01 setembro 2006

Heloísa Helena passada a limpo (1)

na entrevista com Heloísa Helena, no Jornal da Globo em 31/08/2006, algumas das respostas da candidata foram consideradas, por uma parcela de seu eleitorado, como aquém da expectativa.

com o intuito de sanar as dúvidas e resolver a questão, trazemos novamente a candidata aos nossos estúdios.

entrevistador: boa noite, candidata.

HH: boa noite. eu queria agradecer não apenas esta nova oportunidade, como vocês sabem ... eu sempre fui uma crítica ferrenha da Rede Globo. mas desta vez, eu tenho que dar a mão à palmatória. não somente estas entrevistas agora no Jornal da Globo, como as anteriores no Jornal Nacional, foram de um nível excelente, imparciais, trazendo perguntas sobre pontos polêmicos de cada candidato, fazendo com que ele se exponha. vocês estão de parabéns. vocês estão dando uma grande contribuição para a política brasileira e cumprindo o que se espera da mídia.

entrevistador: muito obrigado, candidata. mas vamos as perguntas. qual seria mesmo a sua postura diante de uma greve no setor público a senhora cortaria ou não o ponto dos grevistas?

HH: meu bem, eu vou responder esta pergunta em três pontos. o primeiro deles, como eu já disse anteriormente, toda greve, ela é conseqüência de reivindicações dos trabalhadores que não são atendidas. o trabalhador não faz greve porque quer, meu amor. ele faz greve, como um recurso, um recurso inalienável da classe trabalhadora, para conquistar melhores condições de trabalho e um salário digno e justo. no meu governo eu vou me antecipar à greve. sempre que as reivindicações forem justas, eu vou atender as reivindicações. a rigor, eu não vou sequer esperar as reivindicações. vou permanecer muito atenta às condições de trabalho do setor público, sempre cuidando para que sejam as melhores possíveis. portanto, as greves no meu governo, se acontecerem, serão muito raras. porque o meu governo não vai ser um balcão sujo de negócios como o governo do PSDB e do PT. este é o primeiro ponto. o segundo ponto... veja só, por que vocês não perguntaram ao Lula se ele vai cortar ponto de grevista? por que não perguntaram ao Alckmin? ah! não perguntaram porque é claro que o compromisso de Lula e Alckmin não é com a classe trabalhadora. e o meu é! é por isto que me fazem este tipo de pergunta e não a eles. Lula e Alckmin tem compromissos com o banqueiros, com os grandes empresários, com o capital internacional, com esta farra de juros exorbitantes e lucros astronômicos de bancos que está sabotando o desenvolvimento do país e condenando o trabalhador ao desemprego. mas vamos lá... está é uma pergunta polêmica e muito pertinente eu agradeço que me tenham feito para que eu possa deixar bem claro qual é a minha posição a respeito. a greve é uma questão social. e toda questão social no Brasil é tratada como caso de polícia. por isto que tem este tipo de pergunta. você vai cortar ponto? você vai chamar a polícia para descer o sarrafo no trabalhador? não, não! eu não vou tratar questão social como caso de polícia. vamos conduzir com muito diálogo, muito equilíbrio, buscando sempre a solução justa.

entrevistador: candidata, a resposta...

HH: sim, sim. olha, sei que tenho o defeito de às vezes ser prolixa. e aí chegamos lá. ao terceiro ponto, que é o seguinte. eu sou candidata e pretendo ter a honra de ser a primeira mulher a chegar à Presidência para ajudar a transformar este país na grande nação que ele está destinado a ser. e que é o que o povo Brasileiro deseja e merece. portanto, eu vou dizer a vocês que no meu governo sempre vou nortear toda decisão, por menor que seja, pelo que é justo, pelo que é correto, pelo que é melhor para a nação. então, que fique claro, se num determinado momento, e eu não sou mulher de ter medo de dizer isto aqui e perder voto, se eu tiver que cortar ponto, se esta for a decisão justa do ponto de vista do interesse da nação, então eu vou cortar ponto. assim como eu não vou ter medo de cortar juros, de fazer a reforma agrária, não vou ter medo de enfrentar os banqueiros e não vou ter medo de enfrentar os especuladores que vivem da desgraça do povo Brasileiro.

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