tudo mudará
(em 05/09/2005)
(em 05/09/2005)
“Não haverá mais sonho. Preciso botar o pé no chão.”
“Mas creio que há possibilidade de uma coalizão de centro-esquerda,
“Mas creio que há possibilidade de uma coalizão de centro-esquerda,
capaz de negociar com a direita sem compra-la.”
Fernando Gabeira
( entrevista à “Folha de São Paulo”, 04/06/2005 )
Fernando Gabeira
( entrevista à “Folha de São Paulo”, 04/06/2005 )
houve certa vez, num passado nem tão distante, embora mais e mais remoto, uma geração capaz de ousar tomar os céus de assalto.
hoje na discreta mansidão do envelhecimento, seus mais típicos representantes tem os pescoços amarrados por gravatas floridas, crendo na obra e graça da sedutora estamparia para se transformarem em algo diverso daquilo a que se deixaram converter: meros senhores engravatados.
alardeiam como prova cabal de suposta sabedoria, vinda de um amadurecimento tardio, a conclusão de não mais haver sonhos, a não ser fincar os pés no que tomam como a realidade.
fazem-se esquecidos de ser o sonho a matriz geradora do real, e se negam a admitir que sua capitulação decorre de não terem aprendido como sonhar o bastante.
foram contemporâneos de uma classe operária desembarcada do “pau-de-arara” em São Paulo já com a intenção de chegar ao paraíso.
de uma longa trajetória de lutas, emergiu o líder sindical que enfim subiu o planalto, alçando pela primeira vez um trabalhador à Presidência da República.
num intrincado jogo de espelhos, virando tudo pelo avesso do avesso do avesso, homem e personagem se confundem no labirinto.
de tanto fingir o que é, o homem acabou por se tornar aquilo que fingia, mas que de fato era.
a mais completa impostura na sincera mentira de representar a verdade.
conduzido nos ombros da plebe ao palácio com a missão de mudar o Brasil, o presidente filho do povo operou o maior estelionato eleitoral da história do país.
entretanto, a força que o elegeu não protagoniza traições e numa cambalhota para o impossível realiza o sonho, cumprindo a promessa de campanha, mesmo que pelo mais torto dos caminhos.
a nação não mais será a mesma após o Governo Lula.
apesar dele, tudo mudou. tudo mudará.
enquanto isto, intelectuais silenciosos, guerrilheiros arrependidos e militantes perplexos teimam em tirar dos fatos apenas as lições que lhes são convenientes.
caído o muro dos paraísos, não enxergam a rota aberta para a utopia. da crítica ao elogio da ignorância se curvam reverentes a uma cultura obscurantista. na formação das raízes profundas de um Brasil de corrupção e miséria, não identificam que nunca fomos propriamente uma nação, e sim uma empresa voltada para fora e controlada de fora.
e apesar do repetido fracasso retumbante da esquerda, insistem na ilusão de uma santa aliança capaz de conciliar interesses antagônicos. a mãe de todos os enganos. negócios sem implicar em compra e venda.especialmente com a direita, que não entrega o que se comprou – apoio – e quer receber o que jamais deveria ser vendido: a alma.
a cada vez que os conformados se rendem aos escombros do velho, deles se ergue um novo ciclo, aprisionando no passado todos aqueles que não aceitarem ainda mais uma vez construir o rumo do futuro.
hoje na discreta mansidão do envelhecimento, seus mais típicos representantes tem os pescoços amarrados por gravatas floridas, crendo na obra e graça da sedutora estamparia para se transformarem em algo diverso daquilo a que se deixaram converter: meros senhores engravatados.
alardeiam como prova cabal de suposta sabedoria, vinda de um amadurecimento tardio, a conclusão de não mais haver sonhos, a não ser fincar os pés no que tomam como a realidade.
fazem-se esquecidos de ser o sonho a matriz geradora do real, e se negam a admitir que sua capitulação decorre de não terem aprendido como sonhar o bastante.
foram contemporâneos de uma classe operária desembarcada do “pau-de-arara” em São Paulo já com a intenção de chegar ao paraíso.
de uma longa trajetória de lutas, emergiu o líder sindical que enfim subiu o planalto, alçando pela primeira vez um trabalhador à Presidência da República.
num intrincado jogo de espelhos, virando tudo pelo avesso do avesso do avesso, homem e personagem se confundem no labirinto.
de tanto fingir o que é, o homem acabou por se tornar aquilo que fingia, mas que de fato era.
a mais completa impostura na sincera mentira de representar a verdade.
conduzido nos ombros da plebe ao palácio com a missão de mudar o Brasil, o presidente filho do povo operou o maior estelionato eleitoral da história do país.
entretanto, a força que o elegeu não protagoniza traições e numa cambalhota para o impossível realiza o sonho, cumprindo a promessa de campanha, mesmo que pelo mais torto dos caminhos.
a nação não mais será a mesma após o Governo Lula.
apesar dele, tudo mudou. tudo mudará.
enquanto isto, intelectuais silenciosos, guerrilheiros arrependidos e militantes perplexos teimam em tirar dos fatos apenas as lições que lhes são convenientes.
caído o muro dos paraísos, não enxergam a rota aberta para a utopia. da crítica ao elogio da ignorância se curvam reverentes a uma cultura obscurantista. na formação das raízes profundas de um Brasil de corrupção e miséria, não identificam que nunca fomos propriamente uma nação, e sim uma empresa voltada para fora e controlada de fora.
e apesar do repetido fracasso retumbante da esquerda, insistem na ilusão de uma santa aliança capaz de conciliar interesses antagônicos. a mãe de todos os enganos. negócios sem implicar em compra e venda.especialmente com a direita, que não entrega o que se comprou – apoio – e quer receber o que jamais deveria ser vendido: a alma.
a cada vez que os conformados se rendem aos escombros do velho, deles se ergue um novo ciclo, aprisionando no passado todos aqueles que não aceitarem ainda mais uma vez construir o rumo do futuro.
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