30 outubro 2018

Brasil em Transe: descansem em paz

30/10/2018

a violência disseminada por BolsoNazi rapidamente se tornará um tiro pela culatra, porque será inevitável a frustração do eleitorado com mais um estelionato eleitoral.

renda, inadimplência, insegurança e corrupção são as principais e urgentes demandas da população. perante elas o modo de ser BolsoNazi vai se somar às causas, sem nunca fazer parte da solução.

Bolsonaro não tem nenhuma proposta para sequer mitigar a crise econômica, colocando dinheiro no bolso do povo e repactuando a inadimplência. e nem poderia ter, posto ser  representante do grande Capital.

exatamente como Lula fez em 2003, e como também Haddad já se comprometera caso fosse eleito, o ato de inauguração do regime Bolsonariano será mais uma contra-reforma da previdência. seus eleitores assistirão a tudo, bestificados.

como fica patente na intervenção militar na área de segurança pública do Rio de Janeiro, a violência gerada pela violência de um estado de exceção econômica não pode ser superada prioritariamente pela via penal e policial.

do mesmo modo, "a corrupção nossa de cada dia" não passa do efeito epidérmico de um modelo de negócio altamente oligopolizador. no qual as vantagens comparativas não passam de uma concorrência pela inovação e eficiência quanto ao mérito de se estabelecer como o melhor corruptor.

para quem sempre desfraldou a bandeira da força bruta, do tapa e do tiro, apologista da ditadura, defensor da tortura e da eliminação física dos opositores, a imagem de Bolsonaro em seu primeiro pronunciamento após ser eleito é a de um homem combalido, instantaneamente envelhecido e com baixa efusividade num momento de vitória consagradora.

diante da evidente fragilidade, fica impossível não questionar qual a real condição de saúde do Presidente eleito.

seja pelo medo do fascismo ou pelo ódio do PT o vencedor foi o #EleNão. como não  há projeto político fundamentado pela exclusão, fomos todos derrotados e o grande Capital segue sendo sempre o grande vencedor.

conforme exasperadamente anunciado, para o Lulismo as Eleições de 2018 ficam para sempre longe demais. um previsível e melancólico desfecho de uma estratégia de enfrentar o Golpe de 2016 pela via eleitoral e institucional, acabando por somente legitimá-lo.

Haddad nunca quis ganhar as Eleições de 2018, assim como Lula capitulou voluntariamente na última semana do 2o. turno em 1989.

assim como o Lulismo jamais pretendeu resistir ao Golpe de 2016. assim como nunca se empenhou em lutar pela nulidade do Golpeachment. assim como Lula negou-se a oferecer qualquer tipo de resistência à sua prisão.

assim como após a derrota Haddad se comportará docilmente como uma oposição consentida ao regime BolsoNazi. e o twitter de Haddad felicitando Bolsonaro é disto a grotesca antecipação.

a Ex-querda que começou a morrer em Junho de 2013,  agora jaz deitada em seu caixão, rodeado de  velas roxas e coroas de flores apodrecidas.

mas não só o Lulismo.

o PSOL afunda junto com Boulos, convertido em Esquerda de estimação do Lulismo. Marcelo Freixo se consagra como aquele que poderia ter sido, mas nunca será.

em MG, após o desastre anunciado de Pimentécio e a humilhação de Dilma nas urnas, um grande potencial se fossiliza na via parlamentar: Beatriz Cerqueira.

numa extinção em massa, confirma seu falecimento toda uma geração de analistas políticos, jornalistas, sociólogos, artistas, filósofos, ativistas e militantes, etc...

todos com a data de validade há muito vencida, agora inexoravelmente recolhidos ao passado de um Brasil que já não existe, muito menos voltará a existir. não haverá retorno.

se Bolsonaro é a Direita enfim se orgulhando de si mesma, Haddad nunca foi além de uma Esquerda sempre envergonhada em dizer seu nome.

se Bolsonaro é enfim a cara nua e exposta da lumpenburguesia no Brasil, Haddad é o desmascaramento definitivo do Lulismo.

no final, quem tirou a máscara foi Lula. e surgiu a face de Haddad: a oposição gentil, bem comportada, prudente, elegante, simpática, culta, civilizada e completamente inócua.

Haddad será tão relevante para o cenário pós-eleitoral quanto Dilma o foi após o impeachment: nulidades irrelevantes.

alguns evocam as platitudes da resistência.

qual resistência? aquela que nunca houve, não há e jamais haverá. tão fake quanto a campanha Bolsonariana.

o golpe? que golpe... golpe se confirmou pela boca de Haddad uma palavra um tanto dura.

Sérgio Moro? está fazendo no geral um bom trabalho.

BC? autonomia!

o agro? é pop!

Bolsonaro? seja feliz companheiro.

não precisamos de resistência. precisamos re-existir.

descansem em paz.

mas saibam: não conseguirão. não esquecemos. não temos misericórdia.
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