14 julho 2021

Diagnóstico incorreto


• quem não tem um diagnóstico correto da crise, acaba sendo engolido por ela.

• desde Junho de 2013 há uma crise de hegemonia, pois o setor dominante não consegue mais apresentar seus interesses privados como se fossem também de interesse coletivo, sendo o maior exemplo disto a ausência de projeto unificador nem mesmo no tocante à pandemia. 

• Bolsonaro não é um ponto fora da curva, mas a própria curva em movimento - como em 1989 já o fora Collor.

• o que o atual Fora Bolsonaro deveria aprender com o Fora Collor de 1992?

• de um lado: a população clama por uma solução anti-sistêmica, mesmo ao fazer escolhas equivocadas por representantes incapazes de atender sua demanda.

• do outro: ao não encaminhar qualquer projeto de coesão nacional, o setor dominante também se pauta por fora da ordem constituída.

• no meio: a Esquerda eleitoral-institucional é a única ainda supondo haver alguma saída por dentro da ordem, com seus ordeiros e pacíficos saraus de Sábado à tarde.

• de um lado: Bolsonaro alegava a necessidade de "matar uns 30 mil" para mudar o Brasil, agora já são mais de 530 mil cadáveres.

• do outro: liberais, social-democratas e reformistas para justificar a não radicalidade das lutas, sempre brandiram como argumento o temor de um banho de sangue, agora ele já aconteceu e a radicalização não.

• em meio a isto, só resta a nosotros romper com toda e qualquer ilusão: estamos num beco sem saída, não haverá solução sem ruptura institucional.

• em cada ascensão do fascismo se ouve o grito mudo de uma revolução fracassada.

Se as criaturas monstruosas do fascismo contemporâneo estão por toda parte, por onde vai a Revolução no séc. XXI?

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