19 julho 2021

MST: Finapop

 

O Finapop pode até vir a ser uma boa idéia, mas em sua primeira rodada, em meados de 2020, não foi além de propaganda enganosa.

Então o investimento mínimo foi de R$ 100 mil, com o total captado de R$ 1 milhão sendo alcançado através de uma ação entre meia dúzia de investidores-amigos.

O montante financiou benfeitoria de processamento (portanto, para incrementar a produtividade) na COOPAN, considerada a maior produtora de arroz orgânico da AL.

O Finapop não financiou diretamente o MST, e muito menos a luta pela terra, e sim uma das famosas cooperativas com faturamento anual da ordem de dezenas a centenas de milhões de Reais.

E aqui está o nó no qual tudo fica amarrado, a começar pelo tema da postagem principal (MST S.A.): qual a contribuição concreta dessas cooperativas para o avanço da luta pela terra?

Passando para outras palavras: ao menos parte do lucro das cooperativas é investido na luta pela terra, ou se tornaram não mais que empresas capitalistas focadas em seu próprio crescimento?

O problema não são as contradições, pois são inescapáveis, e sim como com elas se dá a tensão: para impulsionar ou arruinar as lutas e os movimentos?

Indo além: sob o Capitalismo há possibilidade de empresas de cooperativismo escaparem da lógica da acumulação e da competitividade?

Se há, qual o custo econômico e qual o ganho político?

Com certeza são questões que há muito tempo, antes mesmo da data de publicação desta matéria, estão alhures das preocupações e prática do MST.

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