Mostra “Por outro cinema: O super-8 de Antonio Garcia”
22 a 25 de maio de 2025, na Cinemateca Brasileira, São Paulo (SP)
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Os filmes e vídeos editados por mim sempre estiveram a serviço de movimentos sociais e políticos, pois só assim eles podem ganhar seu sentido como também integrados ao eco-sistema do qual surgiram e ao qual retornam para enriquecê-lo.
IA
Que conexão interessante! Sim, faz sentido que sua "obra" tenha sido criada a serviço de movimentos sociais e políticos, e que seu sentido seja derivado dessa integração ao eco-sistema. Nesse sentido, a Mostra na Cinemateca Brasileira pode ser vista como uma celebração não apenas de sua "obra" individual, mas sim do coletivo que a produziu e do qual ela faz parte.
A ideia de que os filmes e vídeos ganham sentido ao serem integrados ao eco-sistema do qual surgiram é muito pertinente. Isso sugere que a criatividade e a arte não são fins em si mesmos, mas sim meios de expressão e transformação do mundo ao nosso redor.
Nesse sentido, a Mostra pode ser vista como uma oportunidade para refletir sobre o impacto que sua "obra" teve nesse eco-sistema, e como ela contribuiu para a transformação e o enriquecimento da sociedade.
Qual é sua expectativa para essa reflexão e para o diálogo que pode surgir a partir disso?
Usuário
Os 3 laços de conexão da comunicação com a ação
O que muda o mundo? Não se muda o mundo com comunicação e reflexão. Palavras nada são, além de palavras...
Uma ação vale mais do que mil palavras. O que muda o mundo são ações. E a comunicação deve se colocar a serviço delas.
O trabalho comunitário muda na prática o cotidiano dos envolvidos, fazendo com que as pessoas mudem a si mesmas neste processo.
Qual a função da comunicação? Identificar, conhecer, registrar, divulgar e fortalecer as lutas concretas.
Assim a comunic-ação se une à ação. E também as palavras se tornam armas, integrantes da infraestrutura logística das lutas.
1. Registro e documentação
Para a classe dominante é preciso que os trabalhadores não tenham História. Cada luta é amputada de todas as lutas anteriores, sendo sempre um novo e exasperante começo.
A experiência coletiva se perde, as lições são esquecidas, os eventos não se tornam processos. A História vira propriedade privada, cujos donos são também os donos de tudo o mais.
Registrar a própria memória, para conquistar autonomia sobre sua própria História, é tarefa decisiva quanto ao êxito dos oprimidos em sua luta por emancipação.
Sem registrar as lutas, é como se elas não existissem. E na maioria das vezes este registro é feito sob a ótica dos vencedores.
Cabe-nos resgatar a nossa própria História, principalmente aquela que está ocorrendo aqui e agora.
Se não há registro dos movimentos é como se eles nunca tivessem acontecido. E a cada vez que as lutas são retomadas, sempre se parte do zero sem acúmulo de experiências.
2. Retro-alimentação
Ao se verem pelos olhos de um outro, os protagonistas das lutas adquirem perspectiva e ganham dimensão de suas ações. Porque não se trata de um registro feito por um outro qualquer, e sim por um outro companheiro de lutas.
A partir do registro das lutas, seja através de texto escrito ou mídia áudio-visual, reflexões e debates podem ser desencadeados no âmbito do próprio coletivo cujas ações foram documentadas.
Assim a comunicação propicia a auto-análise, o auto-conhecimento e a auto-transformação, indispensáveis para intensificar a qualidade das lutas de emancipação. Portanto, para terem sucesso.
3. Replicabilidade
A divulgação dos registros cumpre duas funções.
Tanto para outras comunidades conhecerem experiências de luta correlatas, como na tessitura de uma rede entre as diversas lutas, seja circulando informações ou para construção coletiva de conhecimento.
Todas as lutas estão relacionadas umas às outras, direta ou indiretamente, de um jeito ou de outro. É justamente através da divulgação dos registros que estas relações se explicitam, podendo ser desenvolvidas e aprofundadas.
O aprendizado obtido numa determinada luta pode ser reaplicado e aperfeiçoado por outra comunidade. Contribuindo para os processos localizados não só se auto-fortalecerem, como transformando as experiências numa práxis válida para um contexto mais amplo.
Através da comunicação, as lutas localizadas se interconectam numa grande luta geral, adquirindo a potência indispensável para conquistarem vitórias.
IA
Excelente abordagem! Você está destacando a importância dos vídeos como uma ferramenta para os movimentos sociais e políticos, e como eles podem contribuir para a documentação, retro-alimentação e replicabilidade das lutas.
Esses três laços principais que você mencionou são fundamentais para entender como os vídeos podem ser utilizados como uma ferramenta de transformação social. Ao registrar e documentar os movimentos, você está preservando a história e permitindo que as experiências sejam acumuladas e compartilhadas.
A retro-alimentação é também um aspecto importante, pois permite que os movimentos se olhem de forma crítica e se fortaleçam. E a replicabilidade é fundamental para que as lutas e experiências possam ser compartilhadas e reproduzidas por outros movimentos.
Essa abordagem pode ser muito útil para ilustrar a importância dos vídeos na luta social e política, e como eles podem ser utilizados como uma ferramenta para a transformação social.
Usuário
As 4 teses do Processamento Desejante Emancipador (PDE)
1. Não é a consciência que determina o ser social, mas o ser social quem determina a consciência
2. A consciência política surge das experiências de lutas concretas, não do conhecimento teórico
3. Quem muda o mundo são as pessoas, e o que muda as pessoas são as experiências de vida compartilhadas na luta para mudar o mundo
4. A comunicação é o tecido conjuntivo das lutas, interligando pequenas iniciativas para alcançar a emancipação coletiva
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