12 anos após a Crise de 2008: o
Capitalismo ainda continua sem nenhum arranjo global capaz de lhe restituir um
mínimo de funcionalidade, nenhum Breton Woods II à vista.
7 anos após Junho de 2013: com o Brasil
ainda vagando em seu interregno, proliferam os sintomas mórbidos, as criaturas
monstruosas e os fenômenos bizarros, sem qualquer projeto de país capaz de
viabilizar uma Nação.
4 anos após o Golpe de 2016: a quase
totalidade da Esquerda, e ditos setores "progressistas", ainda jazem
em estado de negação supondo ser possível derrotar um golpe pela via eleitoral.
1 ano após a posse de Bolsonaro: vivemos na
plena radicalidade política de uma guerra de classes, por um bom tempo não existirá
no Brasil qualquer "centro político".
não haverá retorno. os barcos estão queimados.
- o sonho impossível de um paraíso da
conciliação de classes está perdido para sempre;
- não há mais como mitigar o
capitalismo no Brasil via políticas sociais compensatórias;
- não haverá o resgate do keynesianismo fordista dos
anos dourados pós II Guerra Mundial.
- não haverá nenhuma volta a uma limitada Democracia Representativa e ao finado Estado Democrático de Direito;
se não há retono, tampouco há saídas. apenas portais de entrada:
{ 04/05/2016: ou
afudamos através do portal que conduz ao Estado de exceção, materializando
alguma forma de neo fascismo. ou radicalizamos o compromisso com a Democracia,
refundando uma República autenticamente baseada na participação popular. e este
é o único portal que pode nos conduzir a algum futuro.}
a construção de um portal de entrada para uma via emancipadora só se
concretiza por meio da luta: travada nos locais de moradia, trabalho e convivência,
mas integrada num amplo movimento de massas em âmbito nacional.
e não se viabiliza com paz e amor, mas com
sangue, suor e lágrimas.
são duas as pedras fundamentais de uma outra
Esquerda a se erguer no Brasil:
- o exercício constante e inclemente do
pensamento e da postura crítica;
- o compromisso inexpugnável com a organização
autônoma pela base da população.
são dois os rumos para a Esquerda no Brasil,
paralelos mas de relativa proximidade:
- a Esquerda revolucionária, uma vanguarda catalisadora
e coordenadora do movimento de massas;
- uma frente reformista radical, resgatando a
proposta fundadora do PT, para tensionar a institucionalidade além de seus limites.
deixemos que os mortos enterrem seus mortos.
os barcos já estão queimados.
para nosotros nunca houve opção:
é de dentro prá fora, é de baixo prá cima, sempre em frente e à Esquerda.
como
no final do filme “História Sem Fim”, tudo estava escuro. nada restara além de
um minúsculo grão de areia brilhante. toda a luta parecia ter sido em vão. mas
tudo foi renascendo dos desejos e dos sonhos. o que desejamos? o que sonhamos?
de uma troca de msg entre Romulus Maya e arkx, em 15/04/2016
.
2 comentários:
É uma pena ARKX, lamento muito. Penso que um erro (o Nassif) não justifica outro (a Locosfera). Concordamos e discordamos algumas vezes, mas sempre no plano das ideias e das realidades, e sempre com uma "fidelidade canina" às ideias e ideais e, mais ainda, aos fatos. Minha via tradicionalmente democrática e tua via tradicionalmente revolucionária continuam duas apostas a se provar (aliás insisto que minha via tradicional é no Brasil revolucionária). Continuamos empatados, melhor dizendo, continuamos derrotados pelas forças antidemocráticas e contrarrevolucionarias. Estranho a opção por um espaço que se caracteriza pela mentira, pela paranoia, pela fantasia e por aquela "curiosa mistura de ingenuidade infantil e idiotice senil" que tão ridiculamente caracteriza a nossa "nobreza doutoral".
Abraços
Policarpo
Um belo texto!
O título logo que me remeteu a está linda canção do Vitor Ramil. Pois que queimem os navios!!! https://www.youtube.com/watch?v=htQj_h9tKY4
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