10/08/2016
a divulgação das gravações de Sérgio
Machado deixou claro que impeachment é uma tentativa de pacto à la Brasil para
estancar a sangria da Lava Jato, e que Dilma Roussef sempre foi a pedra no meio
do caminho do acordo de salvação nacional das elites.
com tudo e todos citados nos grampos e delações premiadas, o sistema de
poder é mantido refém pelos arquivos da Lava Jato, e dos serviços de
inteligência dos EUA e Israel. a coação e a chantagem passam a determinar o
movimento das peças no xadrez político.
a Presidente sob processo de impeachment, a única sobre a qual não pairam acusações sobre enriquecimento pessoal
ilícito, é também a única peça a não se encaixar no jogo pelo qual
parlamentares, membros do Judiciário e grandes empresários tentam salvar as
próprias cabeças, mesmo que às custas do futuro do país.
neste jogo sujo e
pesado, o preço exigido para viabilizar o pacto é a aplicação do programa por 4
vezes derrotado nas urnas. uma plataforma que nunca
seria aprovada pela soberana vontade popular.
o condomínio de gangues patrimonialistas assume o projeto da plutocracia
brasileira, e de seus associados internacionais, como um salvo conduto para a
maximização do controle de danos dos devastadores efeitos que a operação Lava
Jato sobre ele desencadearia.
após a Crise de 2008, com a deterioração da economia global e o fim do
ciclo das commodities, o contrato social sob a gestão do Lulismo perde sua viabilidade, por ser incapaz de promover o
“ajuste” com a rapidez, abrangência e profundidade exigida pelo Capital.
chegamos a uma situação limite que por 13 anos a pacificação lulista
aspirou ser possível indefinidamente postergar: o acerto de contas entre a
plutocracia, a casta política e a burocracia do Judiciário e do MPF contra o Povo
e a Nação.
o objetivo é o desmantelamento completo da Constituição de 1988.
com a fratura exposta entre o poder instituinte, mais uma vez manifestado
nas urnas em 2014, e os poderes constituídos, o país afunda numa grave crise
institucional.
na batalha do Brasil em curso, retrocedemos de uma Democracia mitigada
para um regime de Ditadura disfarçada. como numa repetição acelerada do trágico
percurso entre o golpe de 1964 e o AI-5, em 1968, estamos velozmente no rumo de
mais um brutal regime de completa exceção.
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