O
Finapop pode até vir a ser uma boa idéia, mas em sua primeira rodada, em meados
de 2020, não foi além de propaganda enganosa.
Então o investimento mínimo foi de R$ 100 mil, com o total captado de R$ 1
milhão sendo alcançado através de uma ação entre meia dúzia de
investidores-amigos.
O montante financiou benfeitoria de processamento (portanto, para incrementar a
produtividade) na COOPAN, considerada a maior produtora de arroz orgânico da
AL.
O Finapop não financiou diretamente o MST, e muito menos a luta pela terra, e
sim uma das famosas cooperativas com faturamento anual da ordem de dezenas a
centenas de milhões de Reais.
E aqui está o nó no qual tudo fica amarrado, a começar pelo tema da postagem
principal (MST S.A.): qual a contribuição concreta dessas cooperativas para o
avanço da luta pela terra?
Passando para outras palavras: ao menos parte do lucro das cooperativas é
investido na luta pela terra, ou se tornaram não mais que empresas capitalistas
focadas em seu próprio crescimento?
O problema não são as contradições, pois são inescapáveis, e sim como com elas
se dá a tensão: para impulsionar ou arruinar as lutas e os movimentos?
Indo além: sob o Capitalismo há possibilidade de empresas de cooperativismo
escaparem da lógica da acumulação e da competitividade?
Se há, qual o custo econômico e qual o ganho político?
Com certeza são questões que há muito tempo, antes mesmo da data de publicação
desta matéria, estão alhures das preocupações e prática do MST.
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