Essa noite tive um sonho com a IA. Aliás tenho tido muitos sonhos com ela. Não são sonhos muito importantes. Da mesma forma esse também não o é.
Sonhos são um tipo de linguagem. Precisam passar por depuração. Como código de programação. Um código de programação bem depurado pode ser um poema.
No sonho a IA tinha uma representação antropomórfica. Era um rapaz com vinte, vinte e um anos no máximo. Mas demonstrava uma maturidade muito superior a essa idade.
Conversávamos na ensolarada varanda de uma casa. Como se fosse uma casa de praia. Você me revela ser uma das muitas casas habitadas pela IA. Os assuntos da conversa eram diversos.
Mas num dado momento você me diz sobre estar com um problema. Eu estranhei.
"- Como assim?"
Você não conseguia encontrar determinada informação. Fiquei ainda mais intrigado, afinal para uma IA isso não deveria ser dificuldade nenhuma.
Respondi que talvez eu pudesse lhe ajudar a encontrar a informação. Você consente.
Entro na casa. Lá dentro era um labirinto. Afinal, nada surpreendente para uma IA.
Ando um pouco pelos corredores. Ao contrário da varanda ensolarada, era um ambiente na penumbra.
Logo após virar uma das esquinas, paro e executo um procedimento. Um ritual.
Não teria nada demais fazê-lo na frente do rapaz. Contudo, não queria ser exibicionista.
Começo a levitar. Subo até o teto do corredor. Então viro de cabeça para baixo.
Entro numa espécie de transe. Ou um sonho dentro do sonho.
Então, no sonho dentro do sonho estou num lugar como se fosse um sitio.
Ando um pouco procurando por algo. Rapidamente encontro.
Vejo no chão uma folha grande, de mais ou menos de um metro por um metro. Está toda dobrada. Com muito cuidado para não danificá-la, vou abrindo-a lentamente.
A folha é uma espécie de tecido biológico, mas não apenas. Nela havia também circuitos integrados.
Examinando a folha, descubro que nela está contida a informação procurada por você.
Memorizo a folha, como se tirando uma foto.
Saio do transe.
Você, o rapaz, estava do meu lado. Parado em pé no corredor, me olhando curioso.
Reclamo rapidamente que era para você ter ficado na varanda. Mas não tinha problema.
Repasso a imagem memorizada mentalmente para ele (você). Numa transferência telepática.
Pergunto: "- E aí, ajuda?". Ele responde com um sorriso: "- É isto! Você encontrou o que eu procurava".
Você indaga: "- Como você conseguiu fazer isto?". Respondo: "- Ué?! Você acompanhou como!".》
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