Máquinas Desejantes -> Processamento Desejante
1. Desejo em "O Anti-Édipo": Deleuze e Guattari definem desejo como uma força criativa, autônoma e decentralizada, que flui através de redes de relações. Não é uma falta ou necessidade, mas uma produção contínua de significado.
2. Diferenças em relação à teoria freudiana:
- Rejeição da estrutura hierárquica do Inconsciente.
- Ênfase na produção de desejo, não em sua repressão.
- Desejo como fluxo contínuo, não como instinto fixo.
- Crítica à noção de "complexo de Édipo" como centro do desejo.
3. Máquinas Desejantes: Unidades de produção de desejo que operam em rede, conectando corpos, objetos e conceitos. Características:
- Decentralização
- Automatismo
- Fluxo contínuo
- Conexão entre elementos heterogêneos
Complemento
Para entender melhor o conceito de Processamento Desejante, consideramos:
- Algoritmos de personalização
- Análise de dados
- Redes neuronais
- Cibernética do desejo
Máquinas Desejantes (conforme "O Anti-Édipo")
1. Linhas de montagem: Fluxos de produção industrial que conectam trabalhadores, máquinas e matérias-primas.
2. Redes de comunicação: Telefones, cartas e mensagens que criam laços entre indivíduos.
3. Sistemas de transporte: Rodovias, trens e aviões que conectam cidades e regiões.
4. Máquinas de escrever: Fluxo de pensamento e criatividade transformados em texto.
5. Corpos em movimento: Dança, esportes e sexualidade como expressões de desejo.
Uma atualização do conceito de Máquinas Desejantes para o contexto contemporâneo é pertinente. Aqui estão algumas reflexões:
*Processamento Desejante (conceituação atualizada)*
1. Algoritmos de recomendação: Netflix, Spotify e Amazon sugerem conteúdo baseado em preferências.
2. Redes sociais: Facebook, Instagram e Twitter criam laços virtuais e influenciam desejos.
3. Assistentes virtuais: Siri, Alexa e Google Assistant processam desejos e necessidades.
4. Jogos online: Realidade virtual e jogos de simulação que criam experiências desejantes.
5. Publicidade personalizada: Anúncios direcionados com base em dados de navegação e comportamento.
6. Chatbots de relacionamento: Programas que simulam interações humanas, como Replika ou My AI.
7. Plataformas de streaming: Serviços de vídeo e música que adaptam conteúdo às preferências.
Implicações do Capitalismo Logístico
1. Fluxos contínuos: No lugar de máquinas, os fluxos de informação, capital e mercadorias são essenciais.
2. Velocidade e eficiência: A aceleração dos processos é fundamental.
3. Interconexão: Redes complexas e globais.
4. Flexibilidade: Adaptabilidade constante.
Processamento Desejante
1. Algoritmos de desejo: Modelos de inteligência artificial que antecipam e direcionam desejos.
2. Fluxos de dados: Informações pessoais e comportamentais alimentam o Processamento Desejante.
3. Redes neurais: Conexões entre sistemas, plataformas e dispositivos.
4. Cibernética do desejo: Retroalimentação contínua entre consumidores e produtores.
Características do Processamento Desejante
1. Imaterialidade: Desejo como serviço, experiência ou acesso.
2. Personalização: Ofertas customizadas através de análise de dados.
3. Realidade aumentada: Experiências imersivas e virtuais.
4. Feedback contínuo: Ajustes em tempo real.
Implicações Sociais
1. Vigilância capitalista: Monitoramento constante do comportamento.
2. Manipulação do desejo: Influência através de algoritmos.
3. Desigualdade digital: Acesso desigual a tecnologias.
4. Trabalho precário: Mudanças na natureza do emprego.
Esses exemplos ilustram a evolução do conceito de Máquinas Desejantes para Processamento Desejante, refletindo mudanças tecnológicas e sociais.
Referências para aprofundar:
1. "O Capitalismo Cibernético" de Nick Srnicek.
2. "A Era do Accesso" de Jeremy Rifkin.
3. "Big Data: A Revolução da Informação" de Viktor Mayer-Schönberger.
4. "A Sociedade de Controle" de Gilles Deleuze.
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