06/09/2016
este não é apenas um golpe da plutocracia contra o povo, é um golpe da
Opus Dei paulistana contra o restante do país.
muito embora tenha urdido o mito de ser a moderna locomotiva puxando
os vagões do atraso brasileiro, uma ilha
bem sucedida arcando com o ônus de subsidiar uma federação parasitária, São Paulo Ltda.
não passa da sede do rentismo brasileiro.
em São Paulo Ltda. está a sucursal brasileira do mercado financeiro
globalizado, fazendo da SELIC nossa principal commodity de exportação.
como a grande indústria se tornou um empreendimento de fachada, não
poderia estar melhor representada do que pelo painel luminoso do prédio da
FIESP, por seu pato plagiado e seu presidente sem-indústria e
rentista do setor imobiliário.
desde a belle époque dos Barões do Café, ridicularizados no cabarés de
Paris, até a humilhante
recepção a Temer no G20 de 2016 na China, a plutocracia paulista tem sido reduzida
por sua contraparte internacional à sua pequeníssima diminuta estatura de
sócios minoritários e subalternos.
jamais ousou construir um projeto de país através do qual sua hegemonia se
exercesse, e assim impor sua dominação por consentimento a um pacto nacional. todo
seu domínio sempre se deu pela força do mercado se apropriando do público,
resultando em desproporcional concentração política e econômica em São Paulo.
sem que desta concentração resultasse desenvolvimento de âmbito nacional,
através de reciclagem dos lucros sob a forma de investimentos regionais, apenas
ainda mais enriquecimento de uma plutocracia marcadamente anti Povo e anti
Nação.
uma lumpenburguesia eternamente sedenta de ser convidada para a mesa de
jogo dos grandes lobos globais, mas servilmente resignada ao seu desprezível
lugar como hiena periférica.
vivemos a crise de um mundo que já não se sustenta sob a unipolar pax
americana. USA Incorporation não mais consegue estabilizar a economia mundial.
a crise de 2008 marca a falência do padrão Dólar e da capacidade do déficit gêmeo
norte-americano funcionar como o motor da economia global.
neste G20 em Hangzhou, a China assume o protagonismo, como o grande país
superavitário, na criação de um mundo multipolar. para reativar a economia
global através da reciclagem de seu superávit, os chineses apresentam a
proposta da nova Rota da Seda: um cinturão, uma
estrada.
para se contrapor a este admirável mundo novo, Obama apenas arrotou uma decadente
superioridade militar. mas enquanto Hillary não consegue parar de tossir, o que USA
Incorporation tem a oferecer ao mundo não vai além da perspectiva de sua guerra
sem fim.
completamente alheios a um contexto global em rápida e acentuada mutação,
os eternos golpistas brasileiros vêem o roteiro de sua usurpação ser detonado
pelo curso dos fatos:
- não contavam com a resistência popular ao golpe;
- não contavam com a baixíssima popularidade do governo golpista;
- não contavam tornar-se
hegemônica a narrativa histórica sobre o caráter golpista do impeachment;
- não contavam com o desempenho de Dilma Roussef no Senado;
- não contavam com a rápida ascensão da bandeira das Diretas Já.
- não contavam com dezenas de milhares de manifestantes nas ruas;
o que lhes resta? apenas o uso da força.
mas como instalar uma ditadura em condições nacionais e internacionais
tão diversas de 1964 e 1968?
como no mundo, vivemos também no Brasil o colapso do sistema unipolar.
golpeado por São Paulo Ltda., o país se levanta numa guerra civil híbrida. um
confronto que a Opus Dei paulistana não tem como ganhar, pois seu botim nada
mais será que as ruínas de si mesma.
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