14/10/2017
incontinência. para os brasucas
vira-latas, cuja preferência é lavar latrinas no exterior ao invés de lutarem
pela independência do Brasil, nossa bandeira sempre será com listras vermelhas.
e ao ser exibida num telão de alguma churrascaria de subúrbio no paraíso cucaracha de Miami, deve ser homenageada
por continências e urros
de "USA! USA!"! foi pelo golpe de um impeachment sem crime de
responsabilidade que todas as máscaras vieram ao chão. afinal, o poder não muda
as pessoas, ele apenas revela
quem elas realmente são. já não há o que Temer, assim as incontinências
estão por toda a parte. são milhões de Cunhas, de Aécios, de Barrosos, de
Gilmar Mendes, de Moros e Deltans Dallagnols. a lumpenburguesia brasileira não
tem mais qualquer pudor em executar seu projeto: tanger todo um país e toda uma
população pela ponte de volta ao passado colonial e escravagista, do qual a
rigor nunca chegamos a nos libertar;
nunca existiu
nenhuma "burguesia nacional" no Brasil. a base sobre a
qual se ergue no Brasil a burguesia industrial nascente não foi a pequena
empresa industrial, mas o grande
comércio ligado às atividades de importação e exportação. do mesmo modo que
a exportação, a importação era dominada em grande parte por empresas estrangeiras.
por sua vez, o comércio interno se mantinha sob controle dos importadores.
graças a sua origem social, o burguês imigrante encontra facilmente um lugar no
grande comércio. contrário do mito do self-made man, de origem modesta e que
constitui fortuna graças ao trabalho árduo e persistente, o imigrante que vem
a se tornar proprietário de empresas no Brasil aqui já chega com alguma forma
de capital. desse modo, o latifúndio exportador, a importação, o grande comércio e
a burguesia imigrante, que vem a ser o núcleo da burguesia industrial nascente,
estão todos intimamente conectados – fazendo com que, desde os primórdios, a
burguesia brasileira nunca tenha se distinguido pelo caráter “nacional”;
as empresas
"campeães nacionais" como empreendimento anti nacional. na falta de uma
autêntica "burguesia nacional", o neo-desenvolvimentismo Lulista decidiu gerar artificialmente a
sua própria. a inseminação se deu através dos cofres do BNDES, se valendo dos
recursos do FGTS. assim surgiu Eike Batista, o empresário-companheiro, molde inaugural de toda uma geração de
futuros capitalistas brasileiros. e assim também se consolidou a JBS, com seu quase
monopólio no setor de carnes chegou a ser a maior empresa privada não financeira
do Brasil. atualmente o ex-futuro homem mais rico do mundo cumpre uma
conveniente prisão domiciliar, após habeas corpus concedido por Gilmar Mendes.
e a agora JBS Foods International transferiu ativos
para empresa na Irlanda. os empréstimos, desonerações e incentivos fiscais
do financiamento estatal do capitalismo brasileiro, apenas despertaram o
"espírito animal" do empresariado para a concentração e oligopolização,
com todos os principais setores da economia controlados por cartéis. ao invés
de multinacionais brasileiras competitivas no mercado global, a política de
"campeães nacionais" gerou ausência de concorrência, produtos e
serviços de baixa qualidade, insuficiente índice de inovação, baixo índice de
crescimento econômico e impacto negativo na desigualdade social;
congelada na
Guerra Fria. a doutrina militar
das FFAA brasileiras estacionou em 1964. em pleno capitalismo cognitivo, no mundo do
trabalho imaterial, no qual as redes, a logística e as populações se tornaram o
principal front de batalha, com o front em cada um e ninguém mais em cada
front,
um mundo onde a mais temida super arma é a IA e sob as perigosas
consequências da queda do Império, o pensamento militar dominante no Brasil se
reduz a uma anacrônica estratégia de caça às bruxas esquerdistas, para assim concretizar o clamor BolsoNazi e “matar uns
30 mil”. o caráter nacional das FFAA brasileiras foi amputado pela Ditadura
Civil-Militar. estima-se que o
AI-1 tenha atingido cerca de 980 militares. os expurgos objetivaram não apenas
o imediato afastamento dos militares nacionalistas e de esquerda, mas tiveram
um caráter preventivo, evitando o surgimento de novas lideranças e alterando o
processo de engajamento e promoção. entre 1964 e 1970 a Ditadura Civil-Militar
puniu 1.498 militares, sendo: 270 altos oficiais; 283 oficiais intermediários e
subalternos; 767 entre sargentos e suboficiais; e 152 entre cabos, marinheiros
e taifeiros. (ref. “A
política repressiva contra militares no Brasil após o Golpe de 1964”, Cláudio
Beserra de Vasconcelos).
apenas em novembro de 2002 foi convertida em lei a Medida Provisória de 2000,
que anistiou cerca de 2.500 militares punidos por infrações disciplinares,
concedeu aos atingidos a declaração de anistiado político, prevendo também o
pagamento de indenizações. a Ditadura persiste. o entulho autoritário não foi
removido. a unilateral Lei da Anistia não foi revista. e o Brasil se tornou o
único país da América Latina onde após o fim do regime militar os casos de tortura aumentaram;
tornar-se pobre. o fantasma do
Natal futuro de 2017 trará um inevitável e desagradável presente para paneleiros globotomizados, trouxinhas úteis e patos amarelos. seu maior pesadelo se tornará realidade. mas não
apenas para eles: todos estamos em vias de nos tornarmos pobres. enfim a crise
vai se materializar brutalmente no corpo de cada um de nós. assim como nunca
houve neste país nenhuma "nova
classe média", esta fantasia conceitual tão conveniente tanto aos
economistas neoliberais quanto aos teóricos do Lulismo, no Brasil como no
mundo, a única novidade para as classes médias é seu inexorável empobrecimento.
desta decomposição emerge uma classe sem nome: os pobres são legião. ou
aceitamos docilmente o lugar para nós reservado nesta brasilianização do
mundo. ou compreendemos que a única chance de sobreviver é criar um outro modo
de viver. se ainda nos indagamos como fazê-lo, é porque persistimos em nos
mantermos surdos para a voz de nossas próprias respostas;
sir, yes sir. ainda girando em falso
na fatídica encruzilhada de um interregno, ou assumimos nosso destino na guerra
civil híbrida em curso, ou nos resignamos como complexados cucarachas,
cujo momento glorioso se reduz a bater continência para uma bandeira listras
vermelhas.
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