21/05/2017
na guerra de famiglias a cleptocracia
mordeu o próprio rabo. para não ser demolida como as empreiteiras, a JBS
recusou-se a seguir mansamente ao abatedouro.
a distância entre Marcelo Odebrecht e Joesley Batista é o tamanho do
racha dentro da plutocracia brasileira. um apodrecendo na Guantánamo da Lava Jato & Associados, até delatar
Lula; enquanto o outro, com sua “campeã nacional” sob a proteção de USA Incorporation, incrimina Temer e
os golpistas.
a realidade se encarregou de comprovar não ser possível qualquer êxito
sustentável para empresas multinacionais brasileiras sem o suporte de uma
política de Estado. a internacionalização é acompanhada de inevitáveis
conflitos de interesses, não apenas com empresas estrangeiras, mas
principalmente envolvendo as grandes questões da geopolítica mundial.
enfim vaza a “deduração premiada” que faltava: expor a Lava Jato
e o impeachment como operações contra os interesses do Brasil, de suas grandes
empresas e de sua população. a luta de classes no interior do próprio setor
dominante, facção contra facção, gerou um contra-golpe dentro do golpe.
por outro lado, haja Rivotril para o Lulismo.
com todas as suas frágeis lendas desmascaradas desde o golpeachment, já não consegue formular qualquer análise minimamente
coerente frente à atual conjuntura. tornou-se impossível aplicar o referencial da
conciliação permanente num momento de
agudo acirramento da lutas de classes.
apesar disto, como um viciado incurável, o Lulismo persiste agarrado a um de seus mais boçais erros: colocar a
Rede Globo o inimigo principal.
apesar do sempre opulento patrocínio do Lulismo à Rede Globo, esta jamais se deixou cooptar inteiramente,
mesmo nisto tendo Dirceu se empenhando de corpo e alma, principalmente de alma.
portanto, a Globo pode até ser o inimigo principal do Lulismo, mas não do Povo
e Nação.
se a Rede Globo indiscutivelmente faz parte do setor dominante, e é
portanto um grande inimigo, ela sempre se alinha com quem de fato manda: a Tirania Financeira Global.
para os banqueiros e o mercado financeiro especulativo só importa sua
plataforma de contra-reformas, para aplicar no Brasil o projeto mundial de austericídio. são eles os principais
beneficiados pelas contra-reformas, enquanto o conjunto da população, incluindo
pequenos e médios empresários, será penalizado.
como o Lulismo sempre foi
completamente dependente do financiamento de campanha dos banqueiros, nunca
poderia colocá-los em seu devido lugar de inimigo principal. disto surge a
manobra diversionista de fazer da Rede Globo o inimigo principal, com a decorrente
despolitização do debate e da luta política.
foi assim que chegou-se ao ponto de agora o Lulismo defender a
permanência de Temer. pois se a Rede Globo é contra, o Lulismo só pode ser a favor!
a crise é também uma crise
da “cúpula”, crise da política da classe dominante. esta “cúpula” já não mais consegue
manter sua dominação como antes. a
lumpenburguesia brasileira completamente rachada não tem a menor idéia de como
a resolver a crise, pois jamais aceitará ser ela mesma a crise.
não são apenas Temer e Aécio, a morte dupla, jogados ao mar: o
PSDB é vítima do próprio golpe que ajudou a perpetrar. Aécim se recusa a voltar
ao pó sozinho. ameaça descer ao inferno abraçado inclusive com FHC.
os golpistas julgavam que o impeachment nada mais seria do que uma
barulhenta tarde de domingo na av. Paulista. o poder que dá o golpe, não é o
poder que consolida o golpe. mas desta vez, ao se descascar camada por camada,
nada há no centro da cebola. um vácuo que só pode ser preenchido de fora, pelo Povo sem Medo nas ruas.
fracassou a estabilização do golpe. não será possível converter o Brasil
numa neo-colônia semi-escravocrata, a não ser aplicando o clamor BolsoNazi e “matar uns
30 mil”.
para acabar de explodir todo o sistema de poder só falta uma peça no Xadrez
do Golpe: a participação dos banqueiros na compra do impeachment. chegou o
momento de Palocci sair da prisão e entrar para a História.
não há coesão social sem um amplo pacto nacional e o reestabelecimento de
um viável e estável centro político. o pacto só se viabiliza firmado na perspectiva
da centralidade de um projeto de país a serviço do Povo e Nação. e no processo de construção deste novo pacto,
compreendido como um fundamento constituinte, a estabilidade só estará
garantida com o necessário protagonismo dos movimentos sociais, para evitar que
ainda mais uma vez tudo seja exclusivamente decidido na cúpula.
portanto, não haverá pacto e muito menos estabilidade que não se ergam de
uma pedra fundamental:
- nulidade do impeachment;
- restauração da President@ legítima do Brasil: Dilma Roussef;
- compromisso de Dilma em convocar “Diretas,
Já” em todos os níveis;
- revogação de todos os atos e contratos do governo usurpador.
- punição dos responsáveis pelo golpe;
precisamos passar a limpo nossa História.
“Diretas, Já” que não desemboque
num Colégio Eleitoral, como em 1985, mas seja um marco inaugural de um novo
modo de se fazer política no Brasil.
um retorno de Lula, mas não para repetir o suicídio de Getúlio em 1954. e
sim para superá-lo. o que começou a fazer ao enfrentar e derrotar a República
de Curitiba em seu bunker, como Getúlio fazendo o mesmo com a República do
Galeão.
um Lula reloaded muito além do Lulismo
de 2003, para que enfim enfrentemos todos juntos os desafios do Brasil do séc.
XXI: desenvolvimento ecologicamente sustentável e socialmente includente, com
alinhamento internacional com os BRICS na construção de um mundo multipolar.
a chance está em nossas mãos. deveríamos ser profundamente gratos à vida,
por nos conceder a existência num momento tão crucial de nossa História.
vídeo: Era uma vez a Revolução - Quando explode a vingança – “duck, you
sucker”
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário