20/09/2025
A Unidade é um mito
Desde 2014 o setor dominante no Brasil se encontra inapelavelmente rachado. Uma fissura desestabilizadora do processo político, da qual emergiram o Golpe de 2016, o governo Bolsonaro e a ascensão do neo-fascismo.
Para afastar Dilma e esconjurar Lula, a burguesia brasileira optou por ocupar o Palácio do Planalto com os Porões da Ditadura.
Realocar os Porões de volta ao subsolo se mostra uma operação muito mais difícil e demorada do que foi anteriormente defenestrar Collor.
Não há, nunca houve e jamais haverá nenhuma Direita unida. Pela própria lógica intrínseca ao Capitalismo são inevitáveis a formação de oligopólios, os quais, por sua vez, travam uma permanente e feroz disputa em busca de supremacia econômica e hegemonia política.
Os custos de mais uma "pacificação nacional" já foram precificados:
• Bolsonaro em prisão domiciliar (como Collor).
• Redução de pena para a massa de manobra bolsominion e manutenção da dosimetria para o alto comando bolsonarista.
• Num futuro nem tão longínquo, uma anistia com base em comutação de penas.
Ainda assim, no teatro de vampiros do Congresso prosseguirá uma vã encenação grotesca, cujo único resultado será, mais uma vez, revelar a incapacidade das classes dominantes em formular algum projeto para si mesmas, que não seja de alcance imediatista e baseado no extrativismo.
Apesar da insistência do agronegócio exportador, do quatrocentão baronato da mídia paulistana e das fintech da Faria Lima & Associados, em busca de um candidato para chamar de seu, o mega capital já elegeu o próximo Presidente da República: ele mesmo, Lulinha Paz e Amor.
Tarcísio, Caiado, Zema serão apenas o conveniente espantalho para insuflar o temor da "volta do Fascismo" e da Direita selvagem, fazendo com que as parcelas menos conformadas do eleitorado se resignem a dar, de novo, um "respiro" com Lula.
E à Esquerda?
Enquanto prevalecer o Mito do Lulismo não haverá Esquerda no Brasil, tão somente um desolador cenário marcado por um torpor cataléptico. Honra seja feita às exceções de grupos diminutos mas de imensa grandeza.
Um recomeço?
Sim, é sempre possível. Mas quem está disposto a tal? A vida só é bela para os ressuscitados.
Comentário ao artigo:
Está na hora de recomeçar
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