25/10/2017
"Durante a
campanha a gente tinha dito que não ia fazer reforma. E quando anuncia que vai
fazer, da forma que foi anunciado que vai fazer, sem fazer a discussão, você
jogou fora um pedaço do nosso povo, que tinha nos elegido para ter mais um
mandato."
11/05/2015: quando o velho já está morto mas o novo ainda não conseguiu nascer,
surgem os sintomas mórbidos, os fenômenos bizarros e as criaturas monstruosas. a vida inteira que podia ter sido e
que não foi. tosse, tosse, tosse, ó meu Brasil.
17/05/2015: confesso: não tenho esperança. os cegos falam de uma saída. vejo.
após os erros terem sido usados como última companhia, à nossa frente senta-se
o Nada.
20/05/2015: será que agora estão convencidos que uma oligarquia de banqueiros,
rentistas, empreiteiros, agroexportadores e usineiros – uma oligarquia
escravagista e anti Brasil – jamais abraçará qualquer projeto nacional e
popular?
01/06/2015: o que é mais revoltante: a apatia de um governo que prefere ser
lentamente descarnado a romper seu pacto inútil com a oligarquia anti Brasil e
anti Povo, ou a obsessão em se negar esta dura realidade. não tentem esconder o
sol na poeira: o Lulismo jamais tomará
qualquer medida que contrarie frontalmente os interesses dos setores
dominantes. como Jango, prefere ser derrubado sem luta. lembrem-se de Allende.
o Palácio sendo bombardeado e Allende clamando: "onde está Pinochet?". o preço da auto-ilusão
sempre é muito mais caro do que a dor de se enfrentar a verdade.
"Tivemos que fazer esse ajuste, que não
é nem de direita, nem de esquerda, nem de centro"
Dilma Roussef, ao jornal belga "Le
Soir", 08/06/2015
09/06/2015: este governo executa a política econômica derrotada nas urnas. mais
uma vez o Povo e a Nação foram traídos. a única pretensão, e ilusão, do governo
é ser minimamente menos pior do que Aécio seria.
14/06/2015: acabou o terceiro turno. o golpe se consumou. mais uma vez os
trabalhadores foram traídos. a burguesia liberal brasileira e sua contraparte,
o Lulismo da conciliação permanente,
pariram um monstro. já não sabem como se desfazer dele.
16/06/2015: foram necessário 12 longos anos para um petista histórico como Paul
Singer admitir estelionato eleitoral. a verdade é que o estelionato eleitoral
se inaugurou em Washington, no dia 12/12/2002, com Lula apertando a mão de Bush
para anunciar Meirelles no BC.
16/06/2015: as tais “mudanças” são fábulas narradas pelos marqueteiros. se houve
de fato mudança, qual a necessidade de “ajuste fiscal”? deveríamos ter um
pujante mercado interno de massas impulsionando o desenvolvimento. o que houve
foi uma bolha de crédito, como conseqüência, 6 em cada 10 famílias estão
inadimplentes. e os “meninos dos
banqueiros” seguem aumentando os juros e promovendo o desemprego!
"Sí, claro que fallamos. Nuestra mayor equivocación fue exagerar en
las políticas de exoneración de las grandes empresas. El Estado dejó de
recaudar para devolver a los empresarios y en 2014 salía más dinero del que
entraba. Entre 2011 y 2014 se exoneraron 428.000 millones de reales [114.000
millones de euros] y cuando Dilma intentó acabar con esa ayuda el Senado no lo
permitió. El segundo error vino cuando la Presidenta anunció el ajuste fiscal y
el electorado que la había elegido en 2014, al que le habíamos prometido que
mantendríamos los gastos, se sintió traicionado. Así empezamos a perder
credibilidad."
29/06/2015: Lulistas cometem
um erro. um erro de conseqüências catastróficas para o Brasil. o erro
catastrófico dos Lulistas não está, de modo algum, em apoiar o governo. não há
nenhum problema no apoio ao governo. e muito menos em defender o governo. e
menos ainda em evitar qualquer possibilidade de volta dos tucanos e da Direita.
o erro catastrófico dos Lulistas está em apoiar a política econômica neoliberal
herdada de FHC e mantida até hoje! Lulistas que defendem desenvolvimento com
inclusão social deveriam ser os primeiros a propor e defender mudanças na
política econômica. este é o erro catastrófico dos Lulistas: fazer coincidir
seu apoio a Lula e ao governo com um apoio automático à política neoliberal.
03/07/2015: os 12 anos de auto-ilusão deveriam ser mais do que suficientes para a
superação do Lulismo, cujo “reformismo sem reformas” e “conciliação
permanente” provocaram o atual colapso da governabilidade e a tomada da
iniciativa política pela Direita. não estou aqui para fazer amigos. pouco me
importa se leiam ou não o que escrevo. o
que defendo são propostas para viabilizar nossa sobrevivência como sociedade
democrática. e entre elas não se inclui a defesa incondicional nem do governo e
muito menos de Lula.
"Eu mesmo fiz um ajuste na economia, e
depois o Brasil ficou muito melhor. O nosso maior ajuste ainda é menor do que
os ajustes que eles fizeram".
09/07/2015: agora chega ao fim a viagem redonda do Lulismo. Dilma derrota nas urnas “as medidas impopulares”, apenas para aplicá-las antes mesmo de sua
segunda posse. vence pelo voto popular “o
Banco Central independente”, mas nomeia um executivo de banco para o
Ministério da Fazenda. permanece cativa do paradigma da “conciliação permanente”, só que o outro lado não mais está
disposto a conciliar.
dois caras
conversam. um manifesta sua enorme
preocupação com os desdobramentos do cenário político. afirma que tem dois
grandes motivos para considerar que as coisas vão piorar. o primeiro deles é
que austeridade fiscal gera recessão e desemprego e, com isto, instabilidade
social e agravamento da fragilidade do Governo. o outro cara argumenta que não
havia motivos para tanto alarme, afinal a Dilma iria acabar caindo, de um jeito
ou de outro. ao que é imediatamente replicado: “pois é... só que este é o segundo motivo”.
ou vice-versa.
dois caras
conversam. um expressa sua enorme preocupação com o desdobramento do cenário
político. afirma que tem dois grandes motivos para considerar que as coisas vão
piorar. o primeiro deles é que do jeito que a coisa vai, Dilma acaba caindo. o
outro cara interrompe bruscamente: “que
nada! Dilma é coração valente. vai vencer a pressão e acabar ficando”.
então o primeiro cara diz: “pois é... só
que este é o segundo motivo”.
25/08/2015: impeachment do governo eleito
nas urnas já aconteceu. o golpe já foi dado. não foi ao povo e aos
trabalhadores que o Lulismo recorreu
para tentar alguma sobrevida em seu estágio terminal. o Lulismo buscou o apoio daqueles a quem tão bem serviu desde 2003:
os banqueiros do Bradesco e do Itaú, João Roberto Marinho, a Fiesp e a Firjan,
a CNI, CNT, CNS, o Financial Times e o The New York Times. Dilma jamais voltará
a governar. o golpe já foi dado. quem governa o Brasil é a velhíssima “frente da oligarquia brasileira”:
banqueiros, rentistas, empreiteiros, usineiros, agronegócio e mineradores.
quando o velho já
está morto mas o novo ainda não conseguiu nascer, surgem os sintomas mórbidos,
os fenômenos bizarros e as criaturas monstruosas. este é o tempo que vivemos.
uma longa e exasperante noite que persiste em perdurar.
quem quiser buscar o
novo, afaste-se do Lulismo, de Lula,
de Dilma e do PT. tampouco o novo está em siglas como o PSOL e PSTU.
o novo esboçou seu
nascimento nas manifestações de junho de 2013. o novo tentou ganhar corpo nos
protestos do “Não Vai Ter Copa”, mas
Dilma preferiu ficar do lado da FIFA, da CBF e de uma seleção de garotos
mimados, expulsando a juventude das ruas para realizar uma Copa de ricos para
ricos, obtendo como resultado o fiasco dos 7x1 e deixando como legado nenhum
crescimento econômico e ampliação da zona de suspensão de direitos. como
conseqüência, a Direita ocupou o vácuo das ruas, bradando pela volta da
ditadura.
com mais um repique
da crise internacional e o agravamento da crise climática, o novo nos encara
nos olhos e se debate dentro de cada um de nós tentando nascer. mas para que
isto aconteça é preciso que cada um de nós deixe o velho morrer dentro de si
mesmo. o que precisamos é de um outro jeito de viver.
vídeo: Lula desmente declaração contra Dilma
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