12 outubro 2018

Brasil em Transe: onda BolsoNazi (2)

12/10/2018


com uma carreira militar e um currículo parlamentar sem qualquer distinção, além de sem experiência de gestão pública ou privada, também sem qualquer escrúpulo em personificar a barbárie de uma classe dominante colonial, escravocrata e anti-Republicana.

é deste homem sem qualidades que gerou-se o mito BolsoNazi, uma psi-op construída através de fraude, dissimulação, manipulação, diversionismo e muita confusão.

mas toda esta confusão tem uma importância estratégica. e a confusão só prospera se encontra um caldo social propício para tal.

as fake-news só conseguem viralizar nas redes Bolsonarianas do WhatsApp, por serem repassadas através de usuários despolitizados interagindo num ambiente despolitizador. uma ramificada e interativa rede de apoiadores executa a função de robôs propagadores de bolhas de pós-verdades.

as Eleições de 2018 explicitam a migração da forma de governar (governamentalidade) sob o modelo da economia política para um paradigma cibernético, a partir do qual estar vivo equivale fazer parte de um amplo sistema mundial de comunicação.

Bolsonaro é o previsível resultado de longos anos de despolitização, num contexto de grave crise do capitalismo sem haver nenhum encaminhamento concreto para superá-la, ou ao menos mitigar seu brutal e violento efeito sobre a população.

esta despolitização é também um dos frutos malditos do Lulismo, com sua estratégia de conciliação permanente para viabilizar um projeto de hegemonia às avessas:  curvar-se à quase totalidade das exigências de uma minoria, para tentar se legitimar pela concessão de alguns poucos benefícios para a maioria.

sendo o voto em Bolsonaro certamente uma expressão grotesca e caricatural do ódio, então cabe indagar: ódio a quê?

ódio ao sistema. ódio aos políticos. ódio à falta de perspectivas. ódio ao estelionato eleitoral. ódio ao desemprego. ódio à inadimplência. ódio à miséria. ódio a insegurança. ódio à corrupção.

são muitos os ódios, mas sempre paridos pelo mesmo cruzamento: o da crise de representação com a crise econômica.

mesmo se Bolsonaro não for eleito, continuará como uma forte posição política. ou seja: Bolsonaro não pode ser derrotado com eleições, só politicamente.

então, cabe outra vez indagar: qual política é capaz de derrotar Bolsonaro?

com certeza não a "política" de Haddad, seguindo a estratégia eleitoral estabelecida pelo Lulismo:

- maximizar a transferência de votos no 1o. turno: "Haddad é Lula";
- firmar o "pacto nacional" no segundo, sob a coordenação de Jaques Wagner: "Haddad é Jaques Wagner".

mas no fundo, no fundo, bem no fundo mesmo, Haddad jamais deixou de ser Haddad. "Haddad é Haddad", o candidato perfeito... para o PSDB.

prioriza a costura do "pacto nacional" com Marina, FHC e até Joaquim Barbosa, sendo que nenhum deles tem voto. todos integrantes daquele sistema político odiado pelos eleitores de Bolsonaro.

privilegia os conchavos de gabinete com os grandes empresários, exatamente aqueles responsáveis, e maiores beneficiados, pelo desemprego, inadimplência, miséria, insegurança e corrupção. tudo aquilo tão odiado pelos eleitores de Bolsonaro.

enquanto isto, Ciro declara "apoio crítico". mas se é para ser crítico, preferiu ser crítico em Paris.

para não inviabilizar seus acordos de cúpula Haddad não pode pactuar com o povão, assim este continuará a se iludir com o falso messias BolsoNazi.

via WhatsApp o povão posta uma mensagem para Haddad. papo reto. papo liso. na veia:

"aí, até voto em tu. basta anunciar, e depois cumprir, o seguinte:

- aumento do SM para R$ 1.500, a partir de JAN-2019;
- repactuação para os inadimplentes nos mesmos moldes do grande empresariado."

como para alguns de seu eleitores um aumento real do SM é inflacionário, exatamente como pregam os economistas neoliberais, Haddad já garantiu ao mercado seu compromisso com mais uma Contra-Reforma da Previdência logo ao início de seu mandato.

em 2104 Dilma esperou ser eleita para consumar o estelionato eleitoral, agora Haddad resolveu ir se adiantando.

ninguém pode combater a bolha alheia se, por sua vez, também está aprisionando em sua própria bolha.


" Tão logo foram divulgados os resultados, começaram a proliferar nas redes postagens criticando os nordestinos pelo resultado amplamente favorável ao PT. O ‘poste’ de Lula só não venceu no Ceará, terra de Ciro Gomes. Mapas do Brasil designando a região como ‘Venezuela do Sul’ e ‘Cuba do Sul’ são algumas das ‘pérolas’ que já circulam na web. Prato cheio para as desesperadas hostes petistas. Para garantir a eleição, Bolsonaro precisa aumentar seus votos no Nordeste e não perdê-los."

glória!
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