02 março 2017

os Brasis: dragar o atoleiro

02/03/2017


“eu vi as notícias de hoje, cara. sobre um executivo rico. apesar de não ser muito legal, eu tive que dar uma risada quando olhei a fotografia. ele esticava sua cabeça abaixada para fora de um carro. não havia notado que as coisas tinham mudado. a matéria deu milhares de views. mas nem todos que liam sabiam ao certo do que se tratava.”

“Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo.”
Marcelo Odebrecht - 01/03/2017

a esquizofrenia política brasileira segue insuperável.

Lulinha Paz e Amor, o grande líder do  acordo e do conchavo, em cujo período de governo com indecoroso orgulho satisfazia-se em proclamar que “nunca os bancos ganharam tanto dinheiro”, deveria ser a liderança ungida pela plutocracia brasileira, como o único capaz de promover a pax à la Brasil, numa conciliação pós impeachment inconstitucional. o definitivo golpe dentro do golpe. o golpe final selando o pacto de salvação nacional das elites.

mas não. é frontalmente rejeitado pela lumpenburguesia, empenhada numa feroz campanha através da MídiaGlobal para ao menos torná-lo inelegível, e se possível jogá-lo num dos calabouços da Lava Jato & Associados.

por outro lado, aqueles cuja inegociável bandeira de luta deveria ser a anulação do golpeachment, são justamente os obsessivos defensores de Lulinha Paz e Amor como o Salvador da Pátria, mesmo sabendo de sua completa inapetência para tal, pois não tem nem o vigor físico, nem o perfil psicológico, nem a postura política e muito menos a estatura ética para liderar a guerra pela libertação do Brasil.

mas já não se trata de política. há muito tempo é apenas business.

um PT Empreendimentos, com toda sua ramificação societária, viciado nos cargos comissionados, nas verbas oficiais, no marketing e nos patrocínios, no caixa 2 de campanha, no vai e vem pela porta giratória entre o público e o privado.

uma lumpenburguesia sociopata, nostálgica das capitanias hereditárias, da pilhagem sem fim, da escravidão e do colonialismo. atavicamente incompetente de plasmar qualquer projeto de país, pois incapaz de definir sua própria identidade.

sempre errante entre os Temer e os Aécio, os Dória e os Bolsonaro, os FHC e os Serra, os Collor e os Maluf, os Sarneys e os Tancredo, os Jânios e os Lacerda, entre Higienópolis e Miami, entre Panamá e Genebra, entre a av. Paulista e Langley.

vestindo muitos disfarces de si mesma. máscaras e máscaras, sobrepondo-se infinitamente para tentar ocultar jamais ter possuído um rosto autêntico, uma fisionomia concreta, um projeto próprio. sempre tomando por verdade suas próprias mentiras. apenas um tosco, vulgar e incompleto plágio de si mesma.

se a Lava Jato & Associados é uma arma de destruição em massa, dentro da estratégia da guerra sem fim promovida pelo Império do Caos, seria de uma ingenuidade primária supor que sua estruturação, e seu Centro de Comando e Controle, estão sob a jurisdição desta patética lumpenburguesia brasileira.

por outro lado, é igualmente ingênuo e primário persistir enquadrando a geopolítica internacional no obsoleto modelo da Guerra Fria. já não existe aquele EUA da era dourada do Capitalismo, no pós II Grande Guerra.

afinal onde hoje se localiza o cerne do poder nos EUA? na Casa Branca? no Departamento de Estado? no Pentágono? em Wall Street? nos lobbies das mega corporações?

os EUA já não são mais um país, converteu-se no lar do bravo individualismo em duelo por negócios. tudo e todos são apenas business. e este negócio tem nome.

USA Incorporation é controlada nas sombras pelo Deep State, cujo principal negócio e fonte de financiamento é o tráfico: drogas, armas, órgãos, pessoas, minérios raros, o próprio petróleo, material genético, produtos falsificados, informação, influência e, claro, dinheiro – a maior máquina mundial já montada de lavagem de dinheiro.

no submundo do Black Market o narcotráfico já é a segunda maior economia global, ultrapassando o comércio legal de petróleo e gás e apenas superado pelo negócio das armas. com o Afeganistão como o grande exemplo atual de como USA Incorporation, através da indústria das guerras, estabelece o ambiente de negócios para a expansão do narco-business.

não seria exatamente um exagero considerar toda a economia formal como mera fachada para um vasto e profundo mercado negro mundial, do qual o sistema financeiro faz a legalização dos lucros e deles se apropria em sua quase totalidade. ou seja, o Black Market é propriedade da Tirania Financeira Global.

é nestas raízes profundas do Deep State e de USA Incorporation, e em sua ramificação pela lumpenburguesia brasileira, que se encontrará o mapa do caminho do golpeachment. seus formuladores, seu objetivo, sua estratégia, seus patrocinadores e seus operadores. todos integrantes do mega cartel globalizado do grande business mundial.

não haverá reconstrução da democracia no Brasil sem enfrentar este desafio: dragar o atoleiro. a mesma lama apodrecida a ser drenada no pântano dos EUA.

mas quem poderá fazê-lo? se o que todos ainda desejam é business, as usual...

“Killing Them Softly” - Ending Scene ( With Subtitles )


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