nossos amigos nos enviaram, a nosotros, um irônico cartão de "Boas Festas": "Merry Crisis e Happy New Fear".
o que festejar? se ao redor de todos nós os cadáveres se amontoam, formando pilhas subindo em direção ao céu.
a peste globalizada inaugura seu Ano II, ainda sem remissão. e prossegue a temporada de internações e mortes. como bônus amaldiçoado, as sequelas.
nunca foi tão flagrante a pulsão de morte inerente ao Capitalismo, com sua índole suicida e seu impulso destruidor.
o Capital odeia a vida!
desenvolvida em tempo recorde pela Big Pharma, que vende saúde mas lucra com a doença, a vacina injetará ainda mais rentabilidade na indústria farmacêutica, cujo Capital literalmente "jorra sangue por todos os poros".
para a Medicina de Mercado já não mais se trata de "curar" as enfermidades, e sim de "mantê-las sob controle", exigindo para isto um uso prolongado da medicação.
pressão arterial, diabetes, colesterol, cardiopatias, disfunção renal, asma, artrose, rinite, etc... a doença é crônica, assim como o resultado financeiro por ela gerado.
as causas das doenças não são superadas, apenas suprimem-se os sintomas, aprofundando-os como desequilíbrios mais graves e gerando efeitos colaterais múltiplos.
clamamos é pela cura! para isto é impositivo superar a mercantilização da vida. alguma vacina contra o Capitalismo?
escolhemos viver num tempo de colapsos combinados, uma inédita e mais do que perigosa encruzilhada da História:
- a decadência dos EUA como hegemon;
- a crise sistêmica do Capitalismo;
- o armagedon climático;
- a pandemia do Sars-CoV-2.
após todos esses meses, com quase 200 mil mortos notificados no Brasil, já é mais do que tempo de compreendermos: não há nenhuma solução mágica, fácil e rápida.
não haverá retorno. além disto, naqueles tempos de mórbida "normalidade", quanto de vitalidade nos restara? já estávamos mesmo mortos...
no cruel e desesperador tempo do agora, nosotros não cessamos de nos indagar: como parar uma máquina de matar e esconder corpos?
"Não esperamos um outro deus ou um outro homem - pelo contrário, procuramos aqui e agora, entre as ruínas que nos rodeiam, uma forma de vida humilde, mais simples, que não é uma miragem, porque dela temos memória e experiência, mesmo que dentro e fora de nós os poderes inimigos sempre a tenham relegado ao esquecimento."
e onde, e quando, nada parecia estar acontecendo, apenas se viam ruínas se acumulando, já se pode vislumbrar o que emerge à superfície dos tempos.
a confluência de muitos Povos para fazer brotar a grande aliança entre os Seres da Terra. enfim, um mundo onde caibam muitos mundos.
não apenas contemplem o alvorecer da Era de Aquarius, para ela raiar precisamos participar concretamente do nascimento de outros mundos!
estamos todos no esgoto. mas alguns de nós não somente olham para as estrelas, como já caminham com seus pés firmemente em contato com a Terra.
"As ilhas de conservação no mar da devastação são também onde os povos têm erguido suas moradas e semeado uma nova sociedade que se harmoniza com a Mãe Terra."
Ademir Antônio e Erahsto Felício
como encontrar o mapa desta rota para as ilhas de utopia?
as pessoas virão. elas vão chegar sem nem compreenderem direito por quais motivos.
irão abandonar suas vidas sem sentido. e tomarão um novo caminho, mesmo sem saber ao certo aonde ir.
elas virão!
e chegarão como crianças fascinadas com uma nova descoberta.
e será como se mergulhassem em águas mágicas. e suas emoções serão tão densas, que elas poderão tocá-las no arrepiar de suas peles.
e seus ancestrais irão sussurrar aos seus ouvidos, contando histórias dos tempos em que não havíamos perdido a conexão com a Terra.
as pessoas virão! sem sombra de dúvidas, elas virão!
"É no fundo desta situação e no fundo de cada um de nós que havemos de procurar o espírito de nossa época. É aí que “nós” nos encontramos, é aí que se fazem os verdadeiros amigos, dispersos pelos quatro cantos do globo, mas que anseiam por caminharem juntos."
"Merry Crisis e Happy New Fear", Comitê Invisível
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