22 maio 2021

El Paro na Colômbia: a Greve Geral no séc. XXI

 

O #Paro2021 na Colômbia nos traz aprendizado vital sobre uma Greve Geral em tempos de pandemia e precarização do trabalho.

Vivemos num mundo em que a infraestrutura, e portanto a logística, são as bases de um processo de produção descentralizado, móvel e automatizado, onde cada unidade não é mais do que um ponto numa rede integrada.

As fábricas já não tem muros e a grande plataforma produtiva é a cidade.

Já não se trata somente de não comparecer ao local de trabalho, e sim impedir que seja distribuída uma produção descentralizada.

O Paro colombiano se organiza através de diversos pontos de bloqueio, situados nas periferias das cidades, próximos as moradias daqueles que participam dos piquetes.

Seu objetivo é interromper os fluxo de circulação e distribuição de mercadorias e serviços.

Os piquetes se tornaram áreas de encontro e convivência, onde se desenvolvem diversas ações comunitárias, desde cozinhas coletivas até atividades artísticas e culturais.

Nas moradias na vizinhança dos pontos de bloqueio os participantes encontram abrigo e assistência médica, quando ocorrem os brutais ataques da polícia.

Também servem como depósito de alimentos, medicamentos e equipamentos.

Normalmente usadas como bases de repressão, algumas das instalações policiais nestas periferias foram convertidas em bibliotecas.

As barricadas erguidas se estendem por várias ruas, e delas participam não apenas jovens trabalhadores como todo tipo de apoiadores.

A eles se somaram na cidade de Cali, um contingente da Guarda Indígena com mais de 8 mil participantes.

Nos piquetes nas periferias se realizam assembléias populares, encaminhando mobilizações e organizando marchas.

Trata-se de uma Greve Geral levada a cabo não nos portões dos locais de trabalho, e sim na porta dos locais de moradia, a partir da compreensão do caráter logístico do Capitalismo contemporâneo.

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