28 fevereiro 2019

Hy-Brazil: o momento Chávez

28/02/2019


"Na Academia aprendi o que Napoleão chama de a 'flecha do tempo'. Quando um estrategista planeja uma batalha, deve pensar de antemão no 'momento histórico', portanto, na 'hora estratégica', depois no 'minuto tático' e, por fim, no 'segundo da vitória'. Nunca esqueci esse esquema de pensamento".
Hugo Chávez

poucos meses antes de ser eleito presidente pela primeira vez em 1998, Chávez deu uma entrevista defendendo uma política de "terceira via", "um modelo econômico humanista" como solução para se ter emprego, salário justo, seguridade social.

dez anos depois, em 2008, Chávez abandonara todas as suas ingênuas ilusões, principalmente após a "ação selvagem de sabotagem econômica e de terrorismo" do golpe de 2002, já se dera conta de que o "único caminho para sermos livres e independentes é o caminho do socialismo".

mesmo derrotado, o golpe de 2002 provocou uma queda de 27% no PIB no primeiro semestre de 2003.

para possibilitar a reversão da política anti-nacional praticada pela PDVSA desde 1975, foram demitidos 18 mil funcionários de um total de 42 mil.

conhecidas como misiones,  várias políticas sociais se viabilizaram com a decisiva participação do Exército, concretizando de maneira tangível a democracia participativa e protagônica

o "socialismo bolivariano do Séc. XXI" da constituição do Estado Comunal, como consolidação e articulação das diversas instâncias de poder popular: Conselhos Comunais, Comunas e Cidades Comunais.

em 2014 haviam mais de 48 mil Conselhos Comunais e mais de 2 mil Comunas.

Chávez teve perfeita clareza quanto ao caráter da burguesia venezuelana: 'Se eu tivesse feito um pacto com a Direita, eu já estaria politicamente acabado'.

{fonte: "A Revolução Venezuelana e o subdesenvolvimento com abundância de divisas", Fábio Luis Barbosa dos Santos}.

não nos enganemos. tampouco eles mesmo se enganem.

os Generais estão tão perdidos em suas próprias bolhas de fake-news e pós-verdades quanto todos os demais: tanto quanto a Ex-querda, quanto eles, nós, tu, eu.

se não há vida inteligente dentro das bolhas, fora delas viceja barbárie e desintegração. e nada indica haver sinais de reversão desta descontrolada demolição destruindo o Brasil.

ainda assim, os Generais nunca antes neste país ganharam chance tão magnânima da História para enfim fazerem História.

mas como fazer História sob uma política econômica neoliberal gerida por Chicago's Oldies?

como fazer História sem arrancar o coração das trevas de uma lumpenburguesia que jamais será parceira de qualquer projeto de desenvolvimento nacional?

como fazer História sem colocar-se a serviço do protagonismo da participação popular?

os Generais estão diante de sua esfinge. não há como decifrá-la sem também a devorar. e não há como devorá-la sem devorarem a si mesmos.

do momento Geisel ao momento Chávez, passando pelo exasperante eterno retorno das ondas BolsoNazi, a marcha é sinuosa e espiralada, assolada por tragédias e desmoralizada por farsas, em rumo, quem sabe, a um temível e improvável, mas absolutamente indispensável e inexorável, momento Hy-Brazil.

vídeo: The Revolution Will Not Be Televised - Chavez- Inside the Coup



vídeo: Venezuelanos sendo expulsos do Brasil ao som do hino nacional
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24 fevereiro 2019

Hy-Brazil: o momento Geisel

24/02/2019


"Isto é inegociável para o Brasil. Não temos como negociar. A Democracia, a igualdade a quebra dos preconceitos. Isto não tem mais como voltar atrás. Isto é um avanço que temos de cultivar.
[...]
Racial, sexual, o próprio preconceito social. Todos estes preconceitos, eles tem que ser vencidos. E a nossa geração, e aí eu vou incluir aí a minha geração, nós tínhamos esses preconceitos muito arraigados, que foram pouco a pouco, se demonstrou que isto não tinha fundamento. Isto precisava ser vencido."

Castelo Branco (1964/1967) adotou um política econômica contracionista, marcada pela internacionalização, superexploração e concentração de renda, além de um submisso alinhamento automático aos EUA, a ponto de participar com 1.250 soldados da "pacificação" da República Dominicana, em 1965.

Geisel (1974/1979) pautou a política externa pelo "pragmatismo responsável", denunciou o tratado militar com os EUA, reatou relações diplomáticas com a China, reconheceu a independência de Angola, assinou acordo nuclear com a Alemanha, exonerou o comandante do II Exército por conta dos assassinatos de Vladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, impediu o "auto-golpe" de seu Ministro do Exército, extinguiu o AI-5 e lançou o até hoje mais complexo e ambicioso plano de nacional de desenvolvimento: o II PND.

embora Geisel tenha vencido muitos "preconceitos" importantes, faltou romper com dois dos mais decisivos:

- o grande empresariado brasileiro, de modo geral, jamais será parceiro de um autêntico desenvolvimento nacional com inclusão social;

- nenhum desenvolvimento nacional se viabiliza sem o protagonismo da participação popular.

“A verdade é que não estamos diante de uma simples crise, aguda embora, de reajustamento econômico em larga escala. Enfrentamos uma mudança estrutural de toda a economia mundial. O Brasil está conseguindo evitar a estagnação e a recessão.”
véspera do Natal de 1975, em cadeia nacional de rádio e TV

"No que se refere ao plano propriamente dito, o II PND cumpriu toda sua conturbada trajetória, como um produto de gabinete, incapaz de obter o apoio, e muito menos a mobilização de uma sociedade, que não participou de sua elaboração e não tinha como controlar sua execução.
[...]
O que fracassou foi a chamada "estratégia social", de acordo com a qual seria necessário "realizar políticas redistributivas enquanto o bolo cresce"."
Antonio Barros de Castro e Francisco Eduardo Pires de Souza

"Geisel teve um enorme sucesso na obtenção do financiamento privado externo e deixou montada uma extraordinária máquina produtiva estatal bem como o sonho de uma Nação-potência. Mas, mesmo assim, teve que se submeter a uma rigorosa, ainda que oscilante, política macroeconômica monetarista, que, instigada pela inflação e pelo desequilíbrio do balanço de pagamentos, estimulou, até o limite, o endividamento externo em, que todos, unidos, se afundaram mais à frente. Deixou como herança de seu sucesso a forte suspeita de que esse Estado não foi montado com vistas a uma industrialização pesada, mas como objeto de desfrute cíclico generalizado. Desfrute na predação, quando as coisas vão bem, e na socialização das perdas, quando as coisas vão mal."
José Luis Fiori

"Mas, o II PND, enquanto estratégia de superação da crise e consolidação dos interesses de longo prazo da economia brasileira, que rejeita e redireciona os impulsos procedentes do mercado, poderia haver sido adotado através dos mais límpidos processos democráticos. Em outras palavras, a perversão política reside nos métodos através dos quais o II PNBD foi definido e implementado."
Antonio Barros de Castro e Francisco Eduardo Pires de Souza

"O antiestatismo de nossos empresários liberais não consegue esconder suas prolongadas relações de dependência clientelista com o próprio Estado. Mas o estatismo de nossos desenvolvimentistas — dos conservadores mais do que dos progressistas — tampouco consegue justificar as alianças que comprometeram historicamente o Estado com a parafernália corporativa e cartorial e com o autoritarismo, sendo que o reformismo de nossos social-democratas não consegue jamais esclarecer como se faz a omelete da reforma do Estado sem quebrar os ovos que alimentaram os vários e heterogêneos segmentos pactados na base social de apoio á estratégia que modernizou nossa sociedade sem ampliar a cidadania social e política."
José Luis Fiori

vídeo: Conversa com Bial General Augusto Heleno 12/12/2018


vídeo: #Coronel José Jacaúna fala sobre episódio lamentável na #Venezuela

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22 fevereiro 2019

Hy-Brazil: do momento Geisel ao momento Chávez

22/02/2019

"Muito obrigado Comandante Villas Bôas. O que já conversamos, morrerá entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui."

um conflito armado do Brasil com a Venezuela é concretamente o tipo de "ajuda humanitária" que o Imperium entrega às nações e povos após "despedaçar a substância física de suas economias nacionais".

não há nenhuma guerra no mundo. e sim uma Guerra de Mundos. a lumpenburguesia global já não pode mais dissimular sua necropolítica: viva la muerte!

o Capitalismo globalmente financeirizado declarou guerra à humanidade e ao planeta, conduzindo em escala mundial um campanha genocida de extermínio contra todos nós.

longe de ser uma aberração, o Daesh é a expressão mais explícita e contundente do grau de patologia do Capitalismo contemporâneo. o terror pelo terror, a destruição pela destruição, a morte pela morte.

nos que nos tange especificamente, o envolvimento do Brasil no teatro de operações da Venezuela é consequência direta da conversa entre Villas Bôas e Bolsonaro.

os Generais são os responsáveis por nossa participação este conflito. enfim, terão a guerra que precisam. talvez assim tenham outra ocupação além de "pacificarem" o Haiti e de fazer daqui, do Brasil, outros Haitis.

numa das inclementes ironias da História, os Bolsominions recebem uma oportunidade para mostrarem seu valor: "vão para a Venezuela" para libertá-la do "socialismo" e de sua bandeira erradicar a cor vermelha.

com o momento Geisel definitivamente perdido na poeira dos anos dourados do Capitalismo fordista e keynesiano, os Generais estão cavando fundo as covas das quais brotará o momento Chávez.

vídeo: Jair Bolsonaro- 'General Villas Boas o senhor é o responsável por eu estar aqui


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03 fevereiro 2019

Brasil em Transe: falsos Messias

03/02/2019

“Estivemos juntos em três Guerras Mundiais e é essa parceria que estamos dando continuidade”.


a presença dos genocidas militares israelenses no Brasil, sob a fachada de "ajuda humanitária" para resgatar cadáveres do mar de lama tóxica causada pelo grande empresariado brasileiro, mas na verdade fazendo parte de uma psyop para angariar apoio à transferência da Embaixada Brasileira para Jerusalém, é também mais uma sessão no processo de maldição a que todos, sem exceção, estamos sendo submetidos desde o Golpeachment.

como se ainda não fosse o suficiente, as bolhas fake BolsoNazis passaram a circular com a versão de que o crime ambiental e humano em Brumadinho foi: um atentado de uma célula terrorista cubano-venezuelana no Brasil para sabotar a abertura econômica de Paulo Guedes.

este é o grave, profundo e irreversível transe de um Brasil completamente delirante. nenhum de nós está imune a ele. e de suas consequências todos nós estamos sendo afetados.

não olhem para a Venezuela. a Venezuela é prelúdio. o decisivo teatro de operações na AL localiza-se nas terras prometidas de Hy-Brazil.

bem o sabe a companhia especial israelense de resgate, com suas 10 toneladas de equipamento, incluindo "sonares" sensíveis ao calor dos corpos e עוד דברים, muito embora não sejam efetivos frente  ao gélido rigor mortis dos assassinados pelo rompimento criminoso da barragem da Vale em Brumadinho.


o aparente paradoxo deste desprezo do Messias Bolsonaro com a tecnologia militar brasileira é consequência direta do desprezo das FFAA pelo Povo Brasileiro.

forte demais? de modo algum! quem até hoje é o patrono do Exército Brasileiro?

um Duque! o único no Brasil. cujos títulos de nobreza foram recompensa pelo seu dedicado trabalho de "pacificação" das revoltas populares durante o Império, ao qual nosso "maior soldado" serviu com fidelidade canina.

qual a relação das FFAA com o Capitão Sérgio Macaco do caso PARASAR, durante a Ditadura Civil-Militar? este sim um herói! este sim deveria ser um ícone permanente para as FFAA! mas as FFAA deixaram que o Brigadeiro Sérgio Macaco morresse sem lhe fazer justiça.

para nosotros, os patronos são os militares e lideranças que sob o lema "Desobedecer El Rei para servir ao Povo!", ainda agora nos conclamam: "Sigam-me os que forem brasileiros!".

então, não se trata tão somente de fazer o acerto de contas a respeito dos porões de um regime  militar a serviço dos grandes empresários civis. há todo um amplo, geral e irrestrito resgate a ser feito. desde as malas de dinheiro do Gal. Kruel até a humilhação do Vice-Almte. Othon.

como falso Messias, Bolsonaro jamais imaginou que seria eleito. e os Generais também não. em que pese a já famosa matéria sobre um pretenso projeto da cúpula militar para uma pretensa "Nova Democracia".

nada foi previamente planejado. tudo ocorreu de acordo com as veleidades circunstanciais da História. assim como também por estas circunstâncias, não apenas eles, mas vós, nós, ele, tu e eu, estamos todos igualmente perdidos, perambulando sem destino no interregno de um labirinto sem saída.

com seu intestino grosso cirurgicamente transformado em "verdadeira obra de arte", o Capitão-Presidente jaz convalescente numa mudez forçada, para aquilo que lhe sai espontaneamente pela boca volte também a ser expelido pelas vias normais.

embora não possa receber visitas, ainda assim decidiu reassumir o exercício da Presidência. como resultado, sofreu uma recaída e ganhou a companhia de náuseas, vômitos e uma sonda naso-gástrica.

em outra frente de batalhas, o agora tido como "sensato" General-Vice ganha terreno rapidamente. sem encontrar resistências, avança para ser impor ele próprio como a solução do "auto-golpe".

são muitos os falsos Messias. os milagres e a salvação que trazem sempre são de interesse próprio. sem sequer uma única palavra acerca dos mais urgentes de nossos problemas: pouca renda e muita inadimplência!

até mesmo dentro dos quartéis os falsos Messias já começam a ser desmascarados, com a profunda insatisfação com a inclusão dos militares na Reforma da Previdência do financista e rentista Paulo Guedes.

aquele Brasil tal qual o imaginávamos conhecer, está morto! aquele sistema de poder no qual viemos aos barrancos e solavancos, acabou-se em definitivo com o Golpeachment. a pax instituída pela Constituição de 1988 faliu. a ela não haverá retorno.

já se romperam as barragens de lama tóxica do grande Capital. para todos nós atingidos pelo tsunami criminoso, já não se trata, desde muito, de ter qualquer esperança. nem mesmo de uma morte rápida. somos todos mortos-vivos. e nenhum falso Messias fará de nós Lázaro.

"Aqueles no topo nos pedem para nos curvarmos enquanto esperamos pela catástrofe. Eles nos pedem para nos juntar às suas fileiras! Eles nos pedem para fazer um acordo com o diabo! Mas é ficando longe do mundo deles que podemos parar essa cadência infernal. Ainda temos a oportunidade de virar a maré para semear novas sementes em solo fértil."

Carta 20: Vamos teclar "DESLIGAR"!

vídeo: Vítimas da tragédia de Brumadinho são homenageadas

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