicopatas furiosos. basta serem atingidos no ponto certo.

30 agosto 2006


  • "Me dói ver agora o próprio presidente da República dizer: 'não, todos são iguais'. Iguais não. Eu não sou igual a ele! Eu não sou igual a ele! Eu não sou igual a ele!"
  • "Eu o acompanhei nas greves quando havia ditadura. Eu queria ter sido igual a ele naquele tempo. Mas ele mudou. Ele hoje prega e faz tudo que combateu.”

    FHC
    29/08/2006
a sola dos sapatos de FHC e a roda da História
(em 13/12/2002)

em 1978, Lula e os metalúrgicos do ABC, além de defenderem um sindicalismo desatrelado do Estado, viam com grande desconfiança a participação na política institucional e parlamentar.

apesar disto, Lula acabou apoiando, numa dessas voltas da roda da História, a candidatura de FHC ao Senado pelo MDB.

enquanto se desenrolava uma reunião do comitê de apoio e o vaidoso candidato discorria em seu tom professoral, algo nele chamava mais atenção que suas palavras acadêmicas.

de pernas cruzadas e com o pé sobre o joelho, era impossível não reparar a sola do sapato de FHC. elas não possuíam sequer um arranhão. aqueles sapatos sempre estiveram sobre pisos atapetados. aquele homem jamais pisava na rua. sempre circulava por gabinetes e ambientes climatizados.

naquele momento, ficou patente que pessoas como aquela jamais poderiam fazer com que, furando o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio, brotasse a Rosa do Povo.

ali o PT começou a ser gerado com a certeza que poderiam arrancar mil flores, mas jamais impediriam a chegada da Primavera.

então, a roda da História se pôs a girar mais decidida do que nunca no Brasil. pela primeira vez neste país, os trabalhadores reivindicavam a condição de protagonistas.

em 10/02/1980, o PT nasceu como um partido eminentemente não parlamentar, com foco no movimento social, firmemente apoiado nas bases, com um sólido conceito de democracia interna e voltado para a criação de um socialismo libertário.

muitas reviravoltas depois e ao chegar a Presidência da República, o PT se tornou a antítese daquele que sonhava ser a Primavera. seus dirigentes se converteram em arquétipos de burocratas e políticos profissionais. e se pode dizer que em nada ficam a dever ao solado dos sapatos de FHC...

contudo, a História ainda se move. implacável, não se lembra dos covardes e não suporta erros. muito menos traições. em seu movimento, costuma estraçalhar sem qualquer piedade os que tem a vã pretensão de impedir seu caminho.

29 agosto 2006


como perder de véspera

divulgação das últimas pesquisas eleitorais gera clima de “já ganhou” para a candidatura de Lula, e alguns de seus maiores críticos são os primeiros a admitir “jogar a toalha”.


perder de véspera não é apenas precipitação: é a pior das burrices. entregar a disputa antes da hora é aceitar o jogo de cartas marcadas de Lula.

infelizmente, tanto Alckmin quanto HH continuam desperdiçando oportunidades...

o cenário político nunca foi tão podre no Brasil e o menor fato é suficiente para fazer com que tudo venha a desabar.

as demissões na VW tem alto potencial para abalar Lula. e a simples menção ao fantasma Okamoto aterroriza o Presidente.

apesar de seu pouco tempo na TV, HH está perdendo o timing da divulgação de seu programa de governo. apesar deste tipo de proposta não sensibilizar a grande massa do eleitorado, a classe média continua órfã nesta eleição, daí a apatia e o desencanto dominando a campanha. programa preparado por César Benjamin pode ser o diferencial que caracterize definitivamente HH como a opção consistente para a classe média politizada: “nem um, nem outro, nem nulo. vote nela.”

aspecto psicológico que pode desequilibrar: Lula não agüenta pressão. tem “queixo de vidro” e não mais que 3 ou 4 dias bastam para levá-lo ao nocaute. o final do segundo turno em 1989 e a recente entrevista ao Jornal Nacional são bons exemplos de como o franco favoritismo se converte em patético fracasso.

para desestabilizar Lula não basta bater. é preciso saber quando e onde bater.

a porrada em Lula surtirá mais efeito se vinda de Alckmin do que de HH. em virtude de sua pouca exposição na mídia, a candidata do P-SOL não tem como encadear ataques em sequência capaz de fazer com que Lula acuse os golpes.

nada mais afastado um do outro que os projetos políticos de Alckmin e HH. talvez seja de se supor menor a distância de HH para Lula. entretanto HH e Alckmin tem, pelo menos, um ponto em comum: ambos lutam por um segundo turno.

saber trabalhar o que aproxima é uma rara competência que prescinde de acordos, alianças, táticas ou estratégias. não é outro o motivo de tanto interesse de César Maia com a candidatura de HH, cujo crescimento continua sendo o fator capaz de levar a eleição ao segundo turno.

28 agosto 2006

o pensamento interditado

parte da intelectualidade Brasileira já sucumbira com FHC no conveniente esquecimento do que antes haviam escrito.

por decisão espontânea se renderam ao slogan de não existir alternativa possível, exceto o alinhamento incondicional com o pensamento único.

prevista para se estender por 20 anos gloriosos, a era FHC encerrou-se, a rigor, com a crise cambial no primeiro mês do segundo governo. alguns dos principais ideólogos tucanos sequer conseguiram se manter vivos até o final do mandato.

o Presidente intelectual operou no limite da irresponsabilidade para promover uma privataria selvagem que destroçou o patrimônio público nacional, fruto de várias décadas de esforço desenvolvimentista.

já Lula, apesar de eleito com a bandeira da ética, não fez a menor concessão à coerência e sua política de “mãos sujas” arrasou os 23 anos de lutas populares para construir o PT e levá-lo até a Presidência da República.


assim como os intelectuais tucanos se encarregaram de fornecer o suporte teórico que legitimou a transformação do PSDB em linha auxiliar do PFL, sua contraparte petista assistiu a falência do PT entregando-se à omissão e a conivência, enquanto Lula aprofundava o modelo econômico herdado de FHC.

na recente política Brasileira, o partido oposicionista ao chegar ao poder migra inexoravelmente para a Direita e acaba executando o programa derrotado nas urnas.

a cada vez que o processo histórico desemboca numa crise, se restabelece no Brasil um acordo de cúpula, pactuado pelas elites, e a mudança se reduz a um rearranjo que tudo muda para que nada fique diferente.

intelectuais tucanos e petistas satisfazem-se com o papel subalterno de avalistas de políticas partidárias, sem assumir jamais sua função de consciência crítica da sociedade.

como qualquer cidadão, o intelectual pode ser filiado a um partido, desde que isto não implique em abdicar de sua independência, condição fundamental para que o pensamento não seja interditado.

25 agosto 2006

o “lado B”

no início do governo Lula, proliferavam as explicações para a contradição do PT dar continuidade ao modelo econômico de FHC.

em algum momento, conjeturava-se, Lula colocaria em prática um suposto “Plano B”, coerente com seu histórico na oposição e capaz de, enfim, implementar as promessas de campanha.

a justificativa era ser impossível dar um “cavalo-de-pau” na economia, que seria como um Titanic, cujo rumo em direção ao iceberg havia de ser cuidadosamente corrigido.

o tempo se encarregou de provar que se o tal “Plano B” estava tão bem escondido é porque nunca chegou sequer a existir.

com a sucessão de escândalos, Dirceu, Genoíno, Delúbio, Sílvio Pereira e Palocci foram lançados ao mar. o capitão continua com a mão firme no leme sem qualquer alteração de rota. e o PT tornou-se um cadáver sobrevivendo a si mesmo às custas exclusivamente da popularidade de Lula.

enquanto o Presidente disfarça suas imperfeições faciais com aplicações de botox, o país nos revela uma cara que nenhuma maquiagem da propaganda oficial consegue esconder: a maior taxa de juros reais do mundo, estagnação econômica, crônico desemprego, insegurança pública recorde, pauperização da classe média.

contudo, ao final do mandato mais uma vez se acende a vã esperança dos eternamente crédulos. Lula II será algo distinto e no segundo governo virá a “arrancada desenvolvimentista”.

o maior estelionato eleitoral da história do Brasil não foi suficiente para impedir que no futuro sejam repetidos os erros do passado. as bravatas de Lula continuam a seduzir os que padecem do mórbido prazer de serem enganados.

assim como não existiu nenhum “Plano B”, Lula será sempre Lula. tudo fará para ganhar as eleições e dar seguimento ao seu único projeto: manter-se no poder.

23 agosto 2006


o transe da transição
(em 23/02/2003)

a maior parte daqueles que apoiam o Governo Lula se nega a aceitar a realidade deste início de mandato, em que o único aspecto inquestionável é a continuidade da política econômica neoliberal de FHC.

como se estivessem em transe, recusam-se de todas as formas a reconhecer o óbvio : a esperança mais uma vez está sendo derrotada pelo medo, sendo que desta vez, dentro do próprio Governo.

o estado de negação produz raciocínios complexos para se justificar, numa vã tentativa de manter viva a esperança, mesmo que artificialmente.

assim surge a “teoria da transição”, segundo a qual em algum momento futuro enfim Lula abraçará os objetivos para o qual foi eleito, abandonando de vez a herança maldita de FHC.

“transição” é estabelecer um rumo e se colocar em marcha em direção a ele. e não andar de costas voltado para o passado, sem ousar encarar um futuro que se tem medo e incompetência para enfrentar.

para existir “transição” é necessário dar o primeiro passo, e não repetir uma trajetória que reconhecidamente nos lançará no caos.

o mais repugnante é que esta “transição” tende a se alongar mais e mais, até o absurdo de exigir sua continuidade num hipotético segundo mandato.

o Governo Lula erra.

e erram ainda mais aqueles que procuram defender o indefensável, ao invés de serem os primeiros a exigir que se cumpra a vontade das urnas.

cada dia perdido no patético transe de uma transição que ainda não se iniciou, implica não somente em desgaste futuro para Lula como no fortalecimento da Direita, que poderá retornar com ferocidade nunca antes vista no Brasil.

Lula tem um mundo a ganhar, mas parece determinado a botar tudo a perder ao se esquivar daquilo que se tornou : um símbolo vivo do desejo de mudança do eleitorado Brasileiro.

22 agosto 2006

o “Plano B”
( em 20/12/2002)


“A esquerda atua e fala como se escondesse um plano que não tem.”

Mangabeira Unger
17/12/2002


eleito para mudar o modelo adotado por FHC, Lula montou uma equipe econômica que tem o intuito declarado de manter a política monetária anterior.

ao ser confrontada com esta contradição, a parcela mais consciente de seus eleitores, numa vã tentativa de prolongar o gozo da vitória, se agarra a uma última esperança.

imaginam que, para corrigir o desvio original, em algum momento após a posse será colocado em prática o “Plano B”.

como o sujeito que em queda livre acha que tudo está bem só porque ainda não se esborrachou contra o chão, não compreendem que nada pode ser pior que negar a realidade.

não existe nenhum “Plano B”.

e a verdade é que tanto seu surgimento quanto sua implementação dependem unicamente daqueles que não aceitam que o medo possa vencer a esperança.

18 agosto 2006

os braços do povo

com o início da propaganda eleitoral na TV, estrategistas do PSDB anunciam ter chegado a hora da virada de Alckmin.

as esperanças tucanas poderiam até ter sua lógica, exceto pelo fato que a eleição não é decidida por telespectadores de programas eleitorais.

José Dirceu identifica corretamente a estúpida pretensão que aflige o PSDB: fazer política sem povo.

mesmo FHC reconhece que se a "mensagem não colar com o sentimento do povo, não se ganha eleição".

de qualquer modo, para a cúpula financeira o recado já está dado. nunca em véspera de eleição o mercado esteve tão confiante e tranquilo. Lula e Alckmin são vistos como iguais e, para os banqueiros, ambos são conservadores.

por causa de seu exíguo tempo na TV, alguns analistas políticos supõe que, a partir de agora, a candidatura de Heloísa Helena comece a perder força.

entretanto, a candidata do P-SOL é a única a apresentar a mensagem que sintoniza com o sentimento do povo e que arrebata o eleitorado. hoje há nojo no Brasil e as pessoas têm asco da podridão do país.

sua força não vem do marketing político e da propaganda impecável e sim das ruas, dos braços do povo.

como Roberto Jefferson já percebeu, algo está vindo aí.

17 agosto 2006

paradoxos

o Ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, considera um paradoxo as lideranças empresariais preferirem Alckmin a Lula. afinal, segundo declarou à Folha de São Paulo em 13/08/2006, nunca o setor produtivo ganhou tanto dinheiro.

paradoxo maior é isto ocorrer no governo de um Presidente eleito para mudar um modelo econômico "que, em vez de gerar crescimento, produziu estagnação, desemprego e fome", e cujo discurso de posse se iniciou com a palavra “mudança” .

com um lucro médio de 24,7% no primeiro semestre de 2006, os bancos brasileiros dobraram seu capital nos últimos quatro anos. mesmo assim, o candidato que deveria ser de oposição tem encontro na Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e suas palavras para os banqueiros presentes soam como “música para os ouvidos".

enquanto Alckmin inebria a elite financeira, FHC afirma que para se ganhar a eleição é preciso eletrizar o povo, pois “o voto não vai ser dado por cartazes, propaganda apenas”.

mesmo tendo todos os motivos para um impeachment do Presidente, a oposição preferiu, por temer seus próprios cadáveres no armário, sangrá-lo até as eleições. agora, no pior dos paradoxos, Lula segue em dianteira folgada na direção do segundo mandato.

16 agosto 2006

não interessa

Olavo Setúbal afirmou, em entrevista à Folha de São Paulo em 13/08/2006, que “é claro que os juros podem e devem baixar”. agora, como? isso é problema do governo, não dele.

para o presidente do conselho de administração da Itaúsa, holding que controla o banco Itaú, “nunca o Brasil esteve tão bem como hoje”. exceto por um detalhe: a taxa de natalidade que “ainda cresce de forma absurda no Brasil”.

não resta dúvida que Setúbal tem todos os motivos para estar muito satisfeito com o país. o lucro líquido semestral dos cinco grandes bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco e Banespa) cresceu 132,5% do início do governo Lula a junho deste ano.

e é óbvio que os juros não são mesmo um problema para ele, já que as receitas de tesouraria (em sua maior parte decorrentes de aplicações em títulos públicos) no Itaú cresceram 335% entre junho de 2003 e junho deste ano.

como se vê, muito mais que a taxa de natalidade, o que cresce de forma absurda no Brasil é o lucro dos bancos. a consequência é baixo desempenho econômico, aumento do desemprego, da miséria e da insegurança pública.

mas Setúbal não está nem aí prá nada disto. e ao se importar com a taxa de natalidade é porque entende que o único modo de acabar com a miséria é impedir os miseráveis de nascerem.

sendo um legítimo membro das classes dominantes Brasileiras, Setúbal considera que não são de sua conta os problemas do país, tampouco os problemas da população.

problema dele são seus negócios particulares. já o bem estar público da sociedade em que vive, outros que tratem disto...

como os corsários que, nos primórdios de nossa história, aqui desembarcavam apenas para saquear o ”Pau-Brasil”, Setúbal pertence a uma classe cujo interesse único é colher os frutos de uma árvore que nunca plantou.

15 agosto 2006

sem pimenta no chuchu
(ou: porque HH não atacará Alckmin diretamente)


um segundo turno nas eleições para Presidente da República depende do crescimento da candidatura de Heloísa Helena. o candidato do PSDB demonstra não ter força suficiente para impedir a vitória de Lula já no primeiro turno.

se Heloísa Helena avançar nas pesquisas, pode ameaçar Alckmin e com ele disputar lugar num hipotético segundo turno.

disto não decorre, contudo, que a candidata do P-SOL venha a tirar eleitores de Alckmin. o candidato do PSDB tem votos cativos, com forte perfil conservador e que rejeitam HH ainda mais do que a Lula.


por outro lado, algum percentual dos que votariam em Serra tendem a se transferir para Heloísa Helena. quanto a isto, SP será exceção.

embora as últimas pesquisas mostrem Alckmin e HH mais fortes em faixas semelhantes do eleitorado (aquelas com maior escolaridade e renda familiar), a candidatura do P-SOL só crescerá caso conquiste votos dos indecisos e dos eleitores de Lula.

HH não se caracterizará apenas como a “anti-Lula”, sempre tratando PSDB e PT como sócios de um mesmo modelo responsável pela falta de crescimento econômico e pelo caos social que vive o país. a referência tucana será sempre FHC.

para uma eleição em que a política parecia ter perdido a relevância, a candidatura do P-SOL já prestou um grande serviço à nação, ao fazer com que o Brasil reconsidere os rumos de seu futuro sem a camisa de força do pensamento único.

12 agosto 2006


a hora da verdade
(em 14/12/2002)

pouco importa se na vida de cada um de nós ou se nos processos coletivos, a hora da verdade sempre virá para nos encurralar.

ao ser indicado como futuro Ministro da Casa Civil, Zé Dirceu afirmou que realizava “o sonho de sua geração”. em se tratando de uma geração cujos mais preciosos sonhos viraram pesadelos crônicos, a declaração soa como um péssimo augúrio.

apesar de sua vaidade, tão extensa quanto sua ânsia pelo poder, José Dirceu continua sendo apenas mais um “Zé”. tanto faz se sentado no trono do PT ou em qualquer assento palaciano. um “Zé” saído, como Lula, da lata de lixo da História e membro de uma geração profundamente marcada por um inextinguível desejo de transformar o mundo.

muito mais que resultado de um bem sucedido marketing, a eleição de Lula se deve justo aos motivos pelos quais ele foi por três vezes rejeitado.

após a queda das máscaras, tanto do messiânico “Salvador da Pátria”, cujo único milagre trazido foi seu próprio impeachment, quanto da ilusão de desenvolvimento através da fantasia de estabilidade monetária, evaporada logo no primeiro mês do segundo mandato de FHC, o eleitorado Brasileiro, numa escolha inédita, optou pela mudança ao invés do continuísmo

foi também a primeira vez que o Brasileiro ousou encarar seu rosto no espelho e aceitar-se como é. como nunca deixara de ser. um homem pobre e sofrido, sem raízes e com baixa escolaridade.

então, numa dessas raras e poderosas confluências, o sonho da geração de José Dirceu se tornou o sonho do Brasileiro. circunstâncias especiais como esta tem a peculiaridade de fazerem com que a política deixe de ser meramente a arte do possível e incluem o impossível no rol das possibilidades.

ao reduzir tudo isto ao mero fato de aboletar-se no poder, satisfazendo a uma ambição puramente pessoal, Zé Dirceu nada mais faz que explicitar de forma gritante que é chegada a hora da verdade para Lula e o PT. e não apenas para eles, como também para toda aquela geração da qual eles são parte.

sonhos traídos cobram seu débito rápida e violentamente.

na última vez que isto ocorreu na História recente do Brasil, quando um certo senhor chamava, na frente de milhões de pessoas, por “Diretas Já”, e nas sombras dos bastidores trabalhava por exatamente o contrário, a conta foi paga com a vida, antes mesmo de ser desfrutada uma gota sequer do gosto do poder.

11 agosto 2006


marca de nascença

não é correto concluir que o problema da candidatura do PSDB é falta de marca. embora este diagnóstico seja equivocado, o raciocínio que a ele conduz não o é.

é difícil não perceber que tem algo de errado com a candidatura do PSDB. aceitar onde está o erro, porém, já se torna bem mais complicado.

o que acaba transparecendo como "falta de marca" não é nada menos que a característica fundamental da candidatura do PSDB: sua marca vem a ser justamente a falta de marca.

não é à toa o candidato ter o carinhoso apelido de "chuchu". ele é só um veículo. entra na receita apenas para realçar o ingrediente principal.

também não é outro o motivo para o candidato se definir, orgulhosamente, como um gerente. não tendo idéias próprias, lhe basta destacar-se na implementação das alheias.

a falta de marca é tão constitutiva da candidatura do PSDB que, em pleno desenrolar da campanha, o candidato ainda não se definiu nem mesmo quanto ao seu nome próprio. não sabe se deve apresentar-se como "Alckmin", como sempre foi conhecido, ou se chegou a hora de assumir o "Geraldo".

isto não quer dizer, de modo algum, que o problema da candidatura do PSDB seja seu candidato. muito pelo contrário, Alckmin se encaixa com perfeição num determinado projeto político.

as classes dominantes Brasileiras jamais tiveram um projeto próprio para o país. é uma marca de nascença. daí não admitirem um estadista na Presidência.

assim como são dependentes e submissas à sua contraparte internacional, preferem um Presidente que se comporte como elas: solícito e obediente. alguém que aceite como virtude a mansa resignação de jamais professar idéias próprias.

10 agosto 2006

voz do dono

a maior parte dos analistas de mercado costuma apresentar insuperável incapacidade de emitir opinião própria sobre economia.

mesmo quando dotados de inteligência e sensibilidade que não sejam única e exclusivamente voltadas para a gestão de ativos, não conseguem se libertar da monótona repetição de clichês consagrados.

para eles, apresentar como argumentação o que não passa de mera propaganda dos interesses que representam, tornou-se uma espécie de vício.

mesmo quando dão o melhor de si para agregar algo de original em suas declarações, nada produzem além de silêncio ensurdecedor.

estão sempre muito preocupados com a tranqüilidade do mercado, mas não demonstram o menor interesse pelo bem estar geral da população.

tudo o que importa é preservar "as conquistas obtidas na economia nos últimos anos". com efeito, até o próprio Lula confessou recentemente: "Banqueiro não tinha por que estar contra o governo, porque nunca os bancos ganharam tanto dinheiro".

09 agosto 2006


o Sol no horizonte

após viabilizar sua candidatura e consolidar o patamar de 10% nas intenções de voto, Heloisa Helena inicia, com a bem sucedida entrevista ao Jornal Nacional em 08/08/3006, uma nova fase em sua campanha.

analistas do PSDB tendem a considerar a candidatura do P-SOL como um fator capaz de conduzir as eleições ao 2o turno, e sob este aspecto favorável à estratégia tucana.

entretanto, a leitura das pesquisas indica que PSDB e P-SOL são mais fortes em faixas eleitorais coincidentes: as de maior escolaridade e renda familiar. até o momento, Heloísa Helena tira mais votos de Alckmin do que de Lula.

ao contrário do que supõe a vã sabedoria do PSDB e do PT, a força de Lula nas camadas mais pobres do eleitorado vem muito mais da inércia do que da convicção.

a medida em que se fortalece nos setores formadores de opinião, e a partir do momento que ganha visibilidade para o conjunto da população, Heloísa Helena começará a disputar votos com Lula, fazendo com que a apatia ainda mais uma vez se converta em esperança.

07 agosto 2006




anti-corvos

numa lúgubre noite de tempestade, quando em seu palácio se desfazia de antigas laudas de uma doutrina abandonada, um homem escuta uma suave batida à sua janela.

ao atender ao chamado do que havia de ser apenas uma visita tardia e nada mais, entram em vôo lento e solene vários corvos, tão feios e escuros como emigrados das trevas infernais.

atônito fica o homem, estremecendo a cada uma das inesperadas palavras, tão exatas e cabidas, proferidas em tom ousado pelas aves agourentas:

“não é este quem confessou fazer na oposição apenas bravatas porque nada mesmo podia então executar ?”

e diz o homem: “nunca mais”.

na alma do homem cravando um olhar implacável, sem pausa nem fadiga, como profetas e demônios exclamam os corvos com horror profundo:

“não é este quem rogou a Deus que, se fosse para repetir seu antecessor, antes lhe fosse tirada a própria vida ?”

e diz o homem: “nunca mais”.

cheio de ânsia e de medo, sente o homem abrindo seu peito as garras tenazes dos corvos a libertarem a mentira e o segredo:

“não é este quem converteu toda a luminosa esperança de uma inteira nação num repugnante acordo entre financistas e famintos, entre os bancos e os grotões ?”

e diz o homem: “nunca mais”.

com medonha frieza de um demônio a sonhar, o bando de corvos se reúne como um vulto em torno do homem, até dele não restar no chão nem mesmo uma sombra, e no regresso à tormenta, onde lá estão ainda à procura de se há bálsamo no mundo, vão repetindo os corvos seus gritos fatais:

“nunca, nunca mais".

06 agosto 2006



o segredo do Hizbollah

até agora o mais importante êxito do Hizbollah não ocorre exatamente no campo de batalha. sua maior façanha tem sido a capacidade de manter bem guardados seus segredos.

trata-se do primeiro grupo Árabe que Israel ainda não conseguiu infiltrar nenhum agente. a inteligência Israelense depende totalmente de informantes no Líbano.

em julho de 2006, uma rede de espionagem Israelense no Líbano foi desarticulada e cerca de 50 pessoas foram presas.

deficiência de inteligência na preparação das operações no sul do Líbano é um dos motivos reconhecidos pelo IDF para suas dificuldades no confronto. qualidade da camuflagem, alta mobilidade e capacidade de luta do Hizbollah surpreenderam soldados Israelenses. as baixas superam previsões e o moral da tropa declina.

mesmo os blindados Merkava, orgulho da indústria militar Israelense, se mostram surpreendentemente vulneráveis.

seja como for, a capacidade de resistência do Hizbollah se aproxima de seu limite. se isto constitui uma vantagem para Israel, também faz com que o conflito se aproxime de um momento inevitável e de consequências alarmantes.

o aniquilamento do Hizbollah não será testemunhado passivamente pela Síria e muito menos pelo Irã.

05 agosto 2006


cartas de Palocci

a cada eleição Palocci tira uma carta da manga. muito embora endereçados ao povo, os textos de Ribeirão Preto tem destino certo: a nata do sistema financeiro.

no Ministério da Fazenda, Palocci teve uma atuação inquestionável, exercendo com absoluto brilhantismo seu profundo desconhecimento de economia.

como líder de "uma equipe de excelência e eficiência técnica, totalmente voltada para o interesse público", Palocci levou o país a uma memorável façanha, que só não foi completa porque o Haiti defendeu com êxito o posto de último lugar em crescimento econômico na América Latina, no ano de 2005.

membros da equipe econômica não costumam ter problemas de emprego ao deixar o governo. pelos serviços prestados, logo são recompensados com cargos no alto escalão de bancos e demais empresas do mercado financeiro.

para receberem o prêmio, contudo, mínima capacitação técnica é requerida. no caso de Palocci, para continuar se dedicando à causa dos banqueiros, só lhe resta a via parlamentar.

o espólio de Sharon

fiel a seu estilo truculento e coerente com a estratégia geopolítica de Israel, Sharon tomou de assalto o alto comando do IDF e do Mossad.

a ocupação pelos seguidores de Sharon dos postos chaves nos escalões superiores dos órgãos militares e de segurança Israelenses provocou uma perigosa conseqüência.

a cúpula militar Israelense, reconhecida até pelos mais fanáticos inimigos como de altíssimo nível técnico, adquiriu um perfil monolítico de endosso automático a uma orientação política.

enquanto especialistas militares do Hizbollah e do Irã estudavam meticulosamente as táticas Israelenses, para descobrir como reagir numa provável invasão do sul do Líbano, o exército de Israel não reviu suas doutrinas nos últimos quatro anos.

o resultado é que o Hizbollah, apenas uma milícia sem armamento pesado, tem conseguido um desempenho militar no enfrentamento com Israel superior ao de qualquer exército Árabe no passado.

04 agosto 2006


coma

a máquina de matar de Israel dá sinais de estar fora de si, como se acometida de um surto psicótico.

analistas militares Israelenses admitem que tanto o Primeiro Ministro quanto o Ministro da Defesa carecem de experiência, e, pior, não dispõe das qualidades necessárias para conduzir uma guerra.

apesar de civil, o Primeiro Ministro Olmert tem especial predileção pela solução militar. talvez isto se explique por ele nunca ter servido numa unidade de combate.

numa demonstração de completa perda de contato com a realidade, parecendo em estado de coma igual a Sharon, Olmert declarou, em 02/08/2006, haver destruído a infra-estrutura do Hizbollah. sua afirmação foi desmentida poucas horas depois por uma barragem de mais de 200 foguetes que caíram sobre o norte de Israel.

03 agosto 2006


nascido para matar

Haim Ramon, Ministro da Defesa de Israel, declarou na rádio militar do país, em 27/07/2006, que todos no sul do Líbano são terroristas ou estão de algum modo ligados ao Hizbollah. defendeu a punição coletiva da população Libanesa, afirmando que para minimizar as baixas Israelenses nos combates terrestres, a força área tinha que arrasar os povoados antes das tropas avançarem.

o jornal Israelense de maior circulação, o Yedioth Ahronoth, foi ainda mais claro e enfático: “cada cidade de onde foguetes são disparados contra Israel, deve simplesmente ser riscada do mapa."

em 30/07/2006, ocorre o massacre em Qana, dezenas de mortos, a maioria deles mulheres e crianças. Israel alega que o Hizbollah lançara diversos Katyusha das proximidades do prédio, que foi reduzido a escombros.

apesar disto, a edição do Haaretz de 01/08/2006 informa que, segundo fontes da Força Área Israelense, nenhum foguete foi disparado de Qana no dia do massacre.

Israel sempre se justifica com o argumento que os árabes querem destruir o país e que precisa garantir sua sobrevivência. a verdade é que Israel não pode ser destruído por ninguém, com uma única exceção: Israel vai acabar destruindo a si próprio.
cobra na Web

César Maia é uma das cobras a quem Brizola deu asas. como a maioria dos caudilhos, Brizola não foi capaz de fazer um sucessor. os corvos que criou sempre o abandonaram, partindo para longe dele tão logo aprendiam a voar.

o desempenho de César Maia administrador só é comparável a sua prática como motorista. apesar de ser pela terceira vez Prefeito do Rio, há cerca de 15 anos ele não dirige pelas ruas da cidade.

César tem apetite insaciável pelo cargo, mas demonstra escasso interesse no exercício do mesmo.

do mesmo modo que delega a direção do veículo que o transporta, em vez de dirigir a cidade, ocupa o tempo livre para se dedicar a seu passatempo predileto: blogs e ex-blogs na Web.

embora todos reconheçam a influência da Web, políticos tradicionais tendem a utilizá-la de forma convencional, como se ela fosse tão somente uma extensão dos outros meios de comunicação. a Web, porém, tem características próprias que exigem uso inovador. e César Maia é um dos poucos políticos que já compreendeu isto.

02 agosto 2006


na onda HH

HH atrai não apenas os vários tipos de descontentamentos com o PT. alguns daqueles que teriam em Serra uma alternativa coerente para Lula, tendem para a candidata do P-SOL. esta migração é menos provável em SP que no resto do pais. no Rio será quase um movimento espontâneo, independendo de marketing e estratégias. o PSDB terá todo o longo caminho até 2010 para tentar descobrir se cometeu algum erro...

após se viabilizar na mídia, a candidatura de Heloisa Helena está num estágio de transição. é mais importante consolidar o patamar dos 10% que prosseguir crescendo para logo adiante despencar de vez. de nada valerá ser apenas mais uma onda eleitoral que passou tão rápido quanto subiu.

grave ponto contrário a HH é seu discurso raivoso e ressentido. mesmo dando mostras de já estar consciente que pode acabar tropeçando na própria língua, ainda não encontrou o tom e o momento certo para baixar a macaca e desembainhar a peixeira.
prá chuchu

em janeiro de 2006, as pesquisas apontavam Serra com o dobro das intenções de votos de Alckmin. apesar disto, o PSDB preferiu quem tinha só a metade.

talvez tenha sido uma escolha ousada, olhando do ponto de vista de abrir o rumo para 2010. ou um criativo lance do xadrez político, a fim de projetar nacionalmente um candidato fadado a ser competitivo apenas em SP...

enquanto as delicadezas do xadrez político e as ambições pessoais se sobrepõe aos interesses da nação, o caminho até 2010 tropeça nas exigências inadiáveis do presente: o PCC toma SP de assalto e dispara rajadas de metralhadora nas belas vitrines oferecendo modelos de gestão.

o país precisa de posições políticas claras e definidas e não um candidato a gerente, reconhecido por não professar idéias próprias na área econômica e elogiado por estar mais aberto à influência das maiorias.

os donos do poder no Brasil consideram independência como vulnerabilidade e discurso desenvolvimentista como fator de risco.

PSDB e PT sofrem do mesmo mal: a perda da identidade própria e rendição incondicional aos lances delicados do xadrez político. em sua origem histórica, o eleitorado tucano nunca foi conservador. hoje o PSDB disputa espaço com o PFL.

01 agosto 2006

a arma secreta

por mais que sobrem motivos
jamais faça aquilo que os falcões e hienas Israelenses querem
aquilo que os Sionistas tão bem sabem insuflar e manipular
jamais lhes dê o que tanto desejam
o alimento sem o qual não sobreviverão
por mais mais difícil que seja

JAMAIS ODEIE UM JUDEU

jamais confunda Israel e os sionista com os Judeus em particular
esta é a arma secreta dos sionistas
é assim que eles mantém e justificam o mito do “anti-semitismo”

por mais paradoxal que seja

JAMAIS ODEIE UM JUDEU

mesmo porque
os que merecem ser odiados
já o fazem por si próprios

Ariel Sharon
declarações após o massacre dos Palestinos no Líbano em 1982
17/12/1982

“Chame Israel por qualquer nome que vocês quiserem, chamem-no um estado Judeu-Nazista, como fez Liebowitz. Por quê não ? Melhor um Judeu-Nazista vivo que um santo morto...”

“A História nos ensina que aquele que não matar será morto pelos demais. Esta é uma lei de ferro...”

“E sabem porque tudo isto vale a pena ? Porque parece que esta guerra nos fez mais impopulares entre o assim chamado mundo civilizado. Nós não mais ouviremos aquele nonsense acerca do caráter único da moralidade Judaica, as lições morais do Holocausto ou que os Judeus deveriam emergir puros e virtuosos da câmaras de gás ...”

“Talvez o mundo então comece a me temer, ao invés de ter pena de mim. Talvez eles comecem a tremer, ao temer minha loucura ao invés de admirar minha nobreza.”

“Obrigado, Senhor por tudo isto. Deixe-os chamar-nos um estado louco. Deixe-os compreender que nós somos uma país selvagem, perigoso para nossos vizinhos, não normal, quer nós podemos enlouquecer se um de nossos filhos é morto – apenas um ! Que nós podemos perder o controle e incendiar todos os campos de petróleo no Oriente Médio !”

“Deixe-os estar cientes em Washington, em Moscou, em Damasco, e China que se um de nossos embaixadores for alvejado, ou mesmo um cônsul ou o menos graduado funcionário de nossas embaixadas, nós podemos iniciar a Terceira Guerra Mundial num estalar de dedos.”

a terra dos filhos de Jacó

“Naquele dia, fez o Senhor aliança com Abraão, dizendo : Eu darei à tua descendência esta terra, desde o rio do Egito [ o rio Wadi El-Arish, não o rio Nilo ], até o grande rio Eufrates.”
Gênesis 13:18

“Não te chamarão mais Jacó, mas teu nome será Israel.”
“Dar-te-ei a ti à tua posteridade depois de ti a terra que dei a Abraão e a Isaac.”
Gênesis 35:10,12

“Eis virão dias, diz o Senhor, em que eu farei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá; não como a aliança que eu fiz com seus pais no dia em que eu os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, aliança que eles violaram; e por isso fiz sentir sobre eles o meu poder, diz o Senhor.”
Jeremias 31:31,32

“Que diremos pois ? Que os Gentios, que não seguiam a justiça, abraçaram a justiça, aquela justiça que vem da fé. Mas Israel, que seguia a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por que causa ? Porque procurou atingi-la não pela fé, mas, como que se lhes fosse possível, pelas obras: porque tropeçaram na pedra de tropeço, conforme está escrito : Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma pedra de escândalo; e todo aquele que crê nela, não será confundido.”
Romanos 9:30,33

a Aliança de “D-us” não foi com a carne e sim com o espírito.

insistir na primazia dos descendentes de Isaac, é não ter compreendido Moisés.
o Patriarca de toda a humanidade nos ensinou a nunca mais adorarmos “bezerros de ouro”.
Moisés, o homem que via Deus face a face, e justo por isto nos mostrou que Deus não tem forma.
o sangue e a terra são matéria, são “bezerros de ouro”.

“A única coisa necessária é encontrar um oficial, mesmo que apenas um major. Nós poderíamos convencê-lo de fato, ou suborná-lo, para faze-lo concordar em se declarar como o salvador da população Maronita [ Líbano ]. Então o exército israelense invadiria o Líbano, ocupando o território necessário, e criando um regime cristão, que se aliará com Israel. O território ao sul de Litani será totalmente anexado a Israel, e tudo ficará certo. “

“Muita ansiedade terá que ser gerada... As vidas de vítimas Judias também tem que ser sacrificadas para criar provocações justificando represálias subsequentes...”

Moshe Dayan
1955
“Israel ou Morte”

em novembro de 1940, o navio “Patria”, com cerca de 3.500 refugiados Judeus vindos da Europa, permanecia ancorado em Haifa enquanto a Inglaterra bloqueava o desembarque dos imigrantes, pretendendo transferi-los para uma ilha no Oceano Índico.


antes que o impasse fosse resolvido, o “Patria” sofreu uma explosão e afundou, no que por muitos anos se acreditou ter sido uma sabotagem inglesa.

pesquisas efetuadas por Sabbattai Beit-Tsvi, Judeu Russo que se dedicou ao estudo dos arquivos da agência Judaica em Tel Aviv, descobriu que o responsável pelo naufrágio do “Patria” foi o Haganah, organização clandestina que deu origem ao exército Israelense.

decidido a impedir a todo custo a transferência dos refugiados, o Haganah colocou uma mina no navio, o que foi proposto por Shaul Avigur, mais tarde comandante do serviço secreto de Israel.

o slogan “Israel ou Morte”, proferido por Ben Gurion, foi levado às últimas conseqüências e o “Patria” afundou às 9:00 h da manhã de 25/11/1940, matando 250 pessoas.

não foi a única vez em que os Sionistas não deixavam outra opção aos Judeus Europeus do que imigrar para a Palestina.

o avesso do avesso do avesso

para a maciça maioria dos Judeus, Israel é visto como uma nação amante da paz e cercada de países Árabes que jamais renunciaram a “empurrar os Judeus para o mar”. a idéia que este minúsculo Estado tenha pretensões expansionistas soa como um ultraje.

entretanto, Moshe Sharett, que foi Ministro de Relações Exteriores Israelense, entre 1948 e 1956, reconheceu em seu diário pessoal que a imagem de vulnerabilidade de Israel era um artifício :

“Não enfrentaremos nenhum perigo de uma superioridade Árabe pelos próximos 8 a 10 anos.“

Ele deixa claro como Israel sempre se valeu da fraude e da manipulação :

“Em direção aos nossos fins, podemos, ou melhor, devemos inventar perigos, e para fazer isto devemos adotar o método de provocação e vingança.”

Sharret explicita a real intenção Sionista:

“Desmembrar o mundo Árabe, derrotar os movimentos nacionalistas Árabes e criar regimes fantoches sob o poder regional Israelense”.

para compreender a base histórica da qual se ergue o país chamado Israel, é necessário virá-la pelo avesso do avesso do avesso.
o Sionismo na Alemanha Nazista

em maio de 1935, Reinhardt Heydrich, chefe da SS, escreveu um artigo no qual ele separava os Judeus em “duas categorias”, declarando seu apoio aos Sionistas:


“Não está distante o tempo em que a Palestina novamente será capaz de aceitar seus filhos que dela se perderam por milhares de anos. Nossos bons votos junto com nossa oficial boa vontade irão para eles.”

na Alemanha Nazista em 1935, as duas únicas bandeiras políticas permitidas eram a Suástica e o estandarte azul e branco Sionista, cujo movimento era apoiado pelos Nazistas porque nele identificavam uma coincidência de interesses: remover todos os Judeus da Alemanha.


é conversa de anti-Semita

Chaim Weizmann, que foi o primeiro Presidente de Israel, se refere numa carta de 1914 a uma importante conversa que teve com o Lorde Balfour. este confidenciou-lhe que compartilhava com muitas das idéias anti-Semitas. Weizmann lhe fez ver que os Sionistas também estavam de acordo com o anti-Semitismo cultural.

em bom português, foi algo como se Balfour agradecesse a Weizmann por lhe confirmar a correção de seu anti-Semitismo.

analisar o processo da criação do Estado de Israel faz emergir uma verdade que é mais estranha do que qualquer ficção.

caso o objetivo do Movimento Sionista fosse genuinamente estabelecer um país para os Judeus, baseado em princípios de Justiça e Igualdade entre os Povos, é óbvio que a História não teria sido a mesma.

a não ser, é claro, se acreditarmos que, por definição, a Humanidade e o Mundo são anti-Semitas.

um mundo anti-Semita

o sempre polêmico e execrado “Os Protocolos dos Sábios do Sião” é tido como um dos mais sórdidos panfletos anti-Semita já escritos. de fato, foi utilizado com este fim pelo próprio Hitler. uma das autorias admitidas para o texto seria a polícia secreta do Czar Nicolau II, no raiar do séc. XX.

embora muitos sempre se refiram ao livro, poucos foram aqueles que o chegaram a ler. quem o faz se depara com um trecho curioso:

“O anti-semitismo é indispensável para nós a fim de manipularmos os nossos irmãos inferiores.”

desde a infância muitos dos Judeus aprendem que o mundo é anti-Semita. o trauma advindo do sentimento que a sobrevivência está sob permanente ameaça é uma das mais eficazes técnicas de controle mental.

anti-Semitismo entendido como uma pregação contra os Judeus deve ser tão combatido quanto qualquer outro discurso que semeie o ódio e a discriminação.

contudo, a bem fundamentada oposição a política Israelense não implica em nenhuma “ameaça” aos Judeus e não se encaixa neste caso.

o mesmo não se pode dizer do Sionismo, que, desde bem antes do Nazismo e do Holocausto, planejou e promoveu uma migração que tem infligido um enorme sofrimento a uma população que nunca havia feito o menor mal aos Judeus. a partir de então, a Palestina se povoou com o ódio e a discriminação.

talvez a maior prova da sabedoria de determinados anciões do Sião, e alhures, seja fazer crer a muitos que dominar o mundo é o objetivo de uma conspiração de Judeus, enquanto convencem a estes que vivem num mundo definitivamente anti-Semita.

mais brilhante que o céu de Bagdá

nos momentos que antecederam o primeiro teste nuclear, em 19/07/1945, havia grande nervosismo entre os cientistas do Projeto Manhattan. eles não estavam totalmente certos que a reação em cadeia não se propagaria por todo o planeta, destruindo-o. mesmo assim, acharam que valia a pena arriscar...

o arsenal nuclear Israelense é estimado em até 500 artefatos. em junho de 2000, um submarino Israelense efetuou um bem sucedido lançamento de um míssil com alcance de 1.800 km. presume-se que Israel possua 3 destes submarinos, cada um carregando 4 mísseis. em maio de 2002, um dos mais modernos satélites espiões da atualidade, o Ofek-5, foi colocado em órbita por Israel através do foguete Shavit, que, com alcance de 7.200 km, pode ser usado como um ICBM.

Israel é hoje considerado a terceira potência nuclear do mundo, suplantado apenas por EUA e Rússia.

evidente que tão grande e diversificado arsenal é muito maior que o necessário para uma política de “dissuasão”.

apesar disto, Israel alega que tamanho poderio se trata de “um último recurso”, a ser utilizado apenas num caso extremo para evitar sua aniquilação.

o cientista Israel Shahak, sobrevivente do Gueto de Varsóvia e de dois campos de concentração, chega a outra conclusão em seu livro “Open Secrets: Israel's Nuclear and Foreign Policie” :

“O desejo de paz, tão assumido como o objetivo Israelense, não é em minha visão um princípio da política Israelense, enquanto que o desejo de ampliar a dominação e influência Israelense é.”
“Israel claramente se prepara de modo premeditado para buscar uma hegemonia sobre todo o Oriente Médio ... , sem hesitar em se valer para este propósito de todos os meios disponíveis, inclusive os nucleares.”

junto com a primeira arma nuclear, explodiu também qualquer limite para o risco que a classe dirigente internacional está disposta a aceitar para perpetuar sua hegemonia, pouco importando se isto ameace a sobrevivência da própria espécie humana.