desconstruindo Lula (1)
vigia de clínica veterinária no Rio é preso após confessar a morte de uma empresária. a vítima foi golpeada duas vezes na nuca com uma pedra de mármore. em seguida teve seu pescoço esfaqueado, sua coluna vertebral cortada ao meio com um serrote, seu abdômen aberto, o corpo desmembrado e colocado em sacos plásticos. o quadril e as pernas foram localizados nas imediações do crime. a metade superior continua desaparecida.
moradores do local ficaram perplexos com o fato e comentaram que o assassino sempre foi pessoa muito gentil, ajudava os idosos a atravessar a rua e brincava com crianças e cachorros.
o criminoso agiu por vingança. um mês antes, numa discussão com a empresária, foi por ela chamado de “magrinho”.
especialistas afirmam ser um típico caso de psicopata clássico. a plena consciência do que é certo ou errado não o impede de agir conforme seu interesse, sem nenhum remorso.
seja como for, trata-se de perfil psicológico bastante comum entre a população forçada a migrar para os grandes centros urbanos Brasileiros.
há um sentimento de inferioridade ancestral que nenhuma ascensão social tem o poder de superar. a sensação de ser desqualificado em público gera reação emocional incontrolável. rejeição visceral em reconhecer o erro é defesa contra depreciação da auto-estima fragilizada. ofensa pessoal é tomada como afronta à honra e leva a necessidade de vingança exemplar.
a noção de “honra” é definida de modo particular e exacerbado, não depende de valores universais, variando conforme cada caso. no exemplo do crime citado, ser chamado de “gordinho” possivelmente não teria provocado no vigia o mesmo rancor. o ponto de honra é o limite para desencadear a resposta compulsiva.
a percepção de sentir-se inferior, por origem, impede o estabelecimento de relações de igualdade. ou aceita voluntariamente a submissão ou se impõe na constante demonstração de superioridade, mesmo que seja fazendo das limitações motivo de engrandecimento. situações adversas e golpes na auto-imagem causam sucessivas crises depressivas e conduzem ao vício.
tal estrutura de personalidade é extremamente vulnerável, com tendência a explosões quase instintivas e de efeitos imprevisíveis. homens cordiais se revelam psicopatas furiosos. basta serem atingidos no ponto certo.
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