desconstruindo Lula (2)
Lula e FHC sofrem do mesmo mal: paixão incontida por si próprio. não toleram concorrência no que tange a hipertrofia do ego. por isto, nada mais insuportável para a suscetibilidade de um do que as críticas do outro.
apesar da aspiração declarada de ambos ser o título augusto de príncipe máximo do Brasil, não conseguem superar o ranço batráquio.
FHC sente saudade dos tempos em que era Presidente da República, porque andava de helicóptero. Lula mandou comprar um avião novinho só prá ele. FHC não resiste a uma “buchada de bode”, desde que servida num restaurante em Paris. Lula, que já confessou sentir verdadeiro horror ao macacão de operário, é alérgico ao suor de seu rosto, quanto mais a ganhar o pão com dito cujo. ao chegar a Presidência FHC renegou tudo o que escrevera. Lula se orgulha de que, para ser Presidente, não foi preciso ler até o final um único livro.
muito embora não sejam iguais, os dois são o complemento indispensável um do outro. desconstruir o sindicalista é também expor a nudez do intelectual.
FHC já admitiu publicamente que queria ser igual ao Lula da época em que este era líder das greves contra a ditadura. o desejo inconfessável de Lula é um dia receber da elite o mesmo tratamento conferido a FHC: ser um igual entre iguais.
a combinação das virtudes de FHC e Lula formariam o estadista capaz de colocar o país nos rumos do desenvolvimento. como em sua relação atormentada preferem privilegiar os defeitos, se tornaram cúmplices em um do mais bem sucedidos fracassos de nossa História: nunca foi tão grande a distância entre o que somos e o que poderíamos ser.
são exemplos de um Brasil que renega suas raízes. homens pretensiosos inspirados por um demônio pérfido que faz com que eles, ao se verem diversos do que são, criem preferências e repugnâncias, sendo raro que sejam das boas.
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