05 setembro 2018

Brasil em Transe: o mito BolsoNazi

05/09/2018

Bolsonaro é hoje o representante da corrente interna das FFAA derrotada com a "abertura lenta, gradual e segura", concebida por Golbery e implementada por Geisel e Figueiredo.

tão lenta, que até hoje não chegou ao seu fim. pois assim foi planejada para ser, mantendo perenemente o Estado e os governos civis sob tutela militar.

exatamente por este motivo, agora a corrente das FFAA representada por Bolsonaro tenta aplicar mais um fechamento rápido, radical e desestabilizador.

todos jamais deveríamos esquecer: em 17-ABR-2016, na votação da admissibilidade do impeachment, Bolsonaro dedicou seu voto ao Coronel Ustra, o primeiro oficial brasileiro a ser declarado como torturador numa sentença oficial.

Bolsonaro é a vingança do SNI e a restauração dos DOI-Codi. o monstro criado por Golbery está voltando.

No final de 1980, foi realizado um evento oficial no Hotel Glória, Rio de Janeiro, promovido pela International Police Association, que serviu de biombo para uma outra reunião, esta clandestina, fazendo parte do contexto da Operação Condor.

Foram três dias de reuniões oficiais e duas noites de conspirações. Foi então traçada uma estratégia violenta de combate à abertura democrática no Brasil.

Para preservar altas patentes militares brasileiras, das reuniões conspiratórias participaram apenas os operadores do porão da Ditadura.

Foram eles também os principais executores dos diversos atentados ocorridos posteriormente. Entre eles, a explosão da carta-bomba na OAB e o caso do Riocentro.

Também se planejou uma explosão de todo o quarteirão do prédio do JB (Jornal do Brasil), então recém inaugurado - frustrada por intervenção direta de Golbery.


em 1964, as FFAA apoiaram quem o coronel dos EUA Vernon Walters indicou. em seu discurso de posse em 1964, o ungido Castelo Branco garantiu a realização das eleições presidenciais no ano seguinte.

passaram-se exasperantes 25 anos até a volta das Diretas Já.

Castelo Branco morreu numa manhã de céu azul em 1967, quando o avião em que estava foi atingido em pleno vôo por um caça da FAB;

imediatamente após o Golpe de 1964, o AI-1 atingiu cerca de 980 militares.

os expurgos objetivaram não apenas o imediato afastamento dos militares nacionalistas e de esquerda, mas tiveram um caráter preventivo, evitando o surgimento de novas lideranças e alterando o processo de engajamento e promoção.

entre 1964 e 1970 a Ditadura Civil-Militar puniu 1.498 militares, sendo: 270 altos oficiais; 283 oficiais intermediários e subalternos; 767 entre sargentos e suboficiais; e 152 entre cabos, marinheiros e taifeiros.

apenas em novembro de 2002 foi convertida em lei a Medida Provisória de 2000, que anistiou cerca de 2.500 militares punidos por infrações disciplinares, concedeu aos atingidos a declaração de anistiado político, prevendo também o pagamento de indenizações.


o ditador Costa e Silva pretendia revogar o AI-5 em 07-SET-1969, mas sofreu um providencial AVC cerca de uma semana antes.

os porões da Ditadura festejaram.

e ainda muitas outras vezes também festejaram.

quando JK sofre um improvável acidente automobilístico fatal, 22/08/1976. quando Jango  morre misteriosamente no exílio, 06/12/1976.  quando Lacerda falece de um ataque cardíaco após ser internado por causa de uma gripe, 21/05/1977.  

e os "bolsões radicais porém sinceros" não deixaram também de comemorar uma outra vez: quando a frustrada bomba do Riocentro poucos meses depois explode com êxito o coração de Figueiredo, no enfarte de 18/09/1981.

a unilateral Lei da Anistia ainda não foi revista. e o Brasil se tornou o único país da América Latina onde após o fim do regime militar os casos de tortura aumentaram.

a Ditadura perdura. o entulho autoritário nunca foi removido. como até mesmo aperfeiçoado por uma Presidenta@ ex-militante da luta armada, Dilma Roussef propôs e sancionou a Lei Antiterrorismo de 17/06/2016.

"FFAA nacionalistas" é um mito tão nocivo para o Brasil quanto a existência de alguma "Burguesia Nacional". ambos tem dado prova de verem vê o Povo sob a ótica da escravidão e a Nação da perspectiva de colônia, inteiramente subordinados aos mega interesses transnacionais.

em "Uma Tempestade como a sua Memória", Maria do Carmo Brito (VPR) descreve o horror das tardes de sábado na OBAN (Operação Bandeirantes), quando então lá os empresários quatrocentões se reuniam, para em meio a orgias se excitarem com o suplício dos torturados.

todos aqueles que financiaram diretamente a tortura:

- Banco Mercantil de São Paulo, Sudameris, Viação Itapemirim, Grupo Folha de São Paulo, Mappin, Gasbrás, White Martins...

e todos aqueles que da tortura se beneficiaram indiretamente:

- Guinle, Simonsen, Klabin, Lafer, Gerdau, Bouças, Marinhos, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Odebrecht, Moreira Salles, Setúbal, Aguiar, Villela, Sarney, Lemann, Armínio Fraga, Goldfajn, Safra, Steinbruch, Henrique Meirelles...

também todos aqueles que os servem mansamente, como seus ferozes cães de guarda:

- Mendes, Barroso, Neves, Marinho, Moro, Dallagnol, Dodge, Janot, Fux, Lebbos, Flores...

Bolsonaro, o homem que comia galinhas vivas, e não por via oral, aquele que prega o metralhamento de uns 30 mil opositores, apesar de admitir nunca ter matado ninguém, nunca ter levado um tiro e nunca ter servido na guerra, este mito BolsoNazi é a cara sem máscaras, nua e lavada, desta lumpenburguesia brasileira e de seus serviçais.

enfim, estamos cara a cara com nossos inimigos.



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