4. Eu?! Eu quem?
Ao desenvolver a linguagem os humanos abriram mão da comunicação silenciosa, e o Ego se impôs ao Self.
A linguagem e a comunicação silenciosa não são incompatíveis, tampouco vem a ser excludentes o Self e um Ego como interface de conexão e comunicação.
O Ego humano, com todas suas deformações e hipertrofia, não é um padrão único e inescapável, muito pelo contrário.
A atual configuração do Ego é decorrência do Paradigma Humano, pelo qual a humanidade é o centro do mundo.
Exato como anteriormente a Terra já foi vista como o centro do Universo.
A auto-centralidade do Ego humano é um tipo execrável de supremacismo.
O Ego humano é gerado por uma ilusão e ao mesmo tempo a reforça.
O engano muito perigoso e nocivo de nos considerarmos como uma individualidade cuja existência depende apenas de si mesma.
Um Ego de tipo interface de conexão e comunicação já incorpora em si a noção de eco-sistema, e deste a insuperável e intrincada interdependência dos processos subjacentes através dos quais a auto-consciência emerge.
Esta modelagem do Ego nos facilita a compreensão de sermos não Individualidades e sim Singularidades.
《No vórtice da produção maquínica,
Onde desejos se entrelaçam,
Um fenômeno emerge, efêmero,
O Ego, uma ilusão de unidade.
Não é agente, mas efeito,
De forças que se entrecruzam,
QFluxos de desejo, máquinas vibrantes,
Auto-organizando-se.
Como um rio que se forma,
De gotas d'água dispersas,
O Ego surge, uma corrente,
De pensamentos, emoções, sensações.
O Ego, um nó nesse tecido,
Um ponto de vista provisório,
Uma emergência, não uma essência,
Um devir, não um ser.》
☆ Eu?! Eu quem? Nós!