17/10/2017
o Golpe de 2016
jamais se estabilizará. assim como 2018 será para sempre um ano longe
demais, o Golpeachment jamais se
estabilizará. será mais um dos abortos do Império
em sua queda inexorável, provocando a desintegração do mundo unipolar. quem
comanda o Golpe de 2016? também quem comanda a Guerra na Síria! ninguém além do
caos está no controle. a implantação do Estado
Pós-Democrático no Brasil através da estratégia de uma Guerra contra a Corrupção, como psi-op
de manipulação da população, implicaria também em sacrificar considerável parte
da cleptocracia local. como fechar o acordo das elites, se ninguém quer ser
comido primeiro? alguns até estavam
indecisos, mas agora já não tem tanta certeza. são muitas as
cabeças à rolar no altar dos sacrifícios, para se viabilizar a reedição de mais
um Pacto à la Brasil. todos querem
ser o último da fila, mas um a um deverão ser devorados. só a antropofagia nos
une. nas gravações de Sérgio
Machado está detalhado o
mapa do golpe: todos tem um rabo imenso e o rabo de cada qual está amarradinho
no rabo dos demais. afinal, este pó é
de quem tôu pensando? ah é sim!
fazer-se
movimento. no último ano a pergunta "O que fazer?" se impôs com força
particular entre todos aqueles que sofrem com o Golpe de 2016. frente ao beco
sem saída que se tornou o presente, alguns tentam fazer voltar atrás a roda da
História. como se o contexto global já não tivesse se alterado definitivamente,
encerrando ciclos e mesmo colocando fim a uma era. no Brasil, o pacto de
governabilidade da Nova República se esgotou. no mundo, o padrão monetário
Dólar está em colapso. o
anjo da História abriu suas enormes asas negras sobre o caos. não há retorno. a fuga para frente também está interditada.
não serão as improváveis, mas com certeza viciadas, eleições de 2018 o
instrumento correto para derrotar o Golpeachment. de nada adianta se deslocar em direção ao futuro, apenas para tentar voltar
a um passado perdido para sempre. para começar a se mover, é preciso fazer de
si mesmo movimento. o futuro é agora. quem ainda se pergunta "O que fazer?", é porque persiste em manter-se surdo para a
voz de suas próprias respostas;
um óbvio paradoxo.
como
um governo rejeitado por virtualmente toda a população, aplicando um programa
repetidas vezes reprovado nas urnas, consegue se manter? como um Congresso é
capaz de aprovar contra-reformas em detrimento do eleitorado e da maioria da
população? simplesmente porque no último baile da
Ilha Fiscal da Nova República todas as máscaras foram abolidas. a patologia do
modelo de representação política atinge seu estágio terminal. o Congresso foi usurpado
por uma horda fisiológica eleita pela promíscua coalizão do quociente
partidário com o financiamento empresarial. dos 513 deputados
federais, só 36 foram eleitos unicamente com votos próprios. por não
representarem o eleitor e serem completamente tributários de um sistema
político falido, se explica a
votação pelo congelamento por 20 anos dos investimentos públicos em saúde e
educação. uma emenda constitucional que nunca seria legitimada pelo voto, mas claramente
proposta na plataforma dos grandes financiadores de campanha. fica exposto de
modo escancaradamente obsceno os óbvios limites da Democracia Representativa,
em cuja estreita moldura jaz cativa a soberania popular. com o monopólio do
exercício da violência sob a forma de um
Estado Penal, no qual o poder político e o poder econômico se identificam sem pudor;
aqui jaz. assim como a retomado dos movimentos sociais
em 1977 marca o início do fim da Ditadura, em Junho de 2013 o sistema de poder
estabelecido com a Nova República começa a ruir. após o Golpe de 2016, o Brasil tal qual o imaginávamos conhecer
está morto! onde tudo termina, também algo pode renascer. como no último baile
do Império, todos nós dançamos ambiguamente sobre
um vulcão, com uma erupção de momentos históricos diferentes convergindo novamente
para um impasse: o vácuo de um interregno. a Ditadura Civil-Militar se distendeu de modo tão
lento, gradual e seguro que se tornou um longo dia ainda por terminar. o Brasil é mantido em estado de suspensão,
paralisado naquela encruzilhada de 13 de março de 1964: a fatal sexta-feira das
Reformas de Base. ainda vivemos o pesadelo do comício da
Central. tudo ainda resta
por se fazer, 53 anos não foram suficientes. deixemos que os mortos enterrem
seus mortos, e nos dediquemos a construir coletivamente um novo modo de viver.
se desejamos ter um futuro, chegou a hora da reforma de nós mesmos. o que
fazer? fazer-se movimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário