10 julho 2007

à bala

guerra e política se entrelaçam, sendo uma a continuação da outra, ainda que sob formas distintas e através de outros meios.


como conduzir o combate político?

o direito à liberdade de expressão é o direito daqueles com os quais não concordamos? como lidar com o contraditório e qual o limite da tolerância? até que ponto a opção pela não-agressão apenas dissimula covardia e redunda em omissão e conivência?

teríamos de eliminar a balas um infinito de seres medíocres? [1] essas amebas, seres rastejantes, totalmente descerebrados, que melhor seriam se tivessem nascidos ratos, pelo menos teríamos o direito de exterminá-los, sem dó nem piedade, pois é o que merecem, já que para nada servem... [2]

fazer-se invencível significa conhecer-se a si mesmo; descobrir a vulnerabilidade do adversário significa conhecer os demais. a invencibilidade está em si mesmo, a vulnerabilidade no adversário. [3]

onde está o inimigo? quem é o outro? quais são suas idéias?

é no exame de cada um de nós, nos mais recônditos segredos dissimulados em cada um de nossos próprios pensamentos, que podemos encontrar o outro. somos o nosso próprio inferno.

as idéias que dominam em nossa mente são aquelas mesmas idéias que dominam em cada época: as idéias da classe dominante daquela época.

“nós” e “eles”, “direita” e “esquerda”, “progressistas” e “reacionários” não diferem tanto no que tange aos mecanismos de poder, à busca por supremacia, a obsessão pelo controle, à imposição de liderança, ao centralismo “democrático”, à vontade soberana da maioria, a repulsa pela autonomia e ao culto à hierarquia. toda uma série de perversões destinadas a submeter e disciplinar os indivíduos, para que seus corpos sejam dóceis e úteis.

todos elogiam uma vitória ganha em batalha, porém essa vitória não é realmente tão boa. armas são instrumentos de mau augúrio. nunca se viu nenhum especialista na arte da guerra que as utilizasse por muito tempo. verdadeiramente desejável é poder ver o mundo do sutil e dar-se conta do mundo do oculto, até o ponto de ser capaz de alcançar a vitória onde não mais exista forma. em conseqüência, um guerreiro vitorioso ganha primeiro e inicia a batalha depois; enquanto um derrotado primeiro inicia a batalha para só depois tentar obter a vitória. [4]

a política não é a arte do possível. é a capacidade de tornar o impossível uma das possibilidades.

a vitória completa não se obtém com a aniquilação total do inimigo. a vitória completa se produz quando não há luta. o inimigo é vencido pelo emprego da estratégia. ao se criar uma perspectiva mais ampla, a qual, por também englobar o inimigo, conduz obrigatoriamente ao trabalho em conjunto.





[1] comentário no blog do Luis Nassif
[2] comentário no blog do Reinaldo Azevedo
[3] Sun Tzu, “A arte da guerra”
[4] Sun Tzu, “A arte da guerra”

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