16/06/2019
quando começava a escurecer e a Igreja da Candelária reluzia, iluminada por um brilho em tom esmeralda, a gigantesca manifestação também começou a se movimentar pela Av. Pres. Vargas, em direção à Central do Brasil.
após o dia de Greve Geral (14-JUN), dezenas de milhares de pessoas então e ali se congraçavam não apenas contra o desmonte da previdência pública, mas principalmente por uma vida que valha a pena ser vivida.
quando começava a escurecer e a Igreja da Candelária reluzia, iluminada por um brilho em tom esmeralda, a gigantesca manifestação também começou a se movimentar pela Av. Pres. Vargas, em direção à Central do Brasil.
após o dia de Greve Geral (14-JUN), dezenas de milhares de pessoas então e ali se congraçavam não apenas contra o desmonte da previdência pública, mas principalmente por uma vida que valha a pena ser vivida.
então e ali esta vida se trazia à experiência.
em cada palavra de ordem. em cada canto de guerra. nos abraços entre
velhos amigos. nos apertos de mão de novas amizades.
então e ali esta vida se vivenciava. cada qual dos presentes constituía a
plenitude de um corpo não segmentado por órgãos, simultaneamente singular e
múltiplo. prenhe de vida.
como um imenso caleidoscópio recombinando formas heterogêneas, o
deslocamento da multidão gerava uma atmosfera de júbilo. muito embora nada
houvesse para se rejubilar, a não ser então e ali se estar irmanados na e com a
luta.
entretanto, um pouco mais adiante as forças da ordem já haviam se
perfilado para impor a disciplina, o controle e a submissão.
no Panteão de Caxias, o Duque patrono do Exército Brasileiro, um grupo de
soldados da PE portava equipamento anti-multidão, contando com o apoio da
cavalaria e de dois blindados, para guarnecer o imponente monumento e bloquear
o acesso à pista em frente a ele.
enquanto a manifestação reivindicava melhores condições de vida, a tropa
defendia mármore, ferro, bronze e restos mortais.
se os manifestantes lutavam por um presente no qual os vivos se tornem maioria, os militares garantiam a hegemonia do passado, para a tradição de todas as gerações mortas seguir oprimindo como um pesadelo o cérebro dos vivos.
se os manifestantes lutavam por um presente no qual os vivos se tornem maioria, os militares garantiam a hegemonia do passado, para a tradição de todas as gerações mortas seguir oprimindo como um pesadelo o cérebro dos vivos.
nada deveria macular o mausoléu de um Duque promotor do genocídio da
população paraguaia, e sempre fiel servidor dos interesses do imperador e do
imperialismo ao liderar campanhas de "pacificação" das revoltas
populares.
um quarteirão antes do Panteão, coube à tropa de choque da PM-RJ
dispersar a manifestação com bombas de efeito moral, tiros de balas de borracha
e muito gás lacrimogêneo.
em cada ato da repressão nitidamente era possível distinguir seu lema
sinistro: viva la muerte!
se a Guerra sem Fim se tornou o hardware no qual se processa atualmente
o Capitalismo, o terrorismo vem a ser a continuidade infinitamente capilar desta
guerra, não importa por qual meio. sem qualquer limite de atrocidade, toda
crueldade se justifica com o objetivo de perpetuar uma permanente síndrome de
pânico mundial.
26/12/2017
vivemos todos, queiramos ou não, saibamos ou não, numa guerra. a guerra
de um mundo contra todos os demais. uma guerra de extermínio.
não temos e nunca tivemos outra opção: ou lutamos ou não sobreviveremos,
pois a sobrevivência se tornou sinônimo de luta.
Muera la Muerte! Gracias a la Vida!
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