- Guerra de Famiglias não está restrita
ao Brasil, pois
também o setor dominante global está rachado: o mundo unipolar contra si
mesmo e contra todos os outros mundos;
- a luta de classes é também uma luta entre frações de classe no seio do
setor dominante;
- em sua inelutável decadência, o Imperium jaz dividido: soberanistas x globalistas.
os defensores da soberania Estado-Nação versus a globalização irrestrita sob um
governo mundial;
- tanto soberanistas quanto globalistas representam a fração
altamente financeirizada do Capital e ambos são defensores de um mundo
unipolar;
- entretanto, os soberanistas
seguem uma estratégia unilateral, sob a hegemonia dos EUA. enquanto os globalistas adotam um modelo multilateral
implementado através de entidades supra-nacionais blindadas contra a soberania
popular. sendo a União Européia o modelo real existente;
- fora do âmbito do Imperium, mas ainda dentro do núcleo do
setor dominante global, a iniciativa de um mundo multipolar tem seu epicentro
na China com o eixo sino-russo como motor;
- ao contrário das duas frações internas ao Imperium, esta fração do Capital pretende um resgate do keynesianismo produtivo para reconectar
o capital financeiro com a economia produtiva, cujo exemplo em implementação é
a Nova Rota da Seda (OBOR);
- nenhuma das três frações em luta por hegemonia tem propostas capazes de
superar a atual crise estrutural do Capitalismo, estagnado pela tendência de
queda da taxa de lucro e pela limitação dos recursos naturais;
- por mais que os soberanistas
tentem repatriar as transnacionais de volta ao solo norte-americano, os
contextos históricos não se repetem. não haverá retorno ao keynesianismo
fordista do anos dourados pós II Grande Guerra, tornando-se impossível "Make America Great Again";
- a Tirania Financeira Global (globalistas) mais e mais extirpa o
trabalho do processo produtivo. ao alterar a composição orgânica do Capital
concomitantemente impulsiona a queda da taxa de lucro. com a maior parte da
população tornada supérflua, a reciclagem implica numa gigantesca destruição de
forças produtivas. o que se daria através de uma guerra nuclear, portanto
inviabilizando as condições para a vida humana no planeta;
- para o "Socialismo de Mercado" chinês a inclusão social de
bilhões de eurasianos se choca frontalmente com a fronteira entre a pulsão
consumista, orientada a obsolescência programada, e as limitações dos recursos
naturais, os danos ambientais e a catástrofe ecológica. além disto, por seu
caráter autocrático gera uma sociedade distópica, sob vigilância e controle de
um Big Brother digital, cujo exemplo atual
é o sistema de Crédito Social já
em implementação na China;
- historicamente passamos por "um
período de transição de um modo de produção para outro", com um novo
nível e escala de desenvolvimento das forças produtivas desencadeando a
transformação das relações sociais de produção até então estabelecidas;
- para além da clássica questão "Socialismo
ou Barbárie", nos encontramos hoje, não apenas como civilização mas
principalmente como espécie, diante de uma encruzilhada definitiva:
pós-Capitalismo ou extinção.
referência:
"O Capital
frente ao seu declínio", Andrés Piqueras, Wim Dierckxsens.
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