29 agosto 2006


como perder de véspera

divulgação das últimas pesquisas eleitorais gera clima de “já ganhou” para a candidatura de Lula, e alguns de seus maiores críticos são os primeiros a admitir “jogar a toalha”.


perder de véspera não é apenas precipitação: é a pior das burrices. entregar a disputa antes da hora é aceitar o jogo de cartas marcadas de Lula.

infelizmente, tanto Alckmin quanto HH continuam desperdiçando oportunidades...

o cenário político nunca foi tão podre no Brasil e o menor fato é suficiente para fazer com que tudo venha a desabar.

as demissões na VW tem alto potencial para abalar Lula. e a simples menção ao fantasma Okamoto aterroriza o Presidente.

apesar de seu pouco tempo na TV, HH está perdendo o timing da divulgação de seu programa de governo. apesar deste tipo de proposta não sensibilizar a grande massa do eleitorado, a classe média continua órfã nesta eleição, daí a apatia e o desencanto dominando a campanha. programa preparado por César Benjamin pode ser o diferencial que caracterize definitivamente HH como a opção consistente para a classe média politizada: “nem um, nem outro, nem nulo. vote nela.”

aspecto psicológico que pode desequilibrar: Lula não agüenta pressão. tem “queixo de vidro” e não mais que 3 ou 4 dias bastam para levá-lo ao nocaute. o final do segundo turno em 1989 e a recente entrevista ao Jornal Nacional são bons exemplos de como o franco favoritismo se converte em patético fracasso.

para desestabilizar Lula não basta bater. é preciso saber quando e onde bater.

a porrada em Lula surtirá mais efeito se vinda de Alckmin do que de HH. em virtude de sua pouca exposição na mídia, a candidata do P-SOL não tem como encadear ataques em sequência capaz de fazer com que Lula acuse os golpes.

nada mais afastado um do outro que os projetos políticos de Alckmin e HH. talvez seja de se supor menor a distância de HH para Lula. entretanto HH e Alckmin tem, pelo menos, um ponto em comum: ambos lutam por um segundo turno.

saber trabalhar o que aproxima é uma rara competência que prescinde de acordos, alianças, táticas ou estratégias. não é outro o motivo de tanto interesse de César Maia com a candidatura de HH, cujo crescimento continua sendo o fator capaz de levar a eleição ao segundo turno.

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