O #Paro2021 na Colômbia nos traz
aprendizado vital sobre uma Greve Geral em tempos de pandemia e precarização do
trabalho.
Vivemos num mundo em que a infraestrutura, e portanto a logística, são as bases
de um processo de produção descentralizado, móvel e automatizado, onde cada
unidade não é mais do que um ponto numa rede integrada.
As fábricas já não tem muros e a grande plataforma produtiva é a cidade.
Já não se trata somente de não comparecer ao local de trabalho, e sim impedir
que seja distribuída uma produção descentralizada.
O Paro colombiano se organiza através de diversos pontos de bloqueio, situados
nas periferias das cidades, próximos as moradias daqueles que participam dos
piquetes.
Seu objetivo é interromper os fluxo de circulação e distribuição de mercadorias
e serviços.
Os piquetes se tornaram áreas de encontro e convivência, onde se desenvolvem
diversas ações comunitárias, desde cozinhas coletivas até atividades artísticas
e culturais.
Nas moradias na vizinhança dos pontos de
bloqueio os participantes encontram abrigo e assistência médica, quando ocorrem
os brutais ataques da polícia.
Também servem como depósito de alimentos, medicamentos e equipamentos.
Normalmente usadas como bases de repressão, algumas das instalações policiais
nestas periferias foram convertidas em bibliotecas.
As barricadas erguidas se estendem por várias ruas, e delas participam não
apenas jovens trabalhadores como todo tipo de apoiadores.
A eles se somaram na cidade de Cali, um contingente da Guarda Indígena com mais
de 8 mil participantes.
Nos piquetes nas periferias se realizam assembléias populares, encaminhando
mobilizações e organizando marchas.
Trata-se de uma Greve Geral levada a cabo não nos portões dos locais de
trabalho, e sim na porta dos locais de moradia, a partir da compreensão do
caráter logístico do Capitalismo contemporâneo.
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