26 setembro 2018

Brasil em Transe: as portas do inferno

26/09/2018


nos aproximamos velozmente de um terrível e imediato futuro. ainda é possível evitá-lo?

após as Eleições de 2018, o Golpe de 2016 será legitimado. como nunca antes neste país está exposta a farsa eleitoral, urdida no conchavo dos gabinetes e tramada no acordo com a elite.

mais uma vez rifada como massa de manobra e usada como curral eleitoral, a frustração da população crescerá à Esquerda e à Direita.

eleitores de Haddad traídos por um novo estelionato eleitoral.

eleitores de Bolsonaro não apenas pela derrota nas urnas, mas em especial pela súbita retirada de apoio tanto do grande empresariado quanto de setores da alta oficialidade das FFAA.

como Haddad tem verdadeiro horror de pronunciar aquela palavra que considera "um pouco dura", quanto ao Golpe de 2016 pretende simplesmente virar a página.

o mesmo já ocorrido em relação a privataria tucana levada a cabo por FHC - este sempre muito combatido verbalmente pelo Lulismo, sem nunca nada de concreto contra ele ser encaminhado.

Haddad é Lula. e Lula é o Lulismo. sem qualquer diferença de si mesmos, muito embora o Brasil e o mundo estejam muito diferentes de 2003.

Haddad sonha ser um novo Lula, reeditando um acerto com o "mercado", agora sob a dramática denominação de "pacto civilizatório": a união contra a barbárie de Bolsonaro.

como se Bolsonaro representasse a si mesmo. como se Bolsonaro fosse uma exceção ou uma novidade.

mas a barbárie é desde sempre a experiência cotidiana para o povo pobre e negro, para as mulheres, indígenas, LGBT, num crônico massacre da população e da natureza.

como se a barbárie não tivesse nome e sobrenome, associados a inúmeros e enredados CNPJ.

a barbárie Bolsonaro é o tardio e necessário desmascaramento do grande empresariado brasileiro.

e é com este grande empresariado que Haddad pretende mais uma vez firmar um acordo.

será devorado. e junto com ele, todos nós.

Lula tentou até o último segundo um "pacto civilizatório" com os necrófilos. e a lumpenburguesia brasileira o enjaulou.

Dilma foi chutada para fora do Planalto. e ainda engoliu em seco e de cabeça baixa Bolsonaro dedicar seu voto ao Coronel Ustra.

então, Lula não conseguiu ir além de sussurrar entre lágrimas um patético: "chore, Dilma, chore!".

mas arrancar a máscara de Haddad não é tão difícil, basta dele cobrar qual sua posição frente a Contra-Reforma da Previdência.

sem aplicar as "medidas populares" e fazer o grande capital pagar o pato, a economia não vai se recuperar. como não se recuperou com o Pacote Levy, na reeleição de Dilma em 2014.

mergulharemos ainda mais fundo no caos: miséria, fome, saques, arrastões, falências, depressão, assassinatos, suicídios. haverá intensos distúrbios sociais e muita repressão.

nas ruas e nas redes, o povo unido clamará: "Bolsonaro! Bolsonaro!". como em 2015 clamou pelo impeachment de Dilma.

e desta vez com algo inédito e perigoso: quebra de hierarquia nas FFAA. de Capitão para baixo, Bolsonaro é mito em meio a tropa.

quando a chapa estiver fervendo, o picolé de chuchu tingido com anilina vermelha, Haddad, vai derreter rapidamente.

e pobre Manuela, no crepitar das chamas será muito tarde para lamentar o sequestro e deturpação do movimento #EleNão. embora nascido autêntico como luta das garotas, acabou apropriado e convertido em Cavalo de Tróia para o "pacto civilizatório".

os lemingues se suicidam? ou cada um deles cai do penhasco empurrado por todos os demais vindos atrás, sem verem à frente o perigo do precipício.

é assim que as portas do inferno se abrem.

"Então, são duas regras: quem ganha leva. Quem leva, respeita as regras do jogo e os direitos dos outros."

"A classe dominante não tem uma unidade. Há muita gente envergonhada com o que está acontecendo."

"Acho que nós viveremos a pacificação do Brasil após a eleições, sobretudo com a eleição do Haddad. [...] A radicalização que foi construída a partir do impeachment está chegando ao seu fim."

"[...] o fascismo foi a conseqüência de dois fracassos: o primeiro, dos revolucionários, que foram massacrados pelos social-democratas e seus aliados liberais; o segundo, dos liberais e social-democratas incapazes de gerenciar efetivamente o capital."  
Fascismo & Antifascismo - Jean Barrot/Gilles Dauvé

"[...] não é possível combater o fascismo senão enquanto capitalismo, senão enquanto forma mais nua, mais cínica, mais opressora e mais mentirosa do capitalismo.

Aqueles que estão contra o fascismo sem estar contra o capitalismo, que choramingam sobre a barbárie causada pela barbárie, assemelham-se a pessoas que querem receber a sua fatia de assado de vitela, mas não querem que se mate a vitela.

Querem comer vitela, mas não querem ver sangue. Para ficarem contentes, basta que o magarefe lave as mãos antes de servir a carne."

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