25 outubro 2018

Brasil em Transe: Eleições de 2018 - 25/10/2018

25/10/2018


- como há muito tempo não se via, ambulantes do centro do Rio de Janeiro voltam a usar adesivos do PT, em apoio a Haddad. se antes Bolsonaro era o nome correndo de boca em boca para quase todos, agora aqui e ali se espalham gritos de "Vai virar!";

- enquanto a doença mastiga os intestinos de Bolsonaro, o jacaré das ondas eleitorais começou a fechar a boca. de sua mordida nenhum de nós restará poupado, pouco importa o resultado das urnas;

- os cemitérios vivos estão por toda a parte. mortos ainda vivos. vivos já mortos. espectros jogados nas sarjetas. sem emprego, sem renda, sem saúde, sem dignidade. sem visibilidade. sem esperança. sem medo. nenhum presente, passado ou futuro. apenas uma danação que dura, sem nunca passar;

- em meio a legião zumbi de fake-news, necrófilos e antropófagos se defrontam nas ruas e nas redes. repete-se a heróica dinâmica ocorrida no segundo turno das Eleições de 2014. o povo sem medo se ergue para enfrentar a ascensão do fascismo;

- não será Haddad quem vencerá estas eleições, serão os Manos. Brows e todo um arco-íris de insubmissos muito putos com "tudo que está aí". contra o "Viva la Muerte!" bradam ainda mais alto: "Muera la Muerte! Gracias a la Vida!";

- os LGBT são hoje o que as mulheres foram nas grandes lutas do passado: a linha de frente das transformações sociais, sendo também os primeiros a serem atingidos pelo impacto da onda fascista;

- o Brasil tal qual o pensávamos conhecer, acabou em Junho de 2013. então a multidão estava clamando por um passo à frente. como a construção do futuro foi interditada, giramos aprisionados numa mortal encruzilhada. a cada volta cavamos um abismo sob nossos pés;

- o pacto Constitucional de 1988 faliu. não há retorno. não há saída. é preciso que não fique pedra sobre pedra. será com este escombro, com as pedras desta ruína, que coletivamente construiremos nosso futuro. ou não haverá qualquer futuro;

- não é com amor que se vence o fascismo. é com o ódio. não será com a paz. será com a guerra. não somos nós quem fazemos as escolhas. elas nos são impostas por circunstâncias da História. nossa única escolha foi passar por esta luta.
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