05/05/2017
(foto: Christian Braga/Jornalistas Livres)
há uma guerra. uma guerra de
mundos. uma guerra contra a multilateralidade e a multipolaridade. a guerra do
mundo unipolar contra todos os demais mundos. o genocídio global da grande
guerra de extermínio do 1% contra todos nós.
há uma guerra. uma guerra nos territórios
ocupados dos Brasis. uma guerra tão
antiga quanto o próprio Brasil. a guerra da cleptocracia sociopata contra todos
nós. a guerra da plutocracia predatória contra o Povo e a Nação.
há uma guerra. não uma “crise”
da qual precisamos sair, mas uma guerra que precisamos ganhar, mesmo que
sejamos derrotados em muitas batalhas. por que lutamos? lutamos por nossa
sobrevivência. lutamos porque é assim que nos sentimos vivos.
não haverá retorno. nenhuma pax nos
salvará. nenhum acordo, nenhuma conciliação, nenhum Pacto à la Brasil. ou vencemos a guerra ou seremos extintos.
nunca fomos um país.
o Brasil se formou pelo avesso. teve Coroa antes de ter Povo. teve Estado antes
de ser Nação.
toda a História do Brasil é perpassada pelo mesmo vulto, disfarçado com
muitas máscaras, tantas quantas suas diferentes conjunturas, porém sempre
geradas pela mesma questão estrutural. uma História da qual o povo não participa
da mudança: ele apenas a padece.
a cada vez que o processo histórico desemboca numa crise, impondo a
necessidade de mudanças, se restabelece no Brasil um acordo de cúpula, pactuado
pelas elites, e a mudança se
reduz a um rearranjo que tudo muda para que nada fique diferente: modernizações
conservadoras, revoluções palacianas, transições tuteladas, pactos entre a
elite, reformismo sem reformas, conciliações permanentes.
nossa Declaração de Independência e Proclamação da República são
grotescos e patéticos eventos que desonram nossa História.
uma História que tem sido uma crônica de déspotas, de elites, de castas,
nunca a História que realiza, aperfeiçoa e desenvolve. uma História
fossilizada, um cemitério de projetos, um desfile de ilusões e de espectros. uma ininterrupta
sucessão de barbáries. nunca houve um monumento da cultura que não fosse também
um monumento da barbárie.
mas com o golpeachment a
lumpengurguesia brasileira cruzou a fronteira sem volta. para implantar suas
reformas regressivas, reconduzindo o país a um status pré Revolução de 1930,
terá que fazê-lo pela concretização do clamor BolsoNazi: “matar uns 30 mil”.
sem este genocídio, o Brasil jamais será convertido numa neo-colônia
semi-escravocrata.
por outro lado, a superação do golpe e a reconstrução do Brasil só se
efetivará caso erguida sobre três pilares:
1. nulidade do impeachment;
2. punição dos responsáveis pelo golpe;
3. revogação de todos os atos e contratos do governo usurpador.
esta é a questão: ou “matar uns 30
mil” ou a nulidade do impeachment.
esta é a inédita encruzilhada histórica na qual nossa identidade como Povo e Nação será forjada. este é o intenso tempo do agora, no qual nos
tornamos nossa própria esfinge: quem
somos? o que queremos?
nosso desejo explode incontido, por muitas vozes bradando o mesmo refrão:
“Fora Temer!”. e quanto mais alto se
ergue este grito, mais a ele o setor dominante se torna surdo. enquanto ecoa
potente nas ruas e nas pesquisas, mais patente fica a incapacidade de
concretizar a palavra de ordem, porque entre o poder instituinte e os poderes
constituídos já não existe relação, apenas a completa ruptura.
a representação política faliu. as instituições estão em colapso. com o
véu constituinte em farrapos, Executivo,
Legislativo, Judiciário estão despidos de qualquer poder emanado do povo, e se
alinham a serviço de um único poder: o poder do grande capital financeirizado e
internacionalizado.
como se destitui um poder?
já se esgotou a ingenuidade de que bastaria o Povo sem Medo marchar pelas ruas numa gloriosa epifania, para assim
exorcizar com suas determinadas palavras de ordem o poder constituído. um golpe
se institui pela força e só um contra-golpe pode detê-lo.
não mais resta qualquer legitimidade no poder constituído.
está definitivamente exposta sua vil arbitrariedade e seu monstruoso caráter
anti Povo e anti Nação. já não há como ocultar nunca ter almejado qualquer
projeto de país, a não ser a pilhagem
extrativista de recursos naturais e humanos. sequer consegue viabilizar
miseravelmente um candidato, apenas grotescas caricaturas de si mesmo.
o poder constituído está totalmente privado de
seu fundamento.
o que é o Executivo, senão um condomínio de
ladrões? e o Legislativo, que não uma associação de criminosos? e o
Judiciário? nada menos do que os avalistas do golpe, togados vitalícios
absolutamente incorruptíveis, mesmo cercados pelos escombros da legalidade é
impossível induzi-los a fazer Justiça.
com as forças de segurança pública reduzidas à
condição de milícia privada, o braço armado do estado de exceção. e as FFAA
omissas em defender a soberania nacional para assumir um degradante papel de
exército de ocupação em prol de uma América Unida.
o que é este atual poder constituído, a não ser o inimigo a ser derrotado
na guerra de libertação do Brasil?
como se destitui este poder antes que ele promova o genocídio?
p.s.:
os índios já trouxeram os caixões
vazios não ficarão
cadáveres neles se deitarão
uns 30 mil?
ou quem morrerá será o velho Brasil?
vídeo: indios e caixões
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