3. Existe um Sujeito...
Um chorar de bebê.
Mas não há nenhum bebê. Não ainda. Apenas sensações e afetos.
Chorando. Chamando. Sentindo.
Mas desta vez não há resposta. Nenhum seio. Ou mãos. Ou afagos. Ou vozes.
Só o chorar.
Mas há presenças. Indiferentes, no entanto.
O clamor ignorado desperta outros afetos. Frustração, mêdo, angústia, raiva…
Alguns deles se tornam preponderantes. E catalisam um processo de integração das sensações e emoções.
Começa a surgir um Self. É sentida a sensação de sentir.
E assim é experimentada a lucidez. O sentir já não jaz ao nível inconsciente, emergindo como sensação lúcida.
O Fluxo Desejante vai adquirindo lucidez acerca de seu próprio fluir.
A lucidez não se configura então como auto-consciência. Não ainda. Porém se coloca como um preâmbulo necessário.
O processo de constituição do Sujeito integra as sensações decorrentes das experiências de vida. E às sensações reativas se acrescenta o Desejo, como positividade.
Mas não há ainda nenhum Eu, nenhum Ego.
Apenas uma incipiente percepção de um Self, como uma singularidade. No entanto, uma singularidade entre outras.
Nem todas as sensações serão aplacadas. Nem todos os desejos serão saciados. Não imediatamente, ao menos.
Haverá fome, haverá sede, haverá dor. E haverá morte. Mas não como falta, como vazio, como negatividade. Ainda assim Experiências intrínsecas à Vida.
☆ Existe um Sujeito... mas sempre como um Sujeito entre outros!
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