Rodrigo Maia - 08/08/2019
os Porões da Ditadura, o subsolo do
Judiciário, o baixo clero parlamentar, a economia subterrânea, os negócios
ocultos da Teologia da Prosperidade, as catacumbas da fogueira santa, os fundos
off-shore, as transações em cash, o caixa-2 eleitoral, as propinas e as
sonegações, o Black Market: a ponta do iceberg flutua visível apenas por
conta da enorme massa abaixo da linha d'água.
são partes indissociáveis. uma só existe em
função da outra.
assim
como a Ditadura que os pariu, seus Porões foram um empreendimento
civil-militar. financiados pelos grandes empresários de São Paulo Ltda., comandados pelos Generais, sob gestão local dos
Coronéis e execução operacional a cargo dos Delegados.
o modelo segue o mesmo. por toda parte. por
todo o tempo. business, as usual...
para interromper a sucessão de mandatos presidenciais
do PT, apesar deste sempre afinado com uma política econômica neoliberal, o
setor dominante não teve qualquer escrúpulo.
valeu tudo! desde o impeachment, passando pela
prisão e interdição eleitoral de Lula, a fraude das Eleições de 2018 e culminando
com a chegada da extrema-direita ao Planalto.
agora se indagam: onde erramos? como submergir
novamente os Porões abaixo da linha d'água do Palácio?
too late. não será tão fácil.
enquanto a Esquerda permanece unida na
inapetência e desorientação, provocadas por seu foco exclusiva na via
eleitoral-institucional, a classe dominante está dividida.
esta divisão é tanto em relação a Bolsonaro
quanto no que tange a Lula, sobre ambos pairando a mesma questão: o que fazer
com Bolsonaro? o que fazer com Lula?
trajando ternos impecáveis e imaculados
colarinhos brancos, a lumpenburguesia brasileira segue em seu pic-nic de abutres.
enquanto nos devora em sua rapina de curto prazo, candidamente fecha os
olhos para as hordas de miseráveis nas ruas se amontoando até o céu.
querem continuar com seu pic-nic, mas não
suportam as consequências dele.
querem impunemente cassar a soberania popular
para se apropriarem da renda e do patrimônio públicos, mas não sabem onde
erraram para Bolsonaro chegar a ser Presidente.
a demanda política da população por uma
alternativa anti-sistema é resultado do cruzamento da crise de
representação com a crise econômica.
como o setor dominante fracassou em gerar esta
opção, a sempre no cio cadela do fascismo se encarregou de parir BolsoNazi.
querem aplicar um austericídio ultra-liberal,
mas não ousam encarar no espelho suas próprias imagens refletidas como a face
repugnante de Bolsonaro.
querem um Capitalismo o quanto mais selvagem
melhor, mas fingem não saber que o fascismo não é senão a forma mais nua,
mais cínica, mais opressora e mais mentirosa do capitalismo.
querem as contra-reformas.
mas estas só vão agravar ainda mais o
cruzamento da crise de
representação com a crise econômica. como Bolsonaro é
uma resposta fake a este impasse, irá acirrá-lo pela impossibilidade de
atender as expectativas geradas por sua eleição.
querem o golpe, mas não querem o
golpe dentro do golpe...
são como o Ditador-General Ernesto Geisel,
querem a execução sumária dos opositores políticos, mas com
extremo cuidado para assassinar apenas os "perigosos".
a cadela do fascismo segue pronta para
continuar parindo.
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