11 agosto 2006
marca de nascença
não é correto concluir que o problema da candidatura do PSDB é falta de marca. embora este diagnóstico seja equivocado, o raciocínio que a ele conduz não o é.
é difícil não perceber que tem algo de errado com a candidatura do PSDB. aceitar onde está o erro, porém, já se torna bem mais complicado.
o que acaba transparecendo como "falta de marca" não é nada menos que a característica fundamental da candidatura do PSDB: sua marca vem a ser justamente a falta de marca.
não é à toa o candidato ter o carinhoso apelido de "chuchu". ele é só um veículo. entra na receita apenas para realçar o ingrediente principal.
também não é outro o motivo para o candidato se definir, orgulhosamente, como um gerente. não tendo idéias próprias, lhe basta destacar-se na implementação das alheias.
a falta de marca é tão constitutiva da candidatura do PSDB que, em pleno desenrolar da campanha, o candidato ainda não se definiu nem mesmo quanto ao seu nome próprio. não sabe se deve apresentar-se como "Alckmin", como sempre foi conhecido, ou se chegou a hora de assumir o "Geraldo".
isto não quer dizer, de modo algum, que o problema da candidatura do PSDB seja seu candidato. muito pelo contrário, Alckmin se encaixa com perfeição num determinado projeto político.
as classes dominantes Brasileiras jamais tiveram um projeto próprio para o país. é uma marca de nascença. daí não admitirem um estadista na Presidência.
assim como são dependentes e submissas à sua contraparte internacional, preferem um Presidente que se comporte como elas: solícito e obediente. alguém que aceite como virtude a mansa resignação de jamais professar idéias próprias.
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