10/03/2018
tem tudo certo para dar errado.
o vídeo de
03/03/2018 com mensagem de Lula saudando a pré
candidatura Boulos, já surge como um importante documento da História de um
Brasil perdido, sem a menor noção de como retomar seu rumo e incapaz de
aprender com seus próprios erros.
para contextualizar adequadamente, suponha-se
FHC gravando mensagem de apoio a uma candidatura alternativa à Lula pelo PT.
Haddad, por exemplo.
teria sido altamente elogiável, caso Lula
tivesse tomado a mesma prudência que sempre adotou em seu trato com a
lumpenburguesia brasileira. aguardando eticamente a oficialização de Boulos
como candidato pelo PSOL.
em 06/01/2018, aqui postei: agora é a vez de Boulos fazer sua opção na fatídica encruzilhada de um interregno: ser
ou não ser. ou melhor: qual vir a ser?
parece que tanto Boulos quanto o PSOL já
tomaram sua decisão: entre ser e não, oPTaram por não vir a ser. permanecerão
paralisados na encruzilhada de uma candidatura bipolar.
Boulos é a maior liderança popular surgida no
Brasil, depois de Lula em 1978. entretanto, ao ocupar o PSOL como teto para sua
ambição parlamentar, Boulos lança já em ruínas uma candidatura que poderia vir
a ser um importante fator de superação de um sistema político falido.
por sua vez, Marcelo Freixo, um dos principais
operadores de Boulos dentro do PSOL, sai com o alicerce de sua credibilidade
política profundamente trincado.
Freixo anteriormente fizera o diagnóstico correto
da
crise da Democracia brasileira ser a crise da Esquerda brasileira: uma crise de identidade.
agora reproduzem exatamente os mesmos vícios que conduziram a esta crise
de identidade: o caciquismo das cúpulas burocratizadas, a falta de
transparência no debate, a negação da democracia interna, a alienação das bases
partidárias do processo decisório.
tudo isto por conta de eleições que sequer ainda sabemos ao certo se
ocorrerão, mas temos absoluta certeza que caso ocorram serão um farsa.
todo o fato é revelador do esgotamento da forma-partido como instrumento
de organização e de luta. estamos no grau zero. tudo terá que ser reinventado
num processo de reconstrução.
entre os inúmeros motivos para se admirar e
apoiar Guilherme Boulos, entre eles não estará sua candidatura à Presidência em
2018.
sua insubstituível contribuição para a
reconstrução da Democracia seria continuar inteiramente focado nos movimentos
sociais de base.
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