04/05/2016
com o Brasil em
transe, os surtos delirantes se propagam. tudo agora são performances. tudo é
excessivamente simbólico. o choque de realidade gerado pela farsa dantesca
encenada pela insurreição dos hipócritas no teatro de horrores da Câmara, na
votação do impeachment, tornou tudo surreal.
o espelho quebrou. a
identificação acabou. a representação morreu. a identidade se perdeu.
enquanto o velho
país se recusa a morrer, o novo Brasil luta decididamente para nascer. o dragão
agoniza. a fênix alça vôo. não há retorno.
há um pólo fascista
e paranóico: Bolsonaro, Janaína Paschoal, medalhas para torturadores. há um
pólo libertário e transformador: ALESP ocupada por secundaristas, uma
descentralizada e autônoma profusão de atos e manifestações contra o golpe, a
emergência de um novo tipo de militância já não mais separado de um novo tipo
de vida.
entre os dois pólos
o território das neuroses, onde vagam seus variados distúrbios. com a hiper
conexão que torna tudo obscenamente escancarado, o Alzheimer político entra em
colapso. os afetados pela Síndrome do Crepúsculo anseiam voltar para uma casa
que já não existe. Édipo já não pode esconder seu desejo mais secreto:
arrastar-se de volta para o protetor e aconchegante útero materno. mas como
retornar de uma viagem definitiva? é preciso vir à luz. todos buscam uma saída,
mas só é possível distinguir portais de entrada.
não há mais saídas.
não vamos sair desta crise. nem no plano social, nem no âmbito pessoal.
ou afundamos através
do portal que conduz ao Estado de exceção, materializando alguma forma de neo
fascismo. ou radicalizamos o compromisso com a Democracia, refundando uma
República autenticamente baseada na participação popular. e este é o único
portal que pode nos conduzir a algum futuro.
chegou a hora de
rejuvenescer.
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