30 setembro 2018

Brasil em Transe: de novo, mas não a felicidade

30/09/2018


- o setor dominante no Brasil está mais uma vez circunstancialmente dividido, refletindo internamente, mas não de forma direta, a disputa global em curso: o mundo unipolar contra todos os outros mundos;

- estamos no epicentro de uma Guerra Mundial Híbrida. não uma guerra no mundo e sim uma Guerra de Mundos;

- o núcleo do setor dominante interno se compõe de banqueiros e rentistas, grandes empresas (inclusive mídia) não financeiras mas financeirizadas, exportadores de commodities e respectivas cadeias produtivas, os empreiteiros foram alijados enquanto usineiros tem participação secundária, o grande comércio varejista e o maior de todos os negócios da economia mundial: o Black Market;

{Black Market é o nome do jogo:

- grande parte da economia formal é mera fachada para um vasto e profundo mercado negro mundial, do qual o sistema financeiro faz a legalização dos lucros e deles se apropria em sua quase totalidade. ou seja, o Black Market é propriedade da Tirania Financeira Global;

- é através do intrincado enraizamento do Black Market na lumpenburguesia brasileira, que se encontra o mapa do caminho do Golpeachment. seus formuladores, seu objetivo, sua estratégia, seus patrocinadores e seu operadores. todos integrantes do mega cartel globalizado do grande business mundial;
}

- longe de ser um inesperado ponto fora da curva, Bolsonaro encarna fidedignamente as idéias e valores não apenas do grande empresariado, como os de seus associados e serviçais, deixando exposta a face horrenda da lumpenburguesia brasileira;

- para banqueiros, rentistas e exportadores de commodities, Bolsonaro é aceitável, por conceberem o Brasil unicamente como neo-colonial e semi-escravocrata, num projeto anti-Povo e anti-Nação;

- o setor financeiro global, a Tirania Financeira Global, fechou com o #EleNão, pois Bolsonaro é despreparado demais, inflexível demais e com acesso demais ao poder militar. seu governo será de uma explosiva e quase incontrolável instabilidade, incompatível com um saudável ambiente para a prosperidade dos negócios;

- o PSDB, seja com Alckmin ou qualquer outro, completa 5 eleições consecutivas provando não ter mais qualquer condição de ser o gerente da crise do Capitalismo no Brasil, como o foi nos anos FHC. a falta de inserção popular inviabiliza o PSDB como gestor dos conflitos sociais, para mantê-los pacificados;

- o Lulismo mais uma vez se oferece a esta função, sendo Haddad para este propósito o candidato quase perfeito. "quase" porque falta combinar com seus eleitores. Haddad eleito está condenado a cometer mais um estelionato eleitoral, tomando como uma de suas primeiras medidas a Contra-Reforma da Previdência, assim como Lula fez em 2003;

- com a inviabilidade eleitoral de Alckmin e o fracasso na decolagem dos diversos experimentos de terceira via, alguns setores do bloco dominante, alinhados com os mega interesses globais, tendem a apoiar Haddad, mas com muita reticência e sempre aplicando muita pressão para conservá-lo garroteado;

- já os setores do bloco dominante em torno de Bolsonaro preferem medidas drásticas e levadas a cabo de imediato através de violenta repressão;

- este é o pacto civilizatório em marcha: o consentimento em perder negociadamente quase todos os direitos e avanços, em troco de não perder tudo imediatamente sob muita truculência;

- tanto no Brasil quanto no mundo, há uma disputa dentro da classe dominante, se apenas por ela formos pautados, já estaremos derrotados de antemão;

- qualquer que seja o resultado das eleições, teremos muita instabilidade à frente, nenhum retorno ao "normal". nenhuma possibilidade de "ser feliz de novo", como se algum dia tivéssemos sido...
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