24 outubro 2018

Brasil em Transe: Eleições de 2018 - 24/10/2018

24/10/2018


"O diálogo não é a conversa entre iguais, mas sim a conversa real e concreta entre diferenças que evoluem na busca do conhecimento e da ação que dele deriva. Diálogo é resistência."

o que se aprende ao conversar com um eleitor de Bolsonaro?

na Av. Rio Branco, em frente a entrada do metrô, centro do Rio de Janeiro, o grupo de apoiadores de Haddad distribui adesivos e panfletos. no renhido corpo a corpo com os transeuntes, se empenha para reverter votos.

um pouco adiante, alguns atores executam uma performance exortativa contra a violência: #EleNão.

para compor o cenário improvisado, estão colocadas ao longo do passeio várias peças de roupas pintadas de vermelho, com pétalas de rosas por cima delas.

um eleitor de Bolsonaro se aproxima. argumenta com alguns dos apoiadores de Haddad. em poucos instantes o diálogo se trunca. mas sem qualquer violência ou mesmo grande exaltação.

em seguida, ele ergue seu celular e grava um depoimento. afirma que tentara debater, mas não houve condição, pois "eles" não tinham argumentos, nem mesmo disposição para conversar.

jovem e com expressão simpática, aparenta uns 26/27 anos, embora já tenha 32. empregado num escritório ali perto, mora em Mesquita, Baixada Fluminense, periferia distante.

eleitor por duas vezes de Lula, em 2002 e 2006, não repetiu o voto no PT nas eleições de Dilma.

evangélico, estuda a Bíblia, assim como política. autodidata, usa a web para pesquisar e se informar.

enquanto conversa, rapidamente posta no Facebook o vídeo que acabara de gravar.

pondera que Lula fora eleito com base na proposta de melhoria de vida da população. ele mesmo se reconhece de classe média baixa, num país com grandes desigualdades e muita miséria.

mas Lula tendo usado a carência e as demandas do povo para se eleger, em seguida  logo se abraçara com a corrupção, a qual prometera combater.

apesar de alguma melhoria, o objetivo principal fora o enriquecimento pessoal e de seu grupo político, o PT.

por trás de tudo, o plano insidioso de implantar o socialismo no Brasil.

segundo afirma, o PT não permite de modo algum Haddad fazer uma autocrítica para reconhecer os erros cometidos. quanto a isto, concorda com o discurso de Mano Brown no ato de ontem (23/10/2018), realizado nos Arcos da Lapa.

declara-se contra as políticas identitárias, porque ao se dividir a população em minorias se perde o sentido da maioria.

também não pode concordar com o ensino infantil estimular uma criança de 5/6 anos a se tocar nos órgãos sexuais. muito menos aceita alguém mal entrando na adolescência já ter maturidade para escolher o próprio gênero e "mudar de sexo".

seu entusiasmo atual com Bolsonaro vem deste ser capaz de abordar com franqueza e objetividade alguns dos principais clamores da população: corrupção e segurança.

aliás, em relação a isto indigna-se por Haddad, e seus apoiadores, terem pouco a propor e a falar.

não se conforma com a situação do país. aponta em direção aos cantos das calçadas, tomados por pessoas deitadas no chão em cima de pedaços de papelão.

"- Cadê a justiça?", desabafa com ênfase, erguendo os dois braços.

complementa: "- É por isto que quando o filho do Bolsonaro falou em fechar o STF, logo a Globo e a Esquerda se uniram para condená-lo...".

por culpa do "comunismo satânico", estamos ficando igual a Venezuela. tanto aqui como lá,  a sociedade não se beneficia dos riquezas naturais do país.

o celular vibra seguidamente. mais e mais mensagens chegandos via WhatsApp. ele as lê rapidamente. responde algumas, teclando enquanto fala.

despede-se com um sorriso aberto e um forte aperto de mão. acabara sua hora de almoço. tinha que voltar ao trabalho.

ainda comenta: "- Foi a primeira vez que consegui conversar com um Esquerdista...".


vídeo: Mano Brown detonando o PT no showmício nos Arcos da Lapa


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