- fracassou a terceira via: a "AlCiriNa". esta criatura monstruosa com 3 faces (Alckmin, Ciro e Marina) mas
sempre com a mesma cabeça no comando: o grande empresariado no Brasil e os mega
interesses globais;
- teremos o segundo turno ideal planejado pela mórbida
estratégia do Lulismo: civilização versus barbárie? mas quando escovada
a contrapelo a História já nos ensinou: nunca houve um monumento da cultura que não
fosse também um monumento da
barbárie. apelidamos de "civilização" aquilo que tem sido
apenas o triunfo da barbárie;
- nas Eleições de 2014 o Lulismo também teve o seu segundo turno
ideal. até hoje padecemos suas consequências. então, mais uma vez foi a binária
polarização anti-Lulismo x Lulismo a estratégia para a vitória
eleitoral. como perverso efeito colateral, o anti-Petismo serviu de chocadeira para o ovo da serpente do
proto-fascismo;
- o grande Capital começa a convergir para o
apoio a Bolsonaro, seguindo seus setores assumidamente lumpen. como os
endividados milionários sonegadores e os CEO dos empreendimentos da teologia da
prosperidade. seja na fogueira santa da fé ou nas lojas de departamentos dublê
de financeiras, no grande comércio varejista reciclam-se as mega jogadas do
atacado;
- a classe dominante no Brasil passa não
apenas por um reposicionamento político, o qual inclui um retumbante NÃO ao
social-liberalismo e ao presidencialismo de coalizão, como também por sua
recomposição interna, esta iniciada com a demolição das empreiteiras pela Lava Jato &
Associados e a condução da JBS ao abatedouro;
- sujeitas a todo tipo de manipulações
flagrantes e grosseiras, as Eleições de 2018 expõe de forma pedagógica
os estreitos limite da via eleitoral/institucional como opção de transformação
social;
- ao papel tradicional da grande mídia
superpõe-se um flood contínuo de fake-news, as bolhas da
pós-verdade, o reestabelecimento da censura-prévia, as pesquisas eleitorais
como psi-op, a intervenção direta do Judiciário e das FFAA para
influenciar o resultado eleitoral. e se tudo isto ainda for pouco: o golpe
militar sempre está na ordem do dia;
- longe de ser o acesso a uma redenção
emancipatória, a hiper-conectividade das redes sociais é a mais visível
característica on-line da migração de uma governamentalidade sob
o modelo da economia política para um paradigma cibernético;
{ assim como a economia política reinou sobre
os homens deixando-os livres para cuidarem de seus interesses, e a cada negócio que
faziam se tornavam menos livres, a cibernética estimula a comunicação: quanto
maior for nossa conectividade mais deixamos de interagir uns com os outros.}
- sim:"Eleição sem Lula é fraude!", mas é preciso ir além: "Eleição é
farsa!";
- a forma de governo assim denominada Democracia
Liberal Representativa foi concebida para ser um instrumento de controle da
população. para se evitar que as amplas camadas oprimidas viessem a ter
autêntico protagonismo, mas se conservando uma aparência de participação. por
isto, a medida da participação de fato aumentar, acirrando a contradição
intrínseca ao modelo, o fino véu da farsa democrática é rasgado para se exibir
a face grotesca do Estado de Exceção;
- o
Lulismo opera com uma polarização
binária para reduzir a luta de classe a antagonismos primários. "nós"
e "eles". Lula x FHC. PT x PSDB. Lulismo
x anti-Lulismo. golpismo x
conciliação. civilização x barbárie. é preciso um brutal esforço para cortar e
recortar a complexidade social, até reduzi-la a uma diminuta dimensão capaz de
ser encaixada na moldura de uma conveniente análise simplificadora;
- muito além deste reducionismo,
agora está escancaradamente exposta a autêntica polarização: aquela entre
irreconciliáveis modos de viver. uma Guerra de Mundos. sem nenhuma síntese possível, apenas uma
coexistência mais ou menos pacífica. uma trégua continuamente provisória, viabilizada
pela certeza do mútuo aniquilamento, no caso de ser rompida.
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